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Ensaios-->35. A PAZ -- 14/01/2004 - 06:42 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Demoramos para trazer mensagens que visassem fornecer comentários evangélicos, uma vez que são de alta responsabilidade perante os tribunais que se constituem para julgar do procedimento das equipes que têm por finalidade prodigalizar socorro aos necessitados de todo tipo de ajuda.

Discorrer a respeito da paz é, quiçá, afrontar o Senhor Jesus, que sobre ela explanou muitas vezes, sendo certo que um dos objetivos maiores de sua pregação é a conquista desse divino atributo pelos homens, para que possam dar a si elementos com que embasar a aquisição das demais virtudes, que os elevarão para círculos mais adiantados, na busca da felicidade eterna.

Os mortais não ouviram o Senhor, pois o que mais se vê na sociedade humana é o crime de se causarem as mais variadas perturbações da ordem pública, o que faz com que as mentes e os corações se armem contra o próximo, quando deveriam desenvolver o sentimento do amor, para agasalharem os irmãos com quem confraternizariam em paz, podendo todos ascender ao Senhor, uma vez que seriam capazes de perceber, de modo inequívoco, o que representa a vida para cada um.

Como pode alguém meditar, refletir, ponderar a respeito do destino sob o aspecto espiritual, se, no plano material, se sente absolutamente inseguro, não sabendo até mesmo se sobreviverá às injunções que lhe são impostas a cada novo dia?! Diariamente, vemos as pessoas perderem-se nas sendas da incompreensão, de modo a forcejar por aproveitarem o que podem das ofertas da vida, mesmo que não estejam à disposição, tomando à força o que deveriam obter pelo trabalho, pelo esforço, pela dedicação e pelo devotamento às causas mais nobres e santas.

Quando se trata de bens de capital, até que se podem aceitar as desculpas como produto da ganância de se possuir tudo o que ornamenta as propriedades alheias, devido ao espírito de justiça que se instala no fundo da consciência de cada um, muito embora isto não passe de crime comum, que será, a seu tempo, devidamente pesado na equilibrada balança da divina justiça.

O que espanta é a luta que se tem de travar para se conseguir o que representa a justa paga por serviços prestados ou mero cumprimento de cláusulas contratuais devidamente homologadas pelos tribunais competentes. Se a lei determina, correm os jurisconsultos a verificar se não existem brechas legais para poder burlar-se o que ali se prescreve. Não há solução? Procrastinam-se os benefícios e acodem-se os infratores com determinações oficiais catalogadas em outros códices. Há recursos contra o atrabiliário poder discricionário? Elaboram-se projetos a serem aprovados de afogadilho para não se permitir à população comum o acesso às benfeitorias visadas. Tudo se faz no sentido de se manter o estado de belicosidade que se instalou junto a cada ser encarnado.

A bem da verdade, devemos dizer que extensas legiões de espíritos maldosos existem a insuflar nas mentalidades dos mortais a expectativa, a que acima aludimos, de usufruir todos os prazeres carnais que se vislumbrem possíveis e que se percebe estarem na posse de uns poucos. Esse poder espiritual se mantém vivo graças à rotatividade que existe nesse verdadeiro círculo vicioso que constitui a humana tendência à conservação da mente jungida às falácias materiais: o homem comete o crime da guerra; conseguindo ou não os objetivos, ao desencarnar, preserva as mesmas ânsias em seus caminhos de dor na penumbra das regiões abissais; de lá, criva os viventes com as ânsias de que se via possuído, através de vibrações absolutamente comungadas, aceitas e disseminadas; de volta à luz, traz consigo o mesmo desiderato, prolongando indefinidamente esse estado de miserabilidade moral, que lhe impede a avaliação da própria iniqüidade.

O Cristo veio à Terra com a missão de trazer aos homens a salvação. Um dos princípios evangélicos é o da paz entre os homens. As civilizações encontraram meios de imensos progressos materiais, dentre os quais a invenção da imprensa, a fabricação do papel em escala universal, os meios de transporte e de comunicação, a educação escolar popular, podendo e realizando a divulgação da palavra do Senhor para os quatro cantos do mundo. Nós mesmos, neste exato instante, através dos recursos de que lança mão o escrevente, estamos aproveitando-nos desses avanços no campo tangível.

Por que, então, o homem não foi capaz de dar ouvidos à voz do Senhor? É porque o progresso veio no rastro do interesse e mesmo a palavra de Jesus serviu para sedimentar aspirações espúrias das mais diversas, a principiar pela subjugação a alguns da maioria, pela delegação que a sociedade possibilitou para a manutenção do domínio da mentalidade por artifícios religiosos de caráter moral, sob o terror das promessas do fogo eterno dos infernos e dos sofrimentos purgatórios, para quem contrariasse a sua superior determinação.

Ainda é tão poderoso esse inculcar na mente humana que até servidores fiéis do espiritismo científico mais expressivo da intelectualidade despojada de preconceitos sentem frêmitos interiores, quando se trata de enfrentar desprendidamente as forças paramentadas que ameaçam de expatriações celestes aos que se atrevem a se antepor aos seus desígnios. Se esse temor existe na percepção dos valores cristãos mais importantes, que se dirá, então, quando se trata de arrostar com a força bruta que arrasta à beligerância armada no campo da matéria?!

É preciso que os espíritos sejam desprovidos das garras que os manietam à secularização das normas evangélicas. É preciso que as pessoas adquiram confiança em que a divina justiça jamais falhará. É preciso que os encarnados passem realmente a acreditar em que a voz de Jesus não se fez ouvir por culpa de cada um de nós e não porque a sociedade force os indivíduos a agir em desacordo com as recomendações bíblicas. É preciso que o desejo de paz se instaure no coração e na mente de cada um e que essa aspiração se transforme em atitudes de profundo respeito pela vida, especialmente se considerarmos que seja a real oportunidade que todos temos para o verdadeiro progresso a que estamos destinados.

Escrever, portanto, a respeito da paz, do amor, da justiça, do dever espiritual, da honestidade cármica, do poder cósmico das entidades criadas pelo Senhor, é correr riscos, especialmente se não conseguirmos expor à minúcia o pensamento, pois não há como fugir de molestar instituições pelos homens consagradas a manter o espírito de beligerância, mesmo que sob rótulos absolutamente conflitantes com os reais objetivos inscritos nas mentes e nas intenções de cada um de seus adeptos ou de seus argutos vigilantes e comprometidos servidores.

Instalar a paz no coração humano é tarefa grandiosa sobre a qual muitos discursam, pregando a luta, inadvertidamente subjugados pelo mesmo espírito que desejam extirpar dos corações. Há até o célebre adágio segundo o qual, “se queres a paz, prepara-te para a guerra”, a fundamentar certas reações absolutamente vigorosas e nada “pacíficas”.

Outros desejam enfrentar de mãos limpas os adversários, cobrindo com os corpos o chão, coalhando de vítimas inúteis o solo, fazendo voltar contra si a sanha dos oponentes, no intuito de fazer deles as vítimas morais dos desatinos. Como falham os argumentos verbais, querem instituir a exemplificação como molde para se formarem os raciocínios de que a guerra significa a falência da sociedade humana. Tal artifício jamais dará certo, porque os que agem sob o influxo da violência o fazem resguardados pelas leis que fabricaram para lhes dar proteção social. Por outro lado, ao partirem para o nosso lado, os que se obrigaram ao papel de vítimas acabam verificando que esse não era o objetivo de suas vidas, pois o máximo que conseguiram foi incrementar de culpas o rol dos débitos dos inimigos, esquecendo-se de que o Cristo determinou que amemos os inimigos e que não façamos deles os nossos verdugos como objetivo de nossas vidas.

Eis que o ponto a que chegamos nos obriga a considerar aspecto insólito de profundas repercussões no campo da espiritualidade: o fato de termos de aspirar a conseguir a paz, sem que tenhamos qualquer indício de que vamos consegui-la sequer no âmbito da consciência. Como vamos fazer para preservar estruturalmente o livre-arbítrio dos irmãos sem expô-los ou a nós mesmos ao sacrifício?

Jesus, ao encarnar-se pela salvação dos homens, tinha noção de que iria sofrer a desdita da crucificação? Se soubesse, não poderia aceitar o envolvimento de quem quer que fosse em sua desgraça. Logo, o sacrifício de Jesus não pode ser configurado no fato de se ter submetido ao flagelo e à morte às mãos de seus amados irmãos. Devemos buscar compreender o sacrifício crístico não na morte, mas na vida. Jesus, espírito supremo, sob a responsabilidade de quem estão vastos círculos universais, sofreu pelos homens a desdita da carne, da vida em condições adversas para a excelsitude de sua configuração espiritual. Sua morte foi acidental no percurso traçado para que fornecesse aos encarnados a boa nova, o roteiro definitivo que levará os mortais ao cumprimento dos objetivos da vida, sejam quais forem.

Os humanos, portanto, não têm que imitar Jesus, pois sua espiritualidade, seu nível de evolução é mesquinho em cotejo com o do Mestre. O homem necessita do encarne para progredir; Jesus precisou dele para possibilitar o progresso dos homens. Sendo assim, não se deve ver no roteiro de vida de Jesus o modelo a ser seguido “pari passu”, mas devemos ouvir-lhe a palavra e empenhar-nos por favorecer a que seus ensinos se tornem realidade para nós. Nós não temos o mesmo desenvolvimento moral que o Mestre carreou para a carne, portanto, não queiramos imitar o Cristo em seu sacrifício material, pois incorreríamos no pecado do orgulho, da vaidade, do egoísmo, da superior valorização da pequenez. Cuidemos para que nosso mísero coraçãozinho e nosso pobre intelecto se comprazam em ingerir pequenas doses de amor, de justiça, de paz, para que saiamos desta aventura jubilosos por termos conseguido sofrear a ânsia da luta, do combate, da guerra.

Se tivermos de nos submeter a esse espírito em nós inoculado por milênios de beligerância em todos os setores da estrutura psicossomática, por força das idéias sociais sobre as quais se erigiram as civilizações, que o transformemos em fiel aliado para debelar as forças do mal que nos assediam a cada instante, eliminando o espírito vingativo, destruindo as necessidades do revide, inutilizando os impulsos da inveja, despojando-nos dos anseios da vaidade, arruinando os assaltos da avareza, enfim, desbaratando os vícios que nos prendem em nós mesmos, à vista de nossa incúria, de nossa subserviência e de nosso arrogante desejo de nos igualarmos em direitos a todos os mortais, sem a devida consideração pelos deveres e obrigações.

Se quisermos a paz, devemos cultivá-la primeiro dentro de nós mesmos, para depois exigir dos outros que exerçam esse mesmo direito de fazê-la crescer nas mentes e nos corações, sem sacrifícios injustos para com o dever e sem onerar as vicissitudes de nenhum companheiro de exílio. Façamo-lo por amor a Deus e no intuito de cumprir os ensinamentos de Jesus, dentre os quais avulta a necessidade de “amar aos inimigos, pois aos amigos qualquer publicano é capaz de fazê-lo”.

Respeitemos a vida, antes e acima de tudo, pois assim conseguiremos atingir os objetivos da paz entre os homens.

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