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Poesias-->24. REPETIÇÃO E PACIÊNCIA -- 30/01/2003 - 06:52 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Não tenho outro interesse, em minha vida,

Do que mostrar ao mundo a dura lida

De quem não compreendeu o que é virtude.

Os compromissos devem ser saldados,

Com coração e mente serenados,

No aguardo de que Amor a alma mude.



Não devo prosseguir na rude linha,

Tornando a minha rima comezinha,

A ponto de espantar o bom leitor,

Que os versos têm de vir sempre formosos,

P’ra produzirem n’alma fortes gozos,

Ao sentirem-se afeitas ao Amor.



Estava preparado p’ra poesia

E vim mostrar ao povo esta alegria

De organizar a estrofe e o estribilho.

Aqui chegando, examinei a trova

E o meu “cavalo” deu forte corcova

E eu caí sem forças e sem brilho.



Estou brincando, pois, naturalmente,

As coisas chegam juntas p’ra quem sente

O mesmo ardor divino no trabalho.

O contratempo não me pôs alerta,

Pois o compadre aí capricha e acerta,

Disposto sempre a me “quebrar o galho”.



Vim solidariamente versejar,

A revirar as rimas do bazar

Que a mente deste médium me ofereça.

Aí, compreendo a norma da poesia,

Que qualquer um aqui melhor faria,

Se já trouxesse as rimas na cabeça.



Os “pontos-chaves” do poema todo

Vêm à lembrança a jato ou vêm a rodo,

Porquanto é muito fácil de ditar:

Basta um pouquinho só de imantação,

Que os versos vão passando de roldão,

Embora a gente queira ir devagar.



O médium desaprova o nosso tema,

Porque falar dos versos no poema

O pôs cansado e triste, tantas vezes,

Embora reconheça que são novas

As emoções que nutrem estas trovas,

Que se repetem sempre, há tantos meses.



A inspiração divina nos falece,

Por isso, repetimos sempre a prece

Que o Mestre, certa vez, nos ensinou.

E, mesmo assim, o povo não compreende

E a oração tão bela nunca rende

Os fluidos de um amor que não murchou.



Vamos mostrando, pois, que a nossa estima

Há de montar-se sempre em doce rima,

Conquanto repetida e cansativa.

Quem sabe alguém, aproveitando o ensejo,

Venha trazer virtudes de sobejo,

Para tornar a estrofe bem mais viva...



— “É obsessão, é fúria demoníaca.

Há de causar uma lesão cardíaca,

Que o pobre médium, por sofrer estresse,

Vai enfrentar um mal psicossomático,

Pois já começa a estar bem sorumbático:

Pronto-socorro a vítima carece.”



Eu demonstrei que a rima vai variar.

É que a paciência vem mais devagar,

Quando se conta o tempo por minutos.

A vida, assim, se esgota, seja aos poucos,

E os nossos cantos vão ficando roucos,

Enquanto amadurecem os tais frutos.



Não há de suspeitar de invigilância,

Que as trovas não demonstram que há ganância

De se alcançar o belo, a qualquer custo.

O verso vem rasteiro e linear

E, se alguma expressão cá rebrilhar,

Há de causar, no autor, o maior susto.



Outra virtude inata da poesia

É a obediência às normas, que faria

Um mal danado, caso desprezada:

O decassílabo teria fim,

Se a sexta sílaba não fosse, assim,

Na quarta e na oitava assinalada.



Como fazer a trova mais depressa?

Somente se se achasse bom à beça

Representar a dor, em rude prosa,

Deixando o amor, o bem, a paz, a prece,

Como roteiro que emoção carece

Dos compassos gentis de alegre glosa.



No encerramento de mais este dia,

É bom que se confirme que a poesia

Descai do etéreo para a mente humana.;

Que o caro médium sofre muito pouco,

Caso contrário, ficaria louco,

Que a pobre rima nunca se engalana.



Agradecer ao Pai é de rigor,

Pois me dá tempo até para compor,

Embora o sofrimento não se esqueça.

Quem sabe, um dia, a prece do “pai-nosso”

Vá permitir dizer que eu também posso

Apaziguar as dores da cabeça.



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