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Ensaios-->41. SENHOR, EU VOS PEÇO... -- 21/01/2004 - 07:35 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

As palavras com que clamamos ao Senhor nem sempre brotam diretamente do coração. Às vezes, são produzidas pelo cérebro, sem o concurso dos sentimentos que lhes seriam correspondentes. Quando o emitente da vibração percebe isso, fica perplexo diante da insensibilidade e, sendo inteligente, evita progredir nesse sentido, implorando, antes de mais nada, que sua prece adquira ou readquira os méritos da integração de ambos os domínios das faculdades humanas.

Outras vezes, o intelecto é que se surpreende pelo pedido exposto tão-só por via sentimental e, nesse caso, exerce pouco poder diante das fortes vibrações de que parecem participar todos os demais órgãos da estrutura somática. É como se o corpo tivesse vida própria, independente da fria e calculista razão. De novo, a prece que convém é o pedido de retorno ao equilíbrio, de sorte que o ser não venha a manifestar desejos impossíveis de atendimento ou que, se atendidos, invertessem a possibilidade de crescimento, que se daria não mais no primitivo sentido estabelecido para a vida em decurso, mas inculcaria novas diretrizes, alheias ao planejamento, criando enormes dificuldades para o reingresso na trilha predeterminada.

Veja você, caro amigo, como tem procedido nos momentos de recolhimento espiritual. Verifique com que força tem solicitado benesses para o irmão desvalido e com que intensidade e freqüência tem recorrido aos protetores pela sua pessoa, objetivando ganhos no campo de atuação que tem eleito, em detrimento do cumprimento dos objetivos maiores de sua vida. Se o cérebro preponderar, pode ocorrer de estar solicitando tão-só benefícios aos demais, pois a arguta malícia da mente conhece com rigor as leis e sabe que o proveito que o indivíduo tira do desinteresse pela realização pessoal é muito superior do que se solicitasse só para si mesmo.

Por outro lado, veja se não é o coração que está prevalecendo, de modo a sobejarem solicitações de progressos pessoais nos campos material e espiritual, mesmo que envolvam outras seres, mas cujo intuito primeiro é a concretização das aspirações do momento, de sorte a se satisfazerem os desejos carnais mais pueris e circunstanciais.

Faça da prece, bom amigo, o sadio recurso para solicitar compreensão do destino, daquele que você ajudou a organizar por ocasião dos preparativos deste encarne, de forma que lhe possam ficar bem claros ao pensamento quais os atributos que lhe estão faltando, em busca dos quais terá de partir, integrando à perfeição mente e corpo ou, em linguagem mais rebuscada, psique e soma, de sorte que tudo que você fizer, no âmbito social, possa repercutir, na forma de conclusões morais, em seu espírito, e tudo o que você seja capaz de elaborar, na mente, possa servir de orientação para o procedimento no campo dos relacionamentos físicos, no sentido positivo de concretizar eventos que signifiquem progresso, rumo à vereda da salvação.

Não se esqueça jamais de que o atributo essencial para a prece é a verdade absoluta no que se refere às suas intenções, sejam o fruto de raciocínio meticuloso, sejam o produto do anseio de viver em conformidade com os preceitos evangélicos. Não se atemorize nunca diante das criaturas por Deus encarregadas de preservar-lhe a integridade espiritual, mesmo que se veja compelido a confessar a elas os pensamentos de baixa extração, os desejos impuros, as manias perniciosas, os hábitos improdutivos, 0s vícios prejudiciais à saúde do corpo e do espírito, as ânsias de poder e dominação, a angústia diante da impotência de realização até de ideais impróprios. Os espíritos encarregados da vigilância do cumprimento de suas tarefas de vida saberão obtemperar-lhe a argumentação e lhe darão o esclarecimento oportuno, para que você possa restabelecer o padrão que se desviou da rota previamente traçada.

Agora, se agir sob malícia, não se revelando nas orações, por falsidade e hipocrisia, pensando poder subtrair à perspicácia e à sabedoria dos mentores as reais intenções, certamente, ficarão os pedidos sem respostas adequadas, ocorrendo até a possibilidade de as vibrações virem a ser captadas por entidades interessadas em fazê-lo definitivamente perder-se pelos caminhos da dúvida e da perversidade.

Daqui a necessidade de inteiro domínio das tendências corpóreas e mentais, a esclarecida atitude de vigilância e de ponderação a respeito de cada pequenino esforço intelectual ou de estremecimento emotivo.

A cada instante, a mente tem de consultar a consciência a respeito de cada mínimo pensamento entrevisto no fundo do cérebro, de cada julgamento, de cada pequeno núcleo de energia transformado em idéias, para sustar a tempo o desenvolvimento das excogitações impregnadas pela maldade instintiva ou pela perversidade inoculada pelos seres inferiores, que perenemente vibram no intuito de surpreenderem os mortais desatentos.

Também para o coração deve haver censura constante: cada incipiente desejo de grandeza, cada minúscula vibração de inveja, cada simples manifestação de ciúme, a refletir o império do ego, pode significar a formação do quisto egocêntrico, que resultará em perniciosas viciações morais, dando-se, finalmente, o domínio da pessoa pelas sensações tendentes a fazer prevalecerem os impulsos materiais, de sorte a colocar as opções da vontade em descontrole, acabando a criatura por perder os embates todos que enfrentar por força da necessidade cármica.

Combater esse duplo proceder em desarmonia com os ensinamentos cristãos pode ser o objetivo da vida em curso. Se não for especificamente, sempre será o resultado a ser almejado por quantos pretendam terminar os dias não só com pleno conhecimento de si mesmos, como ainda com total domínio de todas as reações inferiores, sejam no campo mental, sejam no império dos sentidos. É essa consagração que deve prevalecer a cada instante, pois só ao homem capaz de sufocar todos os males é dado o poder de dominar as virtudes, instituindo-as como premissas da condição de vida. O desafogo que se sente após perceber-se que se foi capaz de exercer completa ascendência sobre si mesmo, bloqueando todas as investidas do mal e estabelecendo em seu lugar a verdade e o amor como princípios essenciais da existência, só é comparável à alegria que se terá quando se for diplomado numa área de atuação, permitindo-se o acesso à seguinte.

Não que o homem seja capaz de realizar, sob o jugo da carne, todos os preceitos da perfeição. Longe, muito longe disso. O que estamos incentivando é muito menos do que o limiar dessa idéia: o que desejamos é incrementar na mente e no coração humanos a atitude proveitosa da mais absoluta moralidade cristã, nos momentos do contacto com a espiritualidade que costumeiramente ocorrem por ocasião dos impulsos de fé religiosa que se traduzem em orações.

O ideal seria que esses momentos não se restringissem, mas que se estendessem e que pudessem configurar-se como longo descortino em que, salvo instantes de necessária concentração diante da consciência ou de relações íntimas entre seres absolutamente responsáveis, os canais permanecessem abertos para livre comunicação entre os planos, de molde que a prece viesse a significar estado de espírito superior, a demonstrar, cabal e inequivocamente, que o ser está obrando segundo os princípios evangélicos e de acordo com os mandamentos das leis de Deus.

Constantemente, recebemos, sob forma de influxos vibráteis, pedidos, rogos, solicitações e até exprobrações, clamores, injúrias e demais formas que adquirem as incúrias humanas. Essas rogativas, preces, orações, rezas cruzam o espaço etéreo do campo espiritual formando imenso aranhol de sentimentos e de pensamentos que, se fosse cada um deles matizado de uma cor, nos apareceria aos olhos como extraordinária teia tecida por fulgurante e impenetrável aracnídeo. No entanto, basta destacar um deles e segui-lo, qual fio de Ariadne, para que se possa surdir do labirinto e verificar quão pequenos geralmente são os sentimentos e os pensamentos.

Essa penúria na invocação das forças espirituais é que faz a miséria humana parecer mais contundente e infeliz. Se cada um de nós fosse capaz de reconhecer a sua fraqueza, a sua fragilidade, a sua pequenez diante do poder cósmico universal e se cada um de nós, humildemente, intentasse melhorar-se, na busca da concretização dos ideais cristãos, certamente a configuração do campo vibratório ganharia outras dimensões. O fluxo de luz dar-se-ia em ambos os sentidos e as energias desprendidas do Alto descairiam sobre os mortais como interminável catadupa de amor, cascateando benesses do mais augusto amparo, de modo que cada um de nós seria soerguido e poderíamos eliminar de vez as vozes dissonantes que partem dos seres mais sofridos, uma vez que todos poderíamos clamar aos céus em uníssono, glorificando e exaltando o Senhor, transformando este viveiro de fantasmas em verdadeiro paraíso de almas puras, cuja ascensão ao reino de Deus se daria, se já não fora pelo muito amor, por questão de simples justiça.

Mas os homens teimam em permanecer imunes às influenciações dos círculos superiores, de maneira que, abandonando-se à própria sorte, se esquecem de Deus durante grande extensão de suas vidas, para lembrarem-se dele quando o mal está feito e o arrependimento bate às portas da consciência.

Abramos, pois, o coração à prece enaltecedora dos divinos atributos, reconheçamos no Pai o criador supremo de todas as coisas, vejamos nele o início e o fim de nosso próprio ser, aceitemos o Cristo como o nosso guia de luz, apeguemo-nos aos protetores, aos anjos da guarda, aos bons amigos da espiritualidade e oremos com toda a pureza da alma, para alcançar os méritos necessários para fazermos jus às bênçãos do Senhor, que nos engrandecerão perante a vida e nos conduzirão em paz para o regaço do Pai.



Senhor, eis-nos perante vós. Examinai-nos o coração e vede se nele estão depositadas as virtudes que o Cristo determinou que amealhássemos. Verificai se nossa mente foi sensata o bastante, para oferecer ao vosso olhar o fruto opíparo dos conhecimentos e da sabedoria que nos foi possível colher em vossos pomares de justiça, de amor e de bem-aventurança. Pensamos, Senhor, ter guardados em nós os bens que propiciamos aos irmãos menos constantes em vosso serviço. Vede se tais bens iluminam essas criaturas, para que sejamos visíveis a vós. Interrogai, se vos aprouver, os vossos emissários fiéis e sabei deles se somos merecedores de ser chamados por vós de filhos. Certamente muitas serão as falhas que encontrareis. Apontai-as, Senhor, e indicai-nos o próximo passo, para que possamos manter acesa a fé e a esperança de prosseguir na estrada da verdade. Dai-nos forças para trabalhar e fazei que possamos apresentar-nos diante de vós, certos do nosso amor, da nossa lealdade e do nosso descortino. Abençoai-nos, Pai, para nos sentirmos revigorados e amparados, e aceitai-nos o agradecimento por tudo que nos tendes proporcionado. Senhor, nós vos pedimos...

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