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'Desde que existe a morte, imediatamente a vida é absurda. Sempre pensei assim.' Amália
Eu... Entre abruptas apreciações e mudança constante de critério, pensei, repensei e até continuo ainda e cada vez mais matutanto sobre a inexorabilidade da morte em face do raciocínio humano. Daí, tendo em conformar-me com o corriqueiro dito que, quanto a mim, foi concebido e determinado por um colectivo pensante assaz inteligente: a vida está muitíssimo bem feita. Tão bem feita que, segundo a inspirada ideia de Camões, permite que o pensamento se vá da morte libertando... E vai!...
O que aprecio, absorvo e amo em Amália não se coaduna de forma alguma com a sua desabafante frase, bem pelo contrário: considero que a vida não é um absurdo. Absurdo é, sim, e que tremendo, o pensamento que intenta ultrapassar a essência da vida, recusando a evidência ciclópica que domina em absoluto tudo e nada.
Em Amália, por exemplo, oh... Com Deus e tudo... Aprecio...
ESTRANHA FORMA DE VIDA
Foi por vontade de Deus
Que eu vivo nesta ansiedade
Que todos os ais são meus
Que é toda a minha saudade
Foi por vontade de Deus
Que estranha forma de vida
Tem este meu coração
Vive de vida perdida
Quem lhe daria o condão ?...
Que estranha forma de vida
Coração independente
Coração que não comando
Vive perdido entre a gente
Teimosamente sangrando
Coração independente
Eu não te acompanho mais
Pára... Deixa de bater
Se não sabes aonde vais
Porque teimas em correr
Eu não te acompanho mais
Versos de Amália
Música de Alfredo Duarte Marceneiro
Torre da Guia = Portus Calle
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