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Ensaios-->A Equação ainda é do primeiro grau -- 26/01/2004 - 23:47 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


A Equação é Antiga. Arme e Efetue
(Por Domingos Oliveira Medeiros)

Esta frase, “Arme e Efetue”, principalmente para os mais antigos, traz boas recordações. Lembranças do tempo em que a educação fundamental - e de boa qualidade - era garantida pelo Estado.

A frase encabeçava todas as páginas do dia-a-dia do caderno de matemática. Sim, era isso mesmo. Tínhamos dois cadernos para essa matéria. No primeiro, o registro das questões teóricas. As fórmulas, os princípios, os fundamentos, enfim; o segundo, destinado aos exercícios de resoluções, propriamente dito, a prática.

No início, eram as contas. Daí a frase “Arme e Efetue”. Depois, e à medida que íamos avançando, o caderno passava a servir para os problemas mais “complexos; problemas que versavam sobre frações ordinárias, regra de três, porcentagem, sistema decimal, etc. Tudo isso, diga-se de passagem, com a sugestão para tirar a prova dos noves; prova que a garotada achava o máximo.

Naquela época, portanto, os problemas, de modo geral, eram tratados com método e com responsabilidade. Aí incluídos os problemas governamentais.

Diferente de hoje, a despeito de serem, os atuais problemas, de outra ordem. São bem mais complexos, evidentemente. Mas, em compensação, estamos mais experientes e com uma gama de recursos tecnológicos que facilitam a seleção da alternativa mais próxima e mais adequada para cada caso.

Não vejo, portanto, motivo de desculpas para que os dilemas modernos não sejam tratados com método e com responsabilidade. E que não tenham soluções, de curto ou médio prazo, conforme estamos cansados de ouvir de nossos governantes.

Só posso atribuir este fato à fragilidade ou má vontade, principalmente de alguns políticos e governantes, que, tudo indica, ou não gostam de matemática, ou não aprenderam a “armá-los e a equacioná-los”.

E este “paradoxo tecnológico” surpreende, justamente porque ele acontece na medida em que avançamos em relação ao desenvolvimento científico e tecnológico dos instrumentos que auxiliam os processos decisórios.

E os problemas, antigos ou novos, armados e equacionados, no lugar de serem resolvidos, diante do manancial de instrumentos, métodos e recursos colocados à disposição dos planejadores, vão se acumulando, como que resultado de uma incompreensível indiferença para com os mesmos.

A realidade surge e avança no tempo. Primeiro, as máquinas de datilografia manuais. Com fitas pretas e vermelhas. Depois, e aos poucos, foram sendo substituídas pelas máquinas elétricas.

Com as elétricas, avançamos para as máquinas com esferas e com memória. Quem não se lembra da IBM?

Logo em seguida, as calculadoras eletrônicas; que substituíram o esforço mental para calcularmos a raiz quadrada, o valor do “pi”, o seno e co-seno, os produtos notáveis e outras tantas fórmulas algébricas e geométricas.

Quem for daquele tempo deve recordar, por exemplo, que o produto dos extremos era, e ainda é, igual ao produto dos meios; ou lembrar da fórmula: “xis ao quadrado (+ ou -) raiz de “b2”, menos “quatro a c”, sobre (ou dividido) por dois “a”.

Hoje contamos com um imenso universo de informações e dados colocados à nossa disposição através da informática. No entanto, parece que o ser humano, mais do que resolver problemas, tem uma tendência natural para criar problemas. Ou empurrá-los com a barriga. Possivelmente, a causa dessa disfunção esteja centrada no egoísmo, na vaidade, na ganância, na inveja, na infidelidade, na soberba, enfim, nos sinais do tempo: que dividem, diminuem; e nunca somam ou se multiplicam. A não ser quando se trata de beneficiar um pequeno grupo de privilegiados. O pequeno grupo de sempre. Os que detêm o poder econômico, aliado ao poder bélico e, por conseqüência, ao político.

Estes, provavelmente, os maiores beneficiados com os “avanços” tecnológicos, em todas as áreas. Na produção de bens, substituindo máquinas por trabalhadores; na medicina, pelo acesso aos modernos equipamentos laboratoriais e cirúrgicos; nos bancos, distanciando-se, cada vez mais, dos clientes, dos quais só interessa, tã0-somente, os recursos financeiros colocados à sua disposição.

De resto, os avanços tecnológicos, paradoxalmente, servem aos maus. O celular, por exemplo, ao crime organizado, mesmo quando alguns de seus líderes encontram-se trancafiados em prisões ditas de “segurança máxima”. Aviões, servem de bombas humanas, para a prática de atos terroristas. O raio laser, melhora a mira e torna o alvo mais fácil de ser atacado, inclusive à noite, usado tanto em armas como em aeronaves de guerra.

E, mais recentemente, os avanços na área de robótica têm servido para que os governos justifiquem o nível elevado de desemprego. Dizem que os atuais trabalhadores não estão qualificados para o seu desempenho. Como se na construção civil, por exemplo, os tijolos fossem virtuais; e o cimento não precisasse da mão calejada do ajudante de pedreiro. E a informática, a despeito de todas as suas vantagens, vem facilitando a divulgação das drogas, da prostituição, da pedofilia, dos golpes financeiros, e tantas outras mazelas.

Chego a pensar que o futuro da humanidade ficou para trás. No passado. A partir da descoberta da paz e do convívio sadio entre as pessoas e nações.

Domingos.



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