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— Suponho que necessárias
são duas, três ou mais pessoas,
pras relações ordinárias
se transformarem em boas
práticas espirituais.
Por exemplo, meu parceiro
é ciumento demais,
do controle é useiro...
— Não dê bolas para isso,
ele não quer cooperar.
Assuma seu compromisso
de se conscientizar.
É através de você
que a consciência vem
ao mundo e, com o Ser,
traz sanidade também.
Não espere que o mundo
se cure e fique são,
ou um incônscio profundo
tenha iluminação.
Não o acuse por isso,
por não ter a consciência.
Quando vem o reboliço,
discussão, inconseqüência,
é sinal de assunção
de posição de defesa,
de identificação
com a mente, interpresa.
Também, é claro sinal
que o eu interior,
defendido muito mal,
tem agora diretor,
o ego, um comandante,
e você, inconsciente.
Isso pode, num rompante,
ser até conveniente,
para falhas apontar
de um mal comportamento,
certos pontos aguçar,
do parceiro, num momento.
Mas se você estiver
muito alerta e presente —
o que o ego não quer —
pode agir, consciente,
sem culpar, ou acusar,
ou fazer o seu parceiro
passar a se lamentar
por um erro costumeiro.
Se o outro se comporta
de modo inconsciente,
abandone essa porta,
não o julgue, vá em frente.
O julgamento produz
uma grande confusão:
inconsciente, sem luz,
você faz a projeção,
sem saber quem é você,
da própria inconsciência
sobre o outro que vê,
e fica sem referência
pra saber melhor, de fato,
quem é o seu parceiro.
Abandonar o julgar
não quer dizer, por inteiro,
que você não reconhece
a disfunção e a falta
de consciência, que cresce
no outro e está alta;
quer dizer "ser o saber",
e não "ser a reação"
e o juiz. E você,
em meio à discussão,
não vai querer reagir
à esmo. E poderá
fazê-lo, se insistir,
tendo o seu saber lá,
tendo o seu bom espaço,
no qual vê a reação,
sem fazer estardalhaço,
que há na ocasião.
Ao invés de combater
em plena escuridão,
você vai esclarecer,
trazer luz em amplidão.
Ao invés de reagir
a uma desilusão,
você a vê, sem fingir,
e tem a nova visão,
através dela. E ser
o saber espaço cria
nítido pra receber,
com presença mais sadia,
gente e coisas quais são.
Não há catalisador
maior pra transformação.
É com esse diretor,
que o outro não consegue
com você permanecer
incônscio. Você prossegue,
sempre com o seu saber.
Se o outro aderir
a tal prática, melhor.
Ambos vão interagir,
por sabê-la bem, de cor.
Vão contar seus pensamentos
e sentimentos que vêm,
evitar desdobramentos,
pois agora eles têm
espaço para captar
uma emoção não dita,
sem que possam agravar
a situação maldita.
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