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Ensaios-->O PRAZER PELO PRAZER -- 22/02/2004 - 14:36 (OLYMPIA SALETE RODRIGUES - 2 (visite a página ROSAPIA)) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O PRAZER PELO PRAZER

Eu cantei exaustivamente o AMOR. Fui até chamada Afrodite... por poetas amigos. E sempre me orgulhei disso. Entretanto, minha experiência pessoal, revista e refletida num balanço de vida, me leva a questionamentos não inteiramente novos, mas agora retomados dentro da minha realidade. O balanço me deu o seguinte resultado: tive incríveis experiências de amor, tive também relacionamentos em que o amor não entrou, que rolaram sempre como busca de prazer. E vejo, sem tanta surpresa, que fui muito mais feliz no prazer do que no amor, eis que o amor sempre terminou em mágoa, o prazer nunca deixou mágoa nenhuma.

Rememoro aqui, rapidamente, coisas que escrevi e que muitas vezes soavam contraditórias. Em meu Artigo A FORÇA DO SEXO, eu pretendo mostrar o lado cru e natural do nosso desejo sexual e levar à reflexão de que nosso comportamento, ao desejar alguém, é quase sempre autocensurado. Já no Artigo 'LAVOU TÁ LIMPO', comento o cinismo latente dessa expressão, saindo em defesa dos homens (leia-se machos). E nele fica muito clara a censura da sociedade em que vivemos e que nos castra. No Artigo O AMOR NA VELHICE, eu exalto o amor em todas as idades, mas com ênfase aqui na velhice, lamentando os preconceitos que não vêem com bons olhos o exercício do amor e do sexo depois de certa idade. Estimulo, ali, a entrega do amor ao ser amado, transcrevendo um poema de Cora Coralina, lindo e sincero como sincera era minha posição. E da mesma forma eu dou dicas de entendimento entre casais que se encontram desestimulados, mas ainda sentem os apelos do amor, no Artigo COMUNICAÇÕES AFETIVAS. E quem me lê sabe a importância que dou a esse sentimento. Em meus textos pululam frases do tipo: “o prazer é melhor quando existe amor”, “prazer com amor é muito, muito mais gostoso”, “o amor transforma o prazer de branco-e-preto em tecnicolor”. Essas afirmações, reconheço, traziam embutida a idéia de uma certa ilicitude ao prazer sem amor. Coisas de poeta, com certeza, válidas, mas nem sempre... E afirmo aqui que não desdigo o que disse. Apenas revejo e me dou o direito inalienável de mudar, sem nada forçar, pois, como todo ser humano, nasci para ser feliz, não para sofrer.

Hoje, a partir de minha própria experiência, revejo tudo numa nova ótica. Amei muito e fui muito amada. Todos os meus amores terminaram em frustração e deixaram muita mágoa. Também tive relacionamentos sem amor, todos buscando e encontrando sexo por sexo. Em ambos os casos tive momentos inesquecíveis, mas hoje os vejo com uma diferença enorme.

Quando amava não me sentia tão livre, a entrega era linda, mas angustiante. O amor desperta sentimentos mesquinhos de posse, de ciúme, um desejo nem sempre percebido de querer mudar o outro, até de acreditar que possa mudar mesmo, e tais sentimentos vão aos poucos minando o amor. Frustrações inúmeras e enormes se acumulam. A luta para vencê-las é sempre muito desgastante. O sexo não é mais o mesmo, consciente ou inconscientemente criamos limites e nunca estamos satisfeitos. É o amor funcionando como freio, o amor criando culpas e complicando tudo. E tudo isso se agrava quando nos deparamos com o conceito de fidelidade. É um conceito cruel e muitas vezes mascarado. Popularmente se pensa que fidelidade é não ir pra cama com outro ou outra. Na verdade, fidelidade é declarar ao “ser amado” que ele não é mais amado. Fidelidade é sair do relacionamento mesmo à custa de sofrimento, pois temos que ter coragem para deixar tudo, os dois lados, o bom e o ruim. Fidelidade é não dizer “eu te amo” na hora do prazer, como a querer se enganar. O mais é deslealdade pura e simples, atitude que nem sempre encaramos e que tentamos dissimular até o fim. Por tudo isso, quando o amor não resistia e terminava definitivamente, a sensação era de perda, de fracasso, de vazio, acarretando um sofrimento bem maior que aquele experimentado enquanto durava a relação.

Quando o relacionamento era encarado apenas como prazer, eu me soltava, me sentia livre para dar e receber, facilitava o diálogo e a reflexão. A separação acontecia por motivos diversos, nunca por desencontros e raivas disfarçadas. E, o mais importante, nunca deixava mágoas. Ambos seguiam com a sensação de terem crescido e muito acrescentado na própria experiência.

O prazer pelo prazer é uma vitória sobre o amor porque jamais intimida, não aprisiona, jamais proíbe ou nega, faz com que cada um queira sempre mais sem o menor compromisso e sempre com respeito, mútua realização. É maravilhoso sentir que estamos respondendo à nossa natureza na medida de sua necessidade, que estamos dando à nossa carne o que ela pede aos gritos, que alimentamos a nossa vida com o que existe de mais forte em nós. E o equilíbrio se faz naturalmente e nos torna cada vez mais felizes. E não há sofrimento, há uma alegria serena, uma paz incalculável. a realização completa pelo puro instinto.

Aos meus leitores que queiram me acompanhar nesse novo caminho e queiram refletir sobre esse meu depoimento, aconselho a Leitura do Artigo de Konstantin Gavros - PARA QUE SERVE O AMOR ?. Leiam, pensem, passem adiante, discutam com amigos, familiares, companheiros, concordem ou não, mas tirem suas próprias conclusões e as assumam.

LEIAM:
PARA QUE SERVE O AMOR?

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