No jardim Europa, as elites criaram sistemas de entretenimento que até Lúcifer duvida. Bom, todos os mortais sedentos por carne tem o direito de gozar das coisas boas da vida. Aliás, essa concepção do lazer, amplamente cultivada pelos romanos, é o maior exemplo disso. Um anfitrião local, Ernesto Gonzáles, peruano residente no Brasil há três anos, foi o criador de um projeto curioso. Era dono de uma rede de móteis na América do Sul, sediada em Lima. Como estava fascinado pelas brasileiras, e já casado com uma, resolveu promover em sua mansão nos finais de semana, o "Suruba Fest Show", em homenagem as "mujeres brasileñas". Os casais da vizinhança levavam todas as suas fantasias sexuais a bordo. Sadomasoquistas, feladores, aventureiros, homossexuais, prostitutas, homens e mulheres solteiras, enfim. Havia, claro, um exigência: só se todos estivessem usando camisinha.
Primeiro promovia-se um coquetel com frutas e iguarias, bebidas variadas e música erótica no início da noite. Lá pelas tantas da madrugada, quando ninguém mais era de ninguém, as coisas começavam a acontecer. Uma multidão começava a tirar a roupa, e aliavam a dança aos orgãos genitais. Notadamente, como em outras festas burguesas, vários tipos de droga eram consumidas durante a orgia. Naquele local, com certeza Calígula levantaria o pé da cova. Explorava-se todos os tipos de posições possíveis, buracos variados não tinham mais preferência: tudo que estivesse descoberto levava o cano. O suruba Fest Show era altamente badalado entre as elites paulistas. Em Campinas, por exemplo, caravanas inteiras viajavam para São Paulo para assistir o espetáculo. Chegou-se a cogitar que não existia mais prostituição no mundo, ela era inerente à farra. Os ditos mauricinhos e patricinhas, gírias que personificam filhos do clã dos neo-ricos, também praticavam a moderna variante do prostíbulo de condomínio. Outra curiosidade: nestes ambientes, alguns casamentos (vários) eram realizados. Como? Bom, já que o evento era uma forma de contestar o matrimônio da conveniência, casais que estavam juntos há anos mantendo as aparências de nobres, resolviam desfazer suas insatisfações, e mantinham-se descasados por tempo indeterminado. Mas só durante o bacanal. Freud explica? Sei lá. O certo é que o pau comia. E ainda come... |