Prezado Aloísio Bezerra,
trovador alencarino,
respondo à sua Cartrova,
que chegou ao meu destino,
através deste cordel,
dando uma de menestrel,
mesmo sendo pequenino.
Limitando a Pernambuco
a minha apreciação
de nomes de vários vates
que têm grande projeção
e, honrando a Mauricéia,
alcançam qualquer platéia
da nossa imensa Nação.
Tenho de Adelmar Tavares
pela Trova a afinidade
e seu nome está presente
em toda oportunidade
em que o gênero se aborda
porque o súdito concorda
que seu Rei sempre é saudade!
Li, também, quando criança,
de Olegário Mariano,
"o Poeta das Cigarras",
que era, ao tempo, soberano,
o mais querido dos vates,
desta "terra de mascates"
do povo pernambucano.
Depois, vem o Mauro Mota,
poeta das "Elegias"
que foi, também, modernista
e, nas suas fantasias,
foi bom em qualquer Escola
e, tendo o verso por mola,
chegou nas Academias...
Veio o "Poeta do Azul",
digo Carlos Pena Filho,
que só viveu no Recife,
a que emprestou seu brilho,
cujos versos no Savoy
nossa alma nos toca e dói,
o seu sentido estribilho...
"Por onde vou é caminho"
nos disse Joaquim Cardoso,
o arquiteto e poeta
modernista talentoso,
pois, é forçoso dizê-lo
que, quem verseja com zelo
torna seu nome famoso,
sem ter Escola a detê-lo...
E, por fim, dos que mais gosto,
João Cabral de Melo Neto,
"Vida e Morte Severina"
o relatório completo
do sofrer da região,
dos sete palmos de chão
e defunto analfabeto...
Sem ter mais intimidade
com poesia dos demais,
ja li de Ascenço Ferreira
que, olhando os canaviais,
vendo as plantas ondulantes
desde a janela de um trem
a impressão que se tem
é das ondas verdejantes!
Já o poeta Waldemar Lopes,
sonetista de primor,
nos fala de Portugal
com a pureza do amor
que até parece que a gente
lá na "Terrinha" se sente,
em Lisboa ou onde for...
E, Nicolino Limonge,
do verso grande expressão,
poeta que ama o Recife
e não tem a projeção
que seu nome bem merece,
porque ele desaparece
se existir "badalação"...
Em outra oportunidade
de outros nomes falarei,
que agora o fiz de memória
porquanto não planejei
botar tudo no papel,
nestes versos de cordel
que são o pouco que sei...
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