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Discursos-->Lembranças que não vale a pena lembrar -- 05/02/2002 - 17:23 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
LEMBRANÇAS QUE NÃO VALEM A PENA LEMBRAR


O trágico acontecimento ocorrido em Alagoas, que culminou com a morte de PC Farias e de sua namorada, revelou a atração fatal que possui a maioria da população brasileira pelas novelas de televisão.

O enredo imaginário começou com a instalação de uma CPI, tendo como cenário o Congresso Nacional, além de contar com excelente corpo de atores políticos e, como coadjuvantes, influentes personalidades do setor privado. A novela, apesar de excitar bastante os telespectadores, e superar índices de audiência nacional, não atingiu, ao seu término , o orgasmo esperado, - mesmo a despeito da cassação do principal personagem -, tantas foram as dúvidas levantadas e não esclarecidas durante o seu desenrolar.

A segunda novela, abordando temática parecida, deu-se com a CPI do Orçamento, no mesmo cenário e com o mesmo corpo de atores e coadjuvantes e, de forma semelhante, terminou sem que o final agradasse a população ou mesmo empatasse em relação às suas expectativas.

O novo lançamento da novela PC Farias, , rodado no Estado de Alagoas, atendendo a pedidos, e na tentativa de agradar a opinião pública, introduziu um intrincado jogo de amor, envolvendo ardentes paixões e intrigas amorosas.

E contou, com sempre, com um excelente corpo de atores e coadjuvantes, a despeito de os mesmos, pelo menos entre os componentes de sua grande maioria, serem estreantes e desconhecidos da população mas que, nem por isso, e justiça seja feita, realizaram um excelente trabalho. Pena que, como todas as novelas anteriores, reprisadas ou não, o final deixou a desejar.

A população, que esperava por um final mais emocionante, mais próximo da lógica da verdade, ficou, mais uma vez, desapontada e, de certa forma, abalada, posto que não se pôde saber ao certo se os dois principais atores foram assassinados ou se houve homicídio seguido de morte.


A próxima novela, que se arrasta há um bocado de tempo, é a daquele organismo internacional criado para ajudar as nações em dificuldades de ordem financeira.

É uma novela muito complexa, mas que todos acompanham com muito interesse. No Brasil ela está, no momento, numa fase de poucas emoções. Sem muitas novidades. Mas no país vizinho, aqui da América do Sul, ela está no seu final, e a coisa anda quente. E nós aqui no Brasil torcemos para que o seu final seja bom para todos. Que não haja ganhadores nem perdedores.

O tema é econômico, político e desperta muitas paixões. A bem da verdade, as opiniões do público divergem entre si. Uns são a favor dos empréstimos. Outros dizem que não deveriam fazer tantas exigências, etc.

No fundo, no fundo, a média da população de telespectadores que assistem esta novela é de opinião que recorrer a terceiros, melhor dizendo, dizendo, a organismos financeiros internacionais, para saldar compromissos, embora compreensível, merece algumas considerações.

O órgão que faz o papel de fundo, na novela, detém o monopólio destes empréstimos. Sem concorrência, os países devedores acabam sendo obrigados ao cumprimento de determinadas condições, muitas vezes com exigências de medidas amargas para a população do país que solicita o empréstimo.

Por outro lado, a adoção de uma única moeda, como referência para a transação, transforma o devedor em refém das variações cambiais. A cada aumento dessa moeda, a dívida sobe, até a quebra da paridade contratual. O ideal seria aumentar a concorrência na oferta desses recursos. Depois, considerar outras moedas como referencial, eliminando a hegemonia monetária. No caso do Brasil, o empréstimo poderia ser contraído e pago em reais – ou mesmo em dólar - desde que a devida conversão fosse feita na data do empréstimo. As variações cambiais futuras ficariam de fora.

O que não se concebe é que determinado empréstimo, equivalente, ao preço de hoje, a 20 milhões de reais, passe a valer 30 milhões, decorridos, apenas, alguns dias da assinatura do contrato. E siga neste crescendo, à cada aumento do dólar, desfigurando o objetivo do empréstimo e perpetuando a dívida. É preciso humanizar as regras do jogo econômico. Isto é covardia.


Espera-se que a próxima reedição de novela, qualquer que seja o tema, passe a tomar como base um dos programas de televisão, muito conhecidos, cujas teses são, a do primeiro programa, a de que o seu final, quem decide é a população. A do segundo, remete para a repetição mal feita do original, que seria clone. Só dessa forma poderemos alterar o desfecho dessas novelas, porque, da forma como vem sendo apresentadas, principalmente quando os temas envolvem Comissões Parlamentares de Inquérito, ou empréstimos em moeda estrangeira, arrastam-se multidões de expectadores para a dúvida e para a incerteza. Logo eles, que são os principais patrocinadores destes espetáculos, pelos quais se paga muito caro.

Domingos Oliveira Medeiros
05 de fevereiro de 2002 – com correções.



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