Tudo na vida é questão de tempo...quantas vezes na janela da minha vida, escutei esta frase ser solenemente proferida? As vezes com a força incomensurável de um tornado...outras vezes com a suavidade de um trinado.
Essas palavrinhas acabaram por me acompanhar vida à fora, entreolhando-me...pareciam ser o fio que me conduziria ao fim dos meus labirintos, respostas à s interrogações que avolumavam-se nos recónditos do meu coração. Digo pareciam, porque a minha inquietude avassaladora, desconfiava deste, muitas vezes, amargo remédio chamado tempo...
Como creditar ao tempo, tamanhas responsabilidades? Teria este senhor habilidade para responder a tantas perguntas e serenidade para lidar com tantas singularidades?
Em meus momentos de dores - sobretudo à quelas, cuja cura não se encontra nos remédios alopáticos e homeopáticos - ficava a avaliar se o amanhecer poderia trazer-me novo alento??!! Muitas sensações e sentimentos não conseguem esperar pelo movimento de translação da terra ou pelo bater cronometrado e ritmado das horas.
Esperar? Logo eu, que na construção das minhas crenças, via o homem como escultor da sua história!!! Como arbitrar ao tempo meu destino? Como depositar nas mãos do tempo o meu trilhar? Como não interagir no passar desse tempo para a consecução dos meus sonhos? Perguntas que refaziam meus caminhos, inquietavam minhas certezas e rompiam meus paradigmas...
Ainda agora, olhando-me nos espelhos que atravessam minhas fronteiras e resistências, fico a me indagar sobre esta minha urgência em descobrir-me. Não é o encontrar da exatidão ou de certezas que guiam meus estímulos...é o permanente conhecer, desaprender, reaprender que instiga a minha alma. Tenho sedes...e, nem sempre o que bebo, supre minhas ànsias. Fico pensando que isso deve acontecer também com as pessoas que se deparam comigo em seus desertos pessoais...e, aí nascem novas inquisições. Que elixir tenho oferecido para aliviar a sede dos que me buscam como parceira em seus caminhos rumo ao arco-íris?
Nas minhas aprendizagens, frutos desse tempo, dos meus encantos e desencontros, fiz-me acompanhar de uma aliada que sempre está na ante-sala das minhas decisões: a minha intuição. Claro, que meu lado cartesiano, faz uso da lógica, do conhecimento exato...inevitáveis imersões!
Aprendi, e isso tatuei no meu coração que as pessoas que nos amam, assim como as que não nos amam, têm sempre algo a nos ensinar. Isso só depende do aguçar da nossa percepção, feeling, humildade e sabedoria para nos oportunizarmos essas lições. Mesmo nas aparentes "perdas", estabelece-se uma relação de ganhos, apesar de a primeira vista nem sempre notarmos...são os cochilos da nossa alma. Relações são trocas de aprendizagens, mesmo as que resultam em desencontros...
E, o tempo brinca de girar, enquanto teço minhas reflexões. Passos que me levam, pintando minhas impressões pelo mundo...
