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Ensaios-->- Moisés...Foste tu que escreveste essa lenga-lenga?... -- 19/04/2004 - 13:39 (António Torre da Guia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Talvez muitíssimo mais perto da verdade real...
Pare os textos com o 'mouse'



Moisés, atormentado pela problemática que envolvia e emanava de seu povo, preparou sua bagagem, pediu espectante paciência a seus dilectos descendentes e pôs-se corajosa e estoicamente a caminho da montanha. Decidiu que carecia de isolamento completo para meditar e quiçá por aí encontrar solução ideal que pelo menos estabelecesse um grado equilíbrio entre os desmandos em que sua gente ia caindo dia a dia. Naquele tempo já abundava o persistente 'Bush-and-Blair' que 'em-nome-de-algo' impulsionava os homens para a guerra.

Subiu... Subiu penosamente encostas e fragas até encontrar o lugar onde lhe pareceu poder passar uns dias em tranquílo repensamento. Optou por uma clareira quase no cimo da montanha, junto a um cristalino fio de água que brotava da fenda de um enrugado rochedo, num sítio que considerou excelente para armar sua tenda e sentir-se seguro contra eventuais ataques da bicharada circundante.

Entre seu povo grassava a degradação, o assassínio provocado pelas infedilidades e desmedidas ambições, os filhos revoltavam-se e maltratavam os pais, traíam-se e roubavam-se uns aos outros, enfim a sobrevivência de todos estava ameaçada pelo desvario de uns tantos que em sucessiva vingança iam impondo a desordem e espalhando a confusaão propícia ao caos.

Ao longo de uma boa quinzena de dias e noites em premente meditação, Moisés conseguiu alinhar as directivas essenciais que permitiriam amainar o desornedado ímpeto que germinava imparável entre a sua gente. Importava condensar para fácil entendimento algumas poucas regras que serenenamente implantassem lei capaz de subordinar voluntariosamente a multidão.

O sábio profeta ter-se-à inspirado em seus dez dedos para operar o resumo do desiderato que pretendia levar à luz da inteligência de seus próximos. Assim, tomou a jeito dois pedaços de granito, que alisou e preparou cuidadosamente com o precioso cinzel que possuía e, nos dias e noites seguintes, foi esculpindo palavra a palavra a súmula de suas ideias nas duas pedras...



I
Eu sou o Senhor e teu único Deus.
II
Não terás outros deuses ou me confundirás
com algo que me transcenda
cumprindo integralmente estes dez mandamentos
III
Não jurarás nunca em vão sobre meu nome
IV
Guardarás o sétimo dia
para te penitenciares de teus erros
orando e reclamando-me justo perdão.
V
Respeitarás e honrarás teu pai e tua mãe.
VI
Não matarás.
VII
Não te adulterarás com a mulher do próximo.
VIII
Não roubarás.
IX
Não levantarás falso testemunho.
X
Não cobiçarás o alheio
ou quanto seja pertença do teu próximo.



Ao cabo de trinta e tal dias, Moisés considerou que a sua obra estava concluída e em condições enfim de ser transmitida ao povo desavindo. Recompôs pois seu saco e iniciou a penosa descida, rumo à povoação onde o povo se inquietava com a sua tão longa ausência. Alguns tratavam já de guerrear-se entre si para tomar o lugar do chefe, convencidos que o líder não regressaria mais.

Pelo caminho Moisés debatia-se sobre a forma em como iria apresentar a lei feita pelos seus dez dedos. Como lograria contornar os perversos argumentos de seus adversários e até dos amigos mais desconfiados e inseguros. Ao quadragésimo dia, Moisés chegava finalmente ao sopé da montanha. O dia estava deveras cinzento, chovia copiosamente e trovejava. O profeta, convictamente convencido do êxito que operaria entre os seus, sob a tormenta, apresentava-se fortalecido, dando a parecer que estava bem melhor naquele momento do que na altura em que partira...

Logo que a multidão o rodeou por completo, aclamando-o, Moisés ergueu as duas graníticas tábuas da lei e transmitiu o breve conteúdo à enorme assistência. Relampejava e sobre sua cabeça gotejante o esplendor do brilho dava-lhe um magnífico ar sobrenatural. Dentre os hipócritas cépticos, naquela endeusada oportunidade crucial, veio então a temível pergunta:

- Pois... Fostes tu, Moisés, que engendraste e escreveste essa lenga-lenga?...

- Eu?... Eu... Não. Foi Ele... Foi Ele que a fogo escreveu sobre estas pedras e me ordenou o seu cumprimento...

- Ele?... Ele... Quem?...

- Deus!...

O semblante de Moisés mais se iluminou ainda entre o maravilhado silêncio da multidão que, num ápice deslumbrante, o tomou em ombros e o aclamou com intenso fervor e crédito.

Torre da Guia = Portus Calle






































































































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