A DÚVIDA
Daudeth Bandeira
Eu não sei se devo agradecer ao mundo
ou se o mundo deve agradecer a mim.;
se pra onde eu vou, for de onde vim,
eis-me num trajeto fútil e infecundo.
Será que é um ciclo, tão simples assim ?
ou será um túnel sem borda e sem fundo
que, em cujo leito contínuo e profundo,
rolam as águas de um “rio sem fim”.
Nesses pensamentos incognoscíveis,
busco e não encontro becos acessíveis,
nem de onde venho, nem pra onde vou.
Só imensa dúvida, do meu ego flui:
eu não sei se sou o que antes fui,
nem sei se serei o que hoje sou.
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