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Ensaios-->RODA DE POESIA & TAMBORES -- 29/06/2004 - 23:10 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
RODA DE POESA & TAMBORES – XXI EDIÇÃO

Poeta homenageado: Chico Miguel de Moura

Clube dos Diários, 11 de junho de 2004.


ÉLIO FERREIRA*


– FRANCISCO MIGUEL DE MOURA, menestrel que nasceu em Francisco Santos, antigo povoado Jenipapeiro, município de Picos, Piauí, no próximo dia 16 estará completando 71 anos. Um dos nomes mais representativos e atuantes da literatura piauiense de hoje, autor de uma vasta produção literária, Chico Miguel, como é chamado pelos íntimos, publicou 21 livros dos quais 10 de poesia, 03 de contos, 01 de crônicas, 05 de ensaios literários e 03 romances, além de possuir dois livros de poesia e um romance inéditos, no ponto de serem publicados. Em 1985, Francisco Miguel de Moura ingressou na Academia Piauiense de Letras. É funcionário aposentado do Banco do Brasil. Graduou-se em letras e fez a pós-graduação em Crítica Literária e Artística, na Bahia. Ganhou vários prêmios literários, entre os quais considera os quatro mais importantes: 1º lugar de poesia – Concurso “Alphonsus de Guimaraens Filho, 2001, um dos mais importantes do Brasil, com o livro” “Viragens”; 1º lugar – Prêmio de Poesia da APL, 1982, com “Bar Carnaúba”; 1º lugar no Prêmio “Fontes Ibiapina” / FUNDAC, 1986, com o romance “Laços de Poder”; 2º lugar no concurso “Fontes Ibiapina”/FUNDAC, 2004, com o romance “D. Xicote”; 1º lugar – Prêmio de Crônicas/FENABB/Brasília, 1983.
O nosso trovador estreou em 1966, com o livro de poemas “Areais”. Passou pelas mesmas dificuldades para publicá-lo como acontece com a maioria dos estreantes brasileiros, dadas as dificuldades financeiras. “O livro foi editado em Timon, com as facilidades de preço e pagamento da gráfica do Padre Delfino.”
Para Chico Miguel, “ a poesia é importante porque, além de consolo, é protesto, uma recondução de mim a mim mesmo, isto é, de nós a nós mesmos. Às vezes alivia, às vezes dói.”
Assim, cada poeta é a sua própria poesia e outras infinidades de vozes que pulsam, redemoinham dentro dele. O poeta é a voz do seu tempo e lugar, paixão, morte e vida em forma de linguagem, da busca humana que se quer Verbo, Poesia. Os versos da lira “moureana” seguem o curso da poesia de temática amorosa e erótica, com um certo viés conceitual. Essa epifania poética está relacionada ao afeto, à vida de alguém ou ao fruto de uma reinvenção da memória, das experiências amorosas vividas pelo autor. Como o próprio Francisco Miguel de Moura diz sobre seu processo de criação: “Minha poesia diz respeito à vida, ao acontecimento, à maneira particular, original de cada poeta fazer sua poesia, de cada escritor relacionar-se com o mundo e os mundos em que ele se vê envolvido, presente. Não gosto da escrita que não tenha vínculo com a realidade”
O último livro de poesias de Francisco Miguel de Moura, intitulado “Sonetos Escolhidos”, 2003, Rio de Janeiro, Ed. Galo Branco, 183, páginas, é um livro belíssimo, composto unicamente de sonetos. No entanto, o que mais me impressionou, na rápida leitura que fiz de cinco livros de poesias de sua autoria foram os versos do livro “Poemas Ou/tonais”, 1991, pela sua versatilidade, pelo vigor da linguagem: um turbilhão de imagens sonoras, visuais, tácteis, cinematográficas, pela sua rebeldia eufórica inspirada pelo sonho da contracultura dos anos 60/70, ou pelo negativismo e desesperança inspirados pelo caos político da ditadura que se prolongou até os 80, ou ainda pela decepção com a corrupção dos governos eleitos pelo povo no início dos anos 90 do século XX. Os “Poemas Ou/tonais” primam também pelo poder da narrativa confidencial contundente, de linguagem densa e condensada, tradutores de um discurso lírico-erótico sedutor, de uma poética dada ao encantamento da sensualidade do verso, à lascívia, ao inebriante:
“nas outras eu vejo seios
espinhas, nariz e boca
busto, barriga e arreios

em todas eu vejo calças
do lado de lá das ancas

em todas eu vejo carnes
em todas vejo lambanças

em você só vejo luz
e só ouço fala mansa
palavra de tanto gosto
nem meu coração alcança

em você eu vejo a alma:
a melodia que passa
não sei – a mulher que dança.”

(Poemas ou/tonais)

______________________
*ÉLIO FERREIRA, professor, poeta, crítico literário, leu o texto acima na XXI edição de RODA DE POESIA & TAMBORES, realização da FUNDAÇÃO CULTURAL DO PIAUÍ – FUNDAC, e recitou na ocasião o poema de Chico Miguel, entre outros.
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