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Ensaios-->1. OBJETIVOS -- 08/02/2004 - 07:57 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Um dos princípios do Espiritismo revelado por Kardec em sua Introdução a 'O Evangelho Segundo o Espiritismo' é o estudo dos textos das Escrituras, de portas abertas pela chave dos ensinamentos dos espíritos. Acompanhemos a leitura:

“Muitos pontos do Evangelho, da Bíblia e dos autores sacros em geral não são inteligíveis e muitos mesmo parecem irracionais, pois falta uma chave para compreender-lhes o verdadeiro sentido; tal chave está por inteiro no Espiritismo, conforme disso já se convenceram os que o estudaram seriamente e conforme se reconhecerá melhor ainda mais tarde. O Espiritismo se acha por toda a parte na antigüidade e em todas as eras da humanidade[...]”(1)

A longa transcrição nos faz pensar em que a leitura da obra é de obrigação. Realmente, ao nos atrevermos a vazar alguns comentários a respeito da Bíblia e dos Evangelhos, como ainda dos atos dos apóstolos, supomos que nossos pretensos leitores já se tenham compenetrado dos valores absorvidos e disseminados pela obra da moralidade realizada por Kardec. Aliás, além dessa, é fundamental a leitura de “O Livro dos Espíritos” para compreensão exata de nossos pontos de vista, firmados, evidentemente, sob critérios absolutamente coerentes com os ensinos que nos vêm sendo ministrados por nossos instrutores, ministros de elevado plano espiritual.

Introduzamos agora a nossa chave na fechadura e abramos uma porta das “Sagradas Escrituras”. Leiamos o “Livro de Rute”, especialmente o capítulo segundo, em que Boaz fala a Rute:

“Ouve, filha minha, não vás colher a outro campo, nem tão pouco passes daqui; porém ficarás com minhas servas. (Rt., 2:8)”(2)

Não vamos transcrever o inteiro teor da fala da personagem, mas solicitamos que o amigo se inteire dela para prosseguir esta leitura, como, de resto, deverá fazê-lo a cada nova mensagem.

Pois bem, todo o aconselhamento do bondoso senhor pode ser transformado, metaforicamente, como sendo a fala do Pai à humanidade, resumindo os deveres.

Rute caminhava, humilde, após os segadores e as colhedoras para apanhar os grãos de trigo que se perdiam em meio ao alvoroço das palhas desprezadas. Boaz recomendou, então, aos servos que deixassem para trás até espigas inteiras com que se alimentassem a pobre mulher e a sua família.

Vemos aí a generosidade do Pai, que, à medida que o homem vai solidificando o seu amor, a sua fé, a sua confiança no porvir, a sua sabedoria e o seu proceder moralmente sadio, vai possibilitando o acrescentamento de bens ao seu acervo, de sorte a culminar com a integração total da humanidade no reino de Deus, da mesma forma que Rute terminou por desposar o seu benfeitor, não sem antes ter passado por inúmeras provas.

Se bem analisarmos a lição contida nessas maravilhosas páginas, estaremos aptos a penetrar a fundo no texto bíblico, evocando o contexto espiritual adequado para a compreensão dos pensamentos que se embutiram em suas brilhantes narrativas.

Como fizemos com o trecho relativo à aventura de Rute, poderemos realizar com todos os contos que se inscreveram em todos os livros, variando, evidentemente, o conhecimento doutrinário de que utilizaremos para a percepção do ensinamento a ser deslindado.

Vejamos como devemos agir para obter do modo mais perfeito esse tônus mental propício, observando as palavras de Jesus.

A mulher de Zebedeu, mãe dos apóstolos Tiago e João, pediu a Jesus que, em seu reino, fizesse com que os filhos se assentassem a seu lado. Jesus, antes de responder, inquiriu se o sofrimento estava nas cogitações deles como necessidade cármica, ao que recebeu por resposta que sim. Não sabemos das convicções da mulher, se tinha consciência da superação dos ideais e ilusões materiais para o credenciamento espiritual, ou se, em sua indigência mental, acreditava que o prêmio iria perfazer-se na Terra mesmo. De qualquer forma, Jesus aceitou a resposta e se disse impotente para atender à solicitação, afirmando que o que viesse a ocorrer seria por determinação do Pai. Insurgiram-se, então, os demais apóstolos contra os dois irmãos, obrigando Jesus a interferir. Ouçamos o Mestre:

“Vocês sabem que os príncipes das nações as dominam e que os grandes as tratam com autoridade. — Não pode acontecer o mesmo entre vocês; mas quem desejar tornar-se o maior seja seu serviçal; — e quem desejar ser o primeiro entre vocês seja seu escravo; — assim como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e para oferecer sua vida para a redenção de muitos.” (Mt., 20:25-28)

Ainda aqui a lição da humildade a nortear o mapeamento de vida das criaturas. O exemplo da sociedade humana não serviu como paradigma para o procedimento relativo aos ideais de ascensão espiritual. Se, dentre os encarnados, por princípio de disciplina para organização social, a hierarquia deve prescrever que os maiorais comandem e os povos sirvam, para o crescimento no campo evolutivo, manda a regra que todos sirvam, a partir do exemplo maior do próprio Jesus.

Sendo assim, vem o Espiritismo para servir à humanidade, fornecendo-lhe o instrumental necessário para a compreensão integral da vida e da existência. Não há objetivo mais puro e mais concorde com os ensinamentos dos irmãos de luz. Sirvamo-nos dele para servirmos aos nossos semelhantes. Façamos de suas luzes o bem maior a ser conquistado para nosso ingresso nas fileiras do Senhor. Atendamos às suas recomendações para extrairmos da vida as condições de acesso ao reino do Pai. Para isso, é necessário que ampliemos a nossa visão da realidade, com muita dedicação e espírito de sacrifício. Perguntou Jesus:

“Podem vocês beber o cálice que eu vou beber?” (Mt., 20:22)

Respondamos afirmativamente, cônscios dos sacrifícios que advirão desse nosso desejo de progresso. Saibamos ponderar com dignidade e profunda reverência todos os sagrados escritos bíblicos, para podermos haurir desse manancial de soberba magnitude. Apanhemos dessa maravilhosa linfa com a vasilha do amor desperto e esparjamo-la por todos os nossos semelhantes, recolhendo, humildes, cada grãozinho que nos tiver sido destinado, para nos fartarmos com as energias que contiverem e para oferecê-las aos nossos familiares, aos nossos amigos, aos nossos confrades.

Ergamos em prece as nossas mãos aos Céus e agradeçamos ao Senhor a sublimidade da aventura desta vida e da existência, mas façamo-lo com o coração liberto das opressões mundanas e com a mente aberta para a verdade da criação. Reconheçamos nas forças espirituais que nos amparam o poder de vinculação com o Alto e aceitemos pacificamente as suas objurgatórias e admoestações, para refrearmos os nossos vãos desejos de grandiosidade. Rojemo-nos de joelhos diante do Pai e amemo-lo com todo o poder de nossa emoção e toda a capacidade de nossa mente. Reservemos ao próximo o amor que dedicamos a nós mesmos e digamos:

“Senhor! Senhor!”, e poderemos entrar no reino dos Céus.(3)



(1) KARDEC, Allan — O Evangelho Segundo o Espiritismo. Trad. de Wladimir Olivier (inédita).
(2) A Bíblia Sagrada — Antigo e Novo Testamento —. Trad. de João Ferreira de Almeida. Ed. rev. e atual. no Brasil. Rio, Sociedade Bíblica do Brasil, 1959.
(3) O ESPÍRITO DE VERDADE, in O Ev. S. o Esp., op. cit.

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