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Ensaios-->Ensaio Surrealista da Loucura -- 04/09/2004 - 12:15 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

O Poema Mortal
(por Domingos Oliveira Medeiros)

Entre indeciso e espantado. Hesitante, atordoado. Assim estou. Confuso. Um pouco, confesso. Não consigo separar as frases. Quero-as todas juntas. Para o consolo que faz falta. Para trazer a esperança de volta. Poucas, que ainda restem. Estou bastante indignado. Quase envergonhado. Por ser da espécie humana. Sentimentos permeiam meus pensamentos. Ouço e vejo o inusitado. Repenso. Relembro. Não acredito. Esse o meu primeiro grito. Grito no deserto, por certo. No deserto de mil anos. Aguardo pelo eco. Pode demorar ou acabar em desengano. Mas eu aposto. Eu acredito. Pois não concebo a guerra. Não entendo o conflito. O fato para mim é o massacre. O povo, o do Iraque. E junto, parte do americano. Dos jovens sem causas prévias. Definidas. Já lhe mostraram as feridas. A causa: nada nobre. A posse. O domínio. A rua na contramão da fraternidade. Da caridade. Da ajuda ao irmão. Da prosperidade. O atalho e o retorno para o ruim. O império. A invasão. A dominação. A submissão.

O motivo é desconhecido. Ou mal justificado. Ou não identificado. Ou inventado. Que importa, à essa altura? O propósito? A ganância, para resumirmos tudo.

O gosto? Acre, azedo, ruim. O cheiro de óleo e sangue derramados. Queimados. Com querosene e artefatos bélicos. Belos e caros. Explosivos bem planejados; usados para o desperdício. Para o que foi fabricado. Desperdiçados. A ilogicidade científica e tecnológica deturpada . A razão ao contrário. A guerra coerente, permanece como sempre: irracional. Fatal. Letal. Mortal.

O sentimento é o de medo. De insegurança. Da matança. Da carnificina. Que nos humilha e empobrece o espírito. O ser racional se confunde com o ser animal. E tende para ser pior em selvageria. Vale-se, inclusive, da covardia. Da mentira. Da distorção.

O local: quase sagrado; milenar, início da civilização. Onde nasceu nosso mundo. Entre os rios Tigre e Eufrates. Onde começa o último passado. O passado mais recente. A história da gente. O paraíso terrestre. A antiga Mesopotâmia. Onde viveram os filhos de Noé. Onde ergueram a Torre de Babel. Sumérios e Babilônicos. Início da civilização. As invenções. A matemática. A escrita. A roda que gira o mundo. A forma da língua grafada. A comunicação entre nós. As idéias congeladas e repassadas. Os primeiros sentimentos. Nasceu lá a poesia. O código de talião. A justiça inicia. A ordem e a disciplina. A convivência entre os povos. Naquele deserto enterrados. Relíquias culturais. Palácios suntuosos. Estão sendo bombardeados. Atiram em nossas lembranças. Em nossos antepassados.

Apostam na divisão. Na divisão territorial. Amigos e inimigos. A luta do bem e do mal. Trazendo como resultado, a falência total. Da convivência harmoniosa. Do respeito ao que é do alheio. O porvir não fala em paz. Esquece da união. Promete levantar paredes. Consertar estragos no chão. Talvez volte a televisão. Com outro sotaque e cultura. Ensinando a raça pura. A ração da invasão. O depois da explosão. A ração da variação. Da variação cambial. Da economia e da prosperidade. Da distribuição de riquezas. Da utopia fabricada. A raça que tem razão. Que escraviza e empobrece. Que de todo mal padece. Pois não respeita o seu próximo. E ainda fala em Deus. Sem ao menos pedi perdão. Grita Seu nome em vão..

04 de setembro de 2004






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