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Artigos-->DOMINGO SIM, DOMINGO NÃO -- 24/02/2002 - 11:59 (Lílian Maial) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




Não sei bem o que ocorre aos Domingos.

Domingo... enfim... descanso! Um dia inteirinho pra vadiar, inclusive no sentido baiano do verbo, já bem caracterizado por Amado. Dia de preguiça, dormir até mais tarde, fazer amor, almoço em família, depois futebol, cerveja, musiquinha do Fantástico anunciando que é hora de arrumar a segunda-feira.

E é sempre a mesma coisa. Invade essa tristeza de final de carreira. Penetra uma nostalgia de outros Domingos. Invoco os mortos, os tempos felizes, a saudade do que ainda não passou. Estranho...

Em outros Domingos, nem me lembro de que é Domingo, só mesmo aquela velha musiquinha do programa da televisão. Consigo sair, ver gente, ver filmes, ir a exposições, me expor também.



Não sei bem o que ocorre aos Domingos.

Vai chegando a sexta-feira e já vou me assanhando com a idéia dele. Vou planejando mil situações, mil formas de aproveitar ao máximo aquele dia mágico/trágico. Escolho o clima, a luminosidade do sol, ou até arrisco uma nuvenzinha pra combinar com aquela blusinha maravilhosa, que comprei só pro Domingo.

Vem o sábado, a farra, a festa, o exorcismo dos demônios da rotina. Sem hora de acabar, afinal, amanhã é Domingo!



Não sei bem o que ocorre aos Domingos.

De repente tudo fica assim vazio, triste. Ninguém nas ruas, ninguém nas lojas, ninguém nas listas. Seria um dia de reflexão? Ah, mas perder o Domingo refletindo sobre a vida? Não! deixa isso pra dia de semana, que já vai estar ocupado mesmo com tanto trabalho e aporrinhações.

Então, o que fazer aos Domingos?



Domingo sim, Domingo não eu escrevo. Não necessariamente nessa ordem, mas na dependência da inércia interior, da expectativa frustrada, da sensação de solitude.

Nessas horas sem companhia, o papel ou a tela do computador ainda seguram minha anti-dominguice habitual (ah, porque eu detesto os Domingos!).

Está certo, só os Domingos não. Os Domingos sim até que eu gosto. Não fossem eles e nem escreveria, por absoluta falta de tempo aos Domingos.



Não sei bem o que ocorre aos Domingos.

O tempo não coopera com os Domingos não (ou coopera e o faz de propósito).

Fica tudo cinza, nem chove e nem sai de cima.

Uma tristeza só.

Passarinhos fazem greve de som. Penso que fiquem nos ninhos imaginando o porquê dos Domingos.

As plantinhas em verde-luto, chacoalhando as folhas, expulsando mosquitinhos vetores, em busca de não imunes.

As igrejas economizando os sinos, já que cristão que é cristão sabe que Domingo é dia de missa.

Os carros, poucos, nem buzina tocam, uma vez que incautos cruzando as ruas não se aventuram aos Domingos, ainda mais os Domingos não.



Não sei bem o que ocorre aos Domingos.

Dá uma vontade de rever amigos distantes, uma falta da sexta-feira, talvez um medo de acabar.

Quem sabe uma certeza de não chegar a ter uma nova segunda-feira?





Lílian Maial
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