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Ensaios-->12. ÀS SETE IGREJAS -- 19/02/2004 - 08:51 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

O “Apocalipse” de João, o Evangelista, foi dedicado às sete igrejas da Ásia. Obra inspirada por Jesus, foi transmitida ao apóstolo através de anjo rutilante de amor, que compareceu para as sessões de mediunidade vestido como poderoso mortal pelas feições e pelos paramentos, mas espírito puro no que respeita à influenciação que exerceu sobre a mente e o coração do médium excelso (Apocalipse, 1:1-20). Dada a capacidade de vidência e de psicografia, não necessitou o apanhador dos ditados mais do que sua desenvoltura para receber os fluidos energéticos, de forma que pôde realizar trabalho até hoje ímpar no campo das manifestações espirituais.

Por que foi obra tão magnificente dedicada às sete igrejas da Ásia? Porque eram as que se encontravam periclitantes e necessitadas de apoio logístico doutrinal, de modo que os pastores pudessem sofrear os seus rebanhos com nova descarga de poder magnético conceitual, capaz de imprimir às mentalidades de então procedimento de contenção dos males a que estavam tendendo e que provocariam inequívoca defecção, arruinando-se de vez o trabalho preparatório exercido pelos diversos peregrinos santos que por lá andaram e pregaram, especialmente Paulo e Pedro.

Por que o texto apocalíptico é tão hermético e possui fulgurações de previsões trágicas tão intensas e tão iminentes, afirmando: “os tempos estão chegando”, e dizendo que até os que seviciaram o Cristo teriam oportunidade de meditar a respeito da boa-nova? Porque era preciso utilizar a linguagem mística mais apropriada para espíritos tão necessitados do maravilhoso para crerem na veracidade dos ensinamentos encaminhados por Jesus aos seres humanos. Se Deus necessitou de arcanjo com luzente espada para colocar à porta do paraíso e de outros deslumbramentos, que dizer, então, dos espíritos guardiães dos novéis cristãos que se desarvoravam diante das ameaças de perseguição?!

Era necessária forte argumentação, sob os auspícios da mais lídima autoridade. Quem, além de Jesus, poderia conter os ímpetos impuros dos que desejavam repudiar a fé nascente? Assim, foi dada a João a oportunidade de testemunhar a força do poderio espiritual e de tal forma o fez e tão fortes foram as palavras que se utilizaram que até hoje o homem comum treme diante da possibilidade da libertação da Besta, que representaria a calamidade total, a destruição absoluta da vida sobre a face da Terra.

E, no entanto, o texto foi dedicado às sete igrejas da Ásia. Seus efeitos, portanto, deveriam circunscrever-se à atualidade da pregação e os aspectos proféticos encerrar-se-iam no âmbito mesmo das expectativas daqueles povos.

Era a velha tática tão repetida no “Velho Testamento” de impelir o homem a proceder com lisura pelo temor de ofender os princípios religiosos, quando não a própria entidade deificada. O que residia no fundo da consciência de cada cidadão não era a figura radiosa de Jesus, anjo de candura, bondade e complacência, paladino do perdão, protetor dos que se arrependiam e dos que professavam a nova crença que se espraiava; o que morava no fundo do coração de cada ser humano, na época, era o temor ao fogo dos infernos, era o medo da vingança, era o receio do sacrifício de suas posses. Se o pobre mortal fosse tentado a subverter a ordem admitida pela sua mentalidade, formada e deformada sob a orientação das palavras dos mais diferentes pregadores das seitas colocadas em situação de perigo, deveria ter sólidos argumentos em que fundamentar a nova crença. E essa noção de força se continha ainda no espírito de quantos lutavam na primeira linha da frente de batalha.

Não nos coloquemos, pois, como leitores necessitados do “Apocalipse”, segundo a ordem de prioridade que acima estabelecemos. Desde o momento em que se deu a sua divulgação inicial até a presente data, muito se modificou a situação do mundo. Hoje não temos mais necessidade de ver adentrar nossa casa legião de anjos resplandecentes para crer em que Deus vela e, misericordiosamente, anela por nossa recondução ao caminho do bem. Hoje temos outro discernimento, esclarecidos que temos sido pela terceira revelação, que não necessitou senão do Espírito de Verdade para nos convencer a peregrinar em amor, justiça e caridade, na direção do reino do Senhor. Consolemo-nos com a palavra terna de Jesus e abramos nossas mentes com a pregação contida na codificação kardecista. Ajamos com boa vontade em favor de nosso semelhante e verificaremos que não estamos mais necessitados das palavras incendiárias do texto apocalíptico.

Vejamos nos mistérios ali contidos a solução mesma do seu enigma. As palavras são misteriosas e assombram porque era essa a sua finalidade. Nada mais significavam. Não há Besta a ser solta. Os tempos rolaram, vinte séculos se passaram; não há necessidade de tentar interpretar as infelicidades da premonição apocalíptica como o final dos tempos. Para quantos o fim já chegou em diversos encarnes de absoluto sofrimento?! Não há precisão, pois, de mais ansiedade, de mais angústia, de mais dor moral nem de expectativas infundadas. A guerra bate à nossa porta? Quantas nesse período já concluíram, tendo trazido o frêmito da mais profunda angústia aos que acreditavam que os tempos eram chegados!

Saibamos ver nos cabelos brancos da personagem-anjo que trouxe a mensagem a João o resultado da experiência, da vivência e do conhecimento da alma humana. Não ergamos nós, porque não recebemos procuração para isso, a espada de dois fios que trazia presa à boca. No máximo, saibamos vestir a sua imaculada veste branca, cor símbolo da paz e da pureza, e reneguemos os petrechos de ouro que portava, sinais de luxo e riqueza materiais para dar a ilusão de poder econômico. Reconheçamos em suas palavras o vigor, a energia e a pujança de sua inteligência e de sua vontade de prescrever os caminhos que devemos seguir, mas não nos atemorizemos com a tolice das ameaças que prometem destruição para justos e injustos, humildes e orgulhosos, pobres e ricos, fiéis e infiéis, espiritualistas e materialistas. Ergamos o nosso monumento pessoal de fé no divino poder, mas confiemos em que Deus é justo e nunca iria cozer no panelão indiscriminado do Inferno todas as suas criaturas, só porque “os tempos estão próximos”.

De temor e de tremor deve ser feita a nossa oração, mas não diante da fúria divina, senão perante a nossa própria imperfeição, os nossos vícios e os nossos crimes. Verdadeiramente, se nosso procedimento for indigno, sobre nós recairão, com toda a certeza, as predições mais cáusticas do “Apocalipse”. Mas, certamente, quem nos arremessará, irrevogavelmente, no caldeirão da dor e do arrependimento será a nossa consciência despertada para o bem que deixou de praticar e remoída pelo remorso dos crimes perpetrados. Tenhamos, cada um de nós, inscrito no coração o nosso apocalipse e esqueçamos de vez o sofrimento perverso que seria administrado por Deus às multidões, mesmo que ocorram hecatombes e guerras sanguinolentas. Se nós soubermos administrar, em favor de nosso irmão, os recursos de que somos dotados, inevitavelmente receberemos dos nossos protetores o seu manto de paz e amor.

Saibamos, pois, compreender o texto bíblico e não nos iludamos com o vigor e a força dos termos em que foi vazado. Transformemos o geral no particular e oremos com muita fé, para que, a cada dúvida que nossa mente for capaz de suscitar, possam os espíritos guardiães fazer chegar intuitivamente ao nosso coração a real resposta, de sorte a nos iluminarem o caminho para a nossa redenção.



Comentário

O presente texto chega no momento oportuno do prazo final dado pela Organização das Nações Unidas ao Iraque para que desocupe o Kwait, desobrigando moralmente os Estados Unidos da América de responder pela força à invasão militar. Todos os bloqueios espirituais estão sendo derrubados, para que se consiga minimizar os efeitos do conflito inevitável. Se há aspectos religiosos embutidos nas causas reais da guerra, muito mais fortes são as influenciações cármicas que opõem, de modo dramático, os diferentes povos envolvidos no litígio.

Se fora possível evitar a destruição, pode o amigo leitor crer em que o faríamos; mas devemos submeter-nos à ordem e à lei instituída pelo Pai para este planeta e para os seres que aqui crescem e buscam livrar-se dos liames que os prendem ao domínio da matéria.

Se guerra houver, estará o plano espiritual adequadamente preparado para atender à aflitiva condição dos homens. Entretanto, como em cada coração parece vibrar mais forte o componente do ódio e da vingança, muito mais força obtêm aquelas entidades estimuladoras do conflito, que, das zonas purgatórias do báratro, conseguem infiltrar junto aos encarnados certa necessidade mental de infligir aos inimigos a vergonha da derrota.

O que nos pesa, nestas circunstâncias, é ver o socorrismo espiritual como que de mãos atadas, incapaz de exercer a sua missão na plenitude de sua capacidade. Agora é hora de muita prece, pois tudo sempre está nas mãos de Deus.

Fique o caro amigo bem cônscio de seus deveres e obrigações e não se deixe levar pelas aparências que a matéria assume. É preciso elevar o pensamento ao Criador, que dele obteremos as necessárias explicações para tudo compreendermos. Se um simples médico na linha da retaguarda pode medicar feridos, amenizando-lhes o sofrimento físico, também nós, em nossa distante condição de observadores, podemos levar o nosso lenitivo espiritual ao sofrimento moral de quantos forem atingidos pela maldade e pelo tóxico da grandiosidade humana. E essa nossa ajuda obterá êxito quanto maior, à proporção que conseguirmos vibrar com pureza e determinação em favor de todos os sofredores, independentemente da bandeira que os represente.

Ergamos aos Céus as nossas preces mais comovidas e façamos por eles como gostaríamos que se fizesse por nós.

Inevitavelmente, quando o nosso texto chegar ao conhecimento público, os acontecimentos estarão definidos desde há muito, mas não se perca a nossa recomendação, pois muito haverá de ser feito ainda pelos irmãos sofredores, pois o ódio grassa e os crimes avolumam-se, indicando que, qualquer seja a época, muitos ainda restarão a necessitar de nossa ajuda, fruto de atitudes infelizmente inteiramente estranhas a tudo que o Cristo pregou e os anjos nos ensinam.

Como nos falta hoje, diante de tais circunstâncias, um João Evangelista a enviar para o Oriente Médio novo “Apocalipse”, em que se pudesse evidenciar não mais os horrores dos sofrimentos, mas a profunda desarmonia espiritual de cada protagonista do conflito. Que palavras seriam suficientemente fortes e audazes para desacreditar o homem de seu poderio diante do Senhor? Que inspiração seria suficientemente elevada para demonstrar a inutilidade cármica desse sofrimento? Que divina luz deveria ser acesa para iluminar as mentes e os corações para a compreensão da vida e da existência?

Como somos fracos hoje, como somos impotentes diante da grandiosidade e da extensão dos crimes! Mas Deus é eterno e soberanamente bom e justo. Confiemos nele!

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