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Ensaios-->GABOLICES NO GABÃO -- 30/07/2004 - 11:29 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

AS GABOLICES, TROPEÇOS E TOLICES DE LULA
(Por Domingos Oliveira Medeiros)

Lula, de novo, na África. Promete uma aproximação maior com os países daquele belo continente. E, textualmente, diz aos quatro ventos: “Nós temos o dever moral, político, ético e humanitário” de ajudar as nações pobres. Nós, quem? Os países ricos? As grandes potências? Ou será que nosso presidente fazia referência ao Brasil? Que vive pedindo dinheiro emprestado ao Fundo Monetário Internacional para continuar pagando em dia os juros extorsivos de uma dívida, sabidamente impagável, posto que avança em projeção geométrica; às custas da miséria de milhões de brasileiros; que, por sinal, nada devem ao nossos irmãos africanos em termos de abandono e falta de perspectivas.

Como compatibilizar e satisfazer tais necessidades? Como encontrar o ponto G da questão? No meu modo de ver, coincidentemente, a solução passa por Guaíbas, no Piauí, onde foi lançada a pedra inaugural do malfadado Programa Fome Zero, lembram-se? Que hoje avança até o Gabão. País, é bem verdade, que tem o direito de fazer três refeições diárias; e de ter sua dívida externa amenizada, melhor equacionada, de modo a angariar recursos para a promoção do desenvolvimento sustentado daquela pobre nação. Que precisa, como nós, assistir ao espetáculo do crescimento.

Todavia, há que respeitar a ordem de classificação neste campeonato intercontinental de pobreza e de miséria a que estão disputando a África e grande parte da América do Sul, em nome do princípio básico, do sistema do mérito. E, neste particular, o mando de campo é do Brasil; que tem prioridade no atendimento de programas assistenciais, pois está em campo há mais tempo, aguardando, pacientemente, o início do jogo prometido pelo presidente.

Dizem que o Lula está correndo atrás de tudo que é lado para que o Brasil possa figurar entre os países com assento no Conselho da ONU. Seria cômico, se não fosse trágico. Questão de pura vaidade, tudo leva a crer; a bem da verdade, tal medida, se vier a prosperar, em nada modificará a atual situação de hegemonia nas decisões emanadas do Conselho de Segurança da ONU, as quais se concentram no bloco das chamadas grandes potências, capitaneadas pelos Estados Unidos da América; que, por sua vez, já deram mostras de que “não estão nem aí” para as resoluções da ONU. Haja vista as alegações e álibis inconsistentes que foram utilizados para a invasão do Iraque, flagrantemente de encontro às resoluções daquele organismo internacional.

O melhor que o presidente poderia fazer, nesta hora, seria dedicar-se, com rigor e maior dedicação, aos problemas brasileiros, vale dizer, às questões do seu governo; que, convenhamos, não anda bom das pernas. Afinal de contas, nós é que pagamos a conta do avião e das motos de setecentas cilindradas, entre outras que não autorizamos. Pagamento a peso de ouro, se considerarmos o brutal aumento de impostos, agravado pela falta de correção adequada da tabela do imposto de renda e pela falta de reajustes salariais condizentes com o processo inflacionário, pelo menos. Por isso, não podemos atender ao pedido de mais paciência.

Paciência que se esgota na overdose de paralisia e falta de perspectivas em que se encontra o nosso país. Overdose de escândalos mal explicados e mal resolvidos; alguns, escondidos pelo desinteresse das autoridades em proceder a investigação. Que, ao contrário, são rotulados de “denuncismo”. Como se a imprensa fosse irresponsável a ponto de inventar tanta mentira. Como se mentira fosse, não pudesse, os denunciados, ingressar na Justiça para reparar eventuais danos.

O fato é que o governo, até agora, prometeu muito, fez pouco, e errou demais. Se é que acertou alguma vez. Não me lembro.

A CPI do Waldomiro quebrou a virgindade do PT. De um partido que se dizia imune aos escândalos e rigoroso observador na ética e da moral; o partido, hoje, está claro, não é nenhuma “Brastemp”. Fez de tudo para impedir a instalação da CPI. E ainda baixou portaria de exoneração do sr. Waldomiro, da cargo comissionado que ocupava no Palácio do Planalto, com a notação “a pedido”, utilizada para os bons servidores. De quem a Administração não tem nada a reclamar pelos bons serviços prestados.

A CPI do BANESTADO, destinada a apurar um dos maiores escândalos deste país, ; a remessa de mais de trinta bilhões de dólares, ilegalmente, para os paraísos fiscais, anda a passos de tartaruga, enquanto o relator e o presidente vivem as turras, desentendo-se, atrasando e desvirtuando o foco principal das investigações: e ninguém toma qualquer providência.

Os vampiros e os morcegos que sugaram o sangue do povo brasileiro, no Ministério da Saúde, desde o governo anterior, ainda não tiveram a justa medida para reparação dos prejuízos causados ao Erário Público. As cavernas escuras e sombrias da corrupção continuam, tudo indica, abertas ao ratos de plantão. Enquanto os hospitais da rede pública padecem na UTI, em coma profundo; respirando por aparelhos; sem material e sem recursos para oferecer assistência médica de qualidade; situação que ajuda na proliferação de empresas que enriquecem com planos de saúde oferecidos a peso de ouro. A despeito de que o governo, é bem verdade, tenta inibir os aumentos indevidos e ensaia alguma medida para reparar a invasão dos morcegos. Quiçá consiga bons resultados!

O mesmo acontece com a educação. O governo, em vez de melhorar a oferta e a qualidade de ensino, aposta no setor privado, dando as costas para a população mais carente, que subempregada ou desempregada, não tem condições de arcar com os altos custos das mensalidades da rede particular de ensino.

No Banco Central pipocam denúncias de sonegação fiscal envolvendo o presidente e diretores daquela Autarquia, conforme reportagem da revista Isto É. Um diretor pede demissão do cargo. Não se vê, como era de se esperar, nenhuma atitude para questionar, na Justiça, tais denúncias. Nem autoridades do governo falam nada a respeito. Parece que tudo é natural. E anda querem a autonomia do Banco Central.

O programa Primeiro Emprego ainda não passou do primeiro. Continua esperando pelo crescimento sustentado. Pelo milagre, por assim dizer. O espetáculo do crescimento ficou mesmo, até agora, nos lucros dos bancos, dos agiotas internacionais, e nos discursos metafóricos do presidente.

Para completar, o Tribunal de Contas da União, em recente acórdão expedido, determinou ao Ministério do Trabalho a suspensão de novos convênios e a liberação de recursos para o referido programa, face às irregularidades que foram detectadas em auditoria ali realizada.

No Banco do Brasil, aconteceu o inusitado: a liberação de R$70 mil reais para pagamento de um churrasco, com a presença da dupla sertaneja Zezé de Camargo e Luciano, promovido pelo PT, com a finalidade de arrecadar recursos objetivando a construção da sede do partido na cidade de São Paulo. O presidente do Banco, contestado a respeito, admitiu que a instituição errou; e quando soube que “atrás desse show existia um partido político, existia o PT”, afirmou que o “banco deveria ter devolvido os ingressos comprados”.

Apesar de todos esses fatos, o presidente insiste em continuar “voando”. Em todos os sentidos. Falando em ajudar países pobres. Ao mesmo tempo em que luta, desesperadamente, para retirar alguns trocados dos aposentados e cobrir o déficit da Previdência, cujas causas estão insertas no descontrole e no desvio de recursos, promovidos pelo próprio governo, que não consegue cobrar a imensa dívida dos devedores da Previdência, e nem inibir a corrupção que esvazia os cofres daquela Autarquia.

Falando em aumentar as exportações, sem atentar para os buracos de nossas estradas, por onde deveriam escoar nossa produção de grãos, em condições de concorrência com os países do comércio exterior; Sem que se tenha notícia de qualquer política para colocar o país nos trilhos; sem que haja explicação para o desmonte da Máquina Administrativa, hoje emperrada pela enorme quantidade de ministérios (35) que se atrapalham em superposições de atribuições, desperdiçando recursos humanos e financeiros, numa verdadeira aula de como não se deve administrar um país.

As últimas medidas: opção pelo desarmamento da população, já que a construção de presídios e o combate ao crime organizado foram deixados de lado, por falta de apetite do governo. E o anteprojeto de lei, encaminhado pelo Ministério da Justiça, que, entre outras medidas, proíbe que se ofereça denúncia sobre qualquer ilícito que se tenha conhecimento pela via de gravações sem o prévio consentimento da Justiça. Ora, bolas! Isto é censura! Todo cidadão tem o direito de apontar e denunciar qualquer indício de corrupção na Administração Pública. Seja por que meios forem.

Se houver má-fé, do cidadão ou da imprensa, que se cobre o reparo pela via do Judiciário.

Vamos respeitar o nosso povo. Desorganizando o crime da omissão e do descaso. Sem medo de ser feliz. Ainda que para tanto percamos o bonde das eleições.

Depois, vale a lembrança: não há mais de onde tirar dinheiro. Não há mais como aumentar impostos. Não há mais o que descontar dos aposentados. Que já deram o que tinham que dar. E esperam, agora, dar o troco.


30 de julho de 2004
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