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Ensaios-->Argentina UM a ZERO -- 08/01/2004 - 17:20 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

ARGENTINA UM A ZERO
(Por Domingos Oliveira Medeiros)

Nosso bom rival e vizinho, a Argentina, está de parabéns! Desta vez na modalidade esportiva do jogo da economia. Um belo gol de placa! Justas, portanto, as comemorações do time azul e branco, sobre a tímida equipe canarinho.

Os festejos referem-se ao melhor Natal dos últimos três anos. As vendas, segundo os jornais, situaram-se em patamares 25% superiores em relação ao ano de 2002; o PIB cresceu 7% em 2003; em 2002, houve queda de 11%; em tese, um crescimento do PIB em torno de 18%: sete pontos de crescimento mais onze recuperados.

O jogo com os credores internacionais foi bastante duro. A Argentina suspendeu o pagamento da dívida até o final do jogo. Propondo um desconto de 75% sobre o valor nominal da mesma. O adversário, em princípio, não aceitou; mas já admite conceder um desconto de 35%.

Seu técnico, o ministro da Economia, Roberto Lavagna, com o aval do presidente do clube, Nestor Kirchner - que de cego não tem nada -, já disse que o país não precisa do FMI para crescer em campo. E conta com o apoio da poderosa Associação Empresarial Argentina, que precisa de recursos para reativar a produção e aquecer a economia, gerando mais receitas e mais empregos.

Vale lembrar que, em 2002, a moeda ficou abaixo de três pesos por dólar; e a arrecadação passou de quatro bilhões de pesos para seis bilhões. Um crescimento, portanto, de 50%.

Alguns jornais brasileiros deram pouca importância às notícias esportivas alvissareiras; procurando, talvez, evitar comparações com o modelo econômico adotado no Brasil, que caminha, justamente, na direção oposta à dos portenhos. Outros, em tom assustador, falam de que a euforia pode não durar muito, caso o governo argentino não consiga controlar os gastos públicos; seria o retorno do processo inflacionário; e o risco de a Argentina ter que, novamente, passar por forte ajuste fiscal.

Pode até ser. Ma s, convenhamos. Pior está acontecendo aqui no Brasil. Estamos, há dez anos, cumprindo, com folgas, as lições indicadas pelo FMI; e até agora as coisas só têm piorado. Só os banqueiros e agiotas internacionais estão ganhando. E não se vislumbram perspectivas de melhorias.

Ao contrário, o governo tem usado e abusado da distribuição de verbas da publicidade oficial, discriminando órgãos como o JORNAL DO BRASIL, que não se curva diante das vaidades e metáforas governamentais, com o propósito de dar um tom otimista às ações do Executivo, contemplando, de maneira injusta, outros jornais que se prestam a fazer o jogo da propaganda enganosa.

Não se pode dar tratamento diferenciado para situações iguais. O Jornal do Brasil, a bem da verdade, figura entre os mais respeitados do país; por conta disso, não poderia receber apenas sete por cento do que teria sido destinado para outro grande jornal carioca, de mesma importância e estatura do JB.

A pior decisão é a omissão. A falta de ousadia e de criatividade. Há saídas, sim. E muitas. O que não se pode é fechar os olhos para o determinismo de que só existe um caminho para a solução dos problemas brasileiros; e que este caminho passa, necessariamente, pela porta do endividamento e da subserviência ao capital estrangeiro. E que tudo o mais se resolve com marketing e propaganda. Com ação entre amigos.

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