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Ensaios-->Alerta Sobre a Violência -- 05/05/2004 - 14:33 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Assim Caminha a Humanidade.
(por Domingos Oliveira Medeiros)



Gerações que se foram. Que deixaram suas marcas. Um pouco de mentira e muito de verdade. Gerações que vieram e que virão. E que, por certo, sempre trarão. A violência como temática.

A violência de todos os tipos e tamanhos. A violência padrão. A violência circunstancial. A violência animal. Na cola da juventude. Da juventude transviada. Das tribos. Das gangues. Da juventude motorizada. Do olhar para o estrangeiro. Do olhar sorrateiro. Do olhar maneiro.

Da juventude colonial. Da juventude republicana. Da juventude imperial. Da juventude genial. Todas elas se misturam. Todas elas, ou quase todas. Se dobram aos ditames. Aos ditames do primeiro mundo. Já que não tem o segundo. E nem todos se chamam Raimundo.

Passamos para o terceiro. Para o mundo desprotegido. O mundo dos combalidos. O mundo que é o quintal. O quintal do primeiro mundo. Às favas, todo esse mundo. Pois não me chamo Raimundo. Já disse mais de uma vez. Não que eu seja contra. Contra o nome rotundo. Muitos são os Raimundos. Nem todos se chamam José. E quase todos são Zé. Zé de baixo. Zé de riba. Nossa, como tem Zè. Como tem Zé lá na Paraíba.

Embalados pelos sonhos e desenganos. Dos enganos e dos profanos. Desenganos dos ladrões. Ambulantes empoeirados. Andantes dos sertões. Renegados pelos fulanos. Os sonhos da juventude. Tirados pelos cicranos. Assim se passam os anos.

E a juventude chegando. Com seu comportamento arredio. Com sua ousadia perene. Com seus defeitos e virtudes. Que vêm de longe e de perto. Que estão na lembrança da gente. Lembrança que não se esquece. Lembranças de muitos anos. De tempos que já se foram.

De tempos de boa leitura. Da revista Reco-Reco. Do Bolão e Azeitona. O Cruzeiro, o Amigo da Onça. E agora tem a Madonna. Que não saiu na Manchete. Mas tem a foto e o fato. A revista da enquête. Fatos e Fotos promete.

Anos de figurinhas. Figurinhas de jogadores. Álbum da Seleção. Seleção de mil amores. Jogo de bafo-bafo. Batendo com a palma da mão. Olhando na fechadura. Vira mundo, roda pião. Do Big Brother ao Faustão. Das coisas que acontecem. Onde as coisas acontecem.

As roubalheiras aparecem. Mas não se prendem os ladrões. Dizem as televisões. Que tanto distrai e vicia. Mas que tem a primazia. Na época da eleição. Não deixa ninguém na mão. Ficam todos informados. E a juventude , como sempre. Bastante ausente.

Mas a TV dá o recado. O de ontem e o de hoje. E o de sempre. E tudo é misturado. Para a incompreensão da gente. A juventude ficou de lado. No micro, está grudado. Na era da informática. A juventude enigmática. A juventude virtual. A juventude que não lê jornal. Já foi leitor de gibi. Do Pasquim e do Fantasma. Super-Homem e coisa e tal. De Mandrake ao Lobato. No Sítio do pica-pau.


A sensação do momento. O celular e o clone. O clone da televisão. O pó, o pico e o craque. O fumo e o cheiro na mão. A juventude transviada. Que saudades que eu tenho. Do cinema de todas às tardes. O Gordo e o Magro aprontando. O rock de ontem e o pagode. O axé e erotismo. O erotismo. Lembranças da pornochanchada. A música levava fé.

A música que está na moda. Dançando na ponta do pé. Do pé que é do futebol. Da Copa e do Carnaval. Dos velhos e dos novos. E dos que não andam correndo. Dos que foram envelhecendo. Dos filhos que agora são pais. Dos avós que não voltam mais.

Do futebol de Pelé. De Ronaldinho e Amaral. Do país do futebol. Do país do Carnaval. Não confundir com a França. E nem também com Portugal. Nem mesmo com a Bahia. Do Carnaval atual.

Mas o antigo ainda toca. E todos seguem pulando. Do frevo ao maracatu. Do Carnaval trancafiado. Em cima de arquibancadas. Que vendem por um trocado. A festa longe do povo. Que paga prá ver de novo. O mesmo desfile de sempre. O samba é parecido. Mas tem a comissão de frente. Que ainda não foi esquecida. A única que ainda resta. Dos carnavais que se foram. Do povo que desfilava. Do povo que representava. Os verdadeiros sambistas.

Agora sentamos pra ver. A banda toda passar. Olê, olê, Olé, olá. A juventude a gritar. A juventude a protestar. Contra o cigarro que faz mal. Contra a ganância empresarial. Conta a marca que é sucesso. A marca que induz ao progresso. A marca do inconformismo. A marca da ousadia. E da saúde que transborda. Que se permite ao desperdício. Geração que muda de vício. Rotuladas por todos os lados. Geração Anos Dourados. Geração pós guerra fria. Geração Coca Cola. Geração ainda em guerra. Geração de novos conflitos. Geração aos berros e aos gritos. Geração que ainda namora.

Geração que agora “fica”. E logo depois vai embora. Do namoro passageiro. Do namoro por inteiro. Do namoro sexual. Com quarto e cama de casal. Na base do tudo bem. Viver feliz não faz mal.. Basta usar camisinha. O resto é tudo normal.

Geração que está chegando. E outra que vai embora. Enquanto uma ri, outra chora. E a gente sempre pergunta. Que geração vem agora? A geração da paz e do amor? Essa já foi embora. E nem saudade deixou. A geração do pós guerra? A geração de novas guerras? Qual geração vem ai? A que trará esperanças? Talvez, se ainda der tempo. Se cuidarmos das crianças.

Domingos Oliveira Medeiros
Reap. Texto sumido. 01 de dezembro de 2002
Div. 12 de junho de 2003. Em 05 de maio de 2004.
Do primeiro livro do autor.
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