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Ensaios-->ENSAIO SOBRE UM TEMA DE HELENA -- 08/04/2004 - 08:24 (FRASSINO MACHADO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Proponho a leitura destas palavras, do filósofo Montesquieu, um iluminista. Ele escreveu-as no Século XVIII mas a sua actualidade é de veras impressionante: 'A História está repleta de guerras de religião. Mas tenha-se em consideração que não foi a multiplicidade de religiões que produziu as guerras, mas o espírito de intolerância que animava aquela que se julgava superior.'
Montesquieu, em: Cartas Persas ( 1721 )
Helena Lopes, aluna do 11º Ano do Ens.Secundário

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Olá Helena !
Gostei da tua reflexão à sombra do criador do 'ESPÍRITO DAS LEIS' e tenho a dizer-te que se o seu pensamento sobre a oportunidade profética da História nos faz também pensar e reflectir acerca da alma humana, da sua con-vivência e do seu destino, esta constactação persiste já desde os tempos remotos do homo sapiens passando por todos os grandes clássicos da nossa mesma Civilização: pre-socráticos, platónicos, hedonistas, estóicos, escolásticos, humanistas e finalmente, sim, os nossos racionalistas... tu escolheste Montesquieu e eu talvez escolhesse o grande Voltaire que « viu » essa realidade profundamente estruturada na mente de-mente do género humano! ... E, como dizia o dr.Panglos - veja-se em ' Le Candide ' - se qualquer guerra se torna incompreensível para os seres que pensam e sentem a razão das coisas quanto mais aquelas pelas quais os mesmos seres ditos humanos se batem sem entenderem propriamente a razão da sua ocorrência e conclui mais adiante que qualquer guerra que acontece dá sempre o mesmo resultado: a demonstração da vertente animalesca do ser humano que ainda se não libertou totalmente das peias da sua pre-histórica origem! E escreverá, no início do Século XX, o 'descobridor de interiores da alma' - Raúl Brandão, na sua obra mestra HUMUS - cada um se encontra enfeudado à sua condição abjecta de viajante do absurdo... procurando na relação íntima com as suas fantasmagóricas ilusões um caminho de justificação para coisa nenhuma ... daí o confronto, o conflito e a guerra que, se calhar, já lhe estão na seiva que é como quem diz na sua própria natureza! .
E mais próximo de nós o conhecido filósofo K.Jaspers, bem secundado por N.Berdiaef, respectivamente em O SENTIDO DA HISTÓRIA e MEDITAÇÕES SOBRE A EXISTÊNCIA, dirão mais ao menos isto: tornar-se-á fundamental que o homem sinta, no confronto dos seus próprios limites... mesmo aqueles que mais profundamente os tocam como as questões de interioridade religiosa, a verdadeira natureza da sua fragilidade . Estes mesmos autores rematam, noutro ponto, a necessidade de o homem apelar para a via transcendental como meio de alcançar o lenitivo e/ou a justificação para a sua própria sobrevivência. Daí que tanto as guerras como qualquer outro mal do mundo serão tão só formas de o homem se re-conhecer a si mesmo na sua plenitude podendo, por isso mesmo, justificarem-se como última instância de convivência humana na terra!... Aqui deixo, para finalizar, as palavras do próprio Karl Jaspers: Thus, the most profound unity occurs while heading towards a certain invisible religion, towards various kingdoms of spirit where we mutually encounter and mutually attribute, and toward the hidden kingdom where being is unfolded while our spirits are in harmony . Esta tirada é apenas para tu, que gostas de Inglês, te deliciares com estas sábias palavras escritas no original pelo autor que, embora sendo de origem alemã, escreveu o seu THE SENS OF HISTORY na linguagem de W.Shakespeare.

Com a máxima consideração do
prof. Francisco de Assis/
Frassino Machado
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