Ao falar de irregularidades na natureza, Mandelbrot afirmou que nuvens não são esferas. São estruturas altamente dinàmicas na forma, na verdade. Servem de arquétipo de passagem para viagens de todos os tipos. Aviões passam por elas, por exemplo. Aqueles que sonham também. Bom sinal quando nos sentimos caminhando nas nuvens. É claro que é bom ter os pés no chão, mas como é bom sonhar e voar. Pés no chão e cabeça nas nuvens, dizem alguns. Sem isso, cadê o sabor da vida? Hoje, dia de muitas nuvens, bom para sonhar, bom para imaginar o que se quer lá do fundo do coração. Puxar aqueles sonhos esquecidos nos mais recónditos das dobras interiores do ser infinito que somos, onde nem mais ousamos tocar. Perdemos o encanto, esquecemos dos sonhos. Levar esses sonhos à s nuvens é despertar da sonolência generalizada, doença não diagnosticável. Nas nuvens não há contornos definidos e, como em outros fractais, apesar da área finita, o perímetro é infinito. O sonho de quem a percorre também. É preciso coragem, entretanto, para essa viagem. Coragem de assumir o sonho, a caminhada nas nuvens. Vai contra o racional e há poucos, pouquíssimos, que a entendem. É como uma visita especial de um anjo que muitos insistem que seja um simples sonho, mas que você sabe que é muito mais que isso. É quando as dimensões se tocam. Aí as variáveis são iguais nas diferentes dimensões. Por pouco que seja. Por isso, vale a pena sonhar, vale a pena apostar nesse tipo de sonho. Caminhar nas nuvens é estar lá, na dimensão dos sonhos. É inebriar-se com as delícias do movimento irregular ao sabor do vento. Ou do espírito, já que não deve ser coincidência que a origem das palavras é a mesma. É caminhar irregularmente pelas dobras infinitas dessas formações fractais. É sentir o infinito dentro do finito. É sentir a beleza não definível, a leveza da liberdade. É viajar para o espaço dos anjos. Amém!
|