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Ensaios-->Agiotagem Internacional e Ética -- 31/12/2003 - 10:14 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


(*) A Ética Econômica e a Agiotagem Internacional
(por Domingos Oliveira Medeiros)

Parece que a agiotagem internacional está dominando o mundo globalizado. E o assunto, mais uma vez, veio à tona por conta das eleições no Brasil. O primeiro sinal foi em relação ao Lula, que continua encabeçando as pesquisas de opinião, seguido de perto pelo candidato Ciro Gomes. O candidato oficial, José Serra, continua em franca queda livre. Estes fatos, tudo indica, contribuem para aumentar a preocupação dos grandes investidores e especuladores internacionais, que já manifestaram seu temor com a provável vitória de um candidato oposicionista, capaz de alterar, radicalmente, os rumos da política econômica em curso.

A preocupação não tem nada a ver com o bem-estar da população. O pânico é de ordem meramente econômico-financeira. O temor é que a economia brasileira volte a crescer, e que, justamente por isso, haja um considerável aumento do nível de emprego, de melhoria da distribuição de renda, do aumento da consumo, e, por conseqüência, da produção, das vendas e da arrecadação de impostos, com a provável queda dos juros e aumento dos investimentos produtivos. Aqui está o problema.

Para os agiotas internacionais, juros baixos é pior que infecção generalizada. O que seria bom para a economia brasileira, na verdade, torna-se péssimo para os especuladores estrangeiros. Daí a indevida interferência nas questões nacionais, para afirmar, com ares de especialistas, que só a probabilidade de o Lula vencer às eleições, fez com que o risco-Brasil, no mês de abril passado, atingisse patamares considerados elevados. Com base em que? Em boatos? De uma tal organização chamada JP Morgan? Com que autoridade? Para quem trabalha esta organização? O que ela tem feito de bom para a humanidade? Nada.

Como se o Brasil pudesse ser equiparado a um volante de loteria esportiva. Em que todo mundo dá o seu palpite e faz a sua aposta com um único objetivo: ficar milionário, sem nada produzir, a não ser boatos e mentiras.

Este fato sugere, também, a idéia que essa gente faz do nosso pais, como de resto, de toda a América Latina. Tratam-nos como se fôssemos o quintal de suas casas. E daquelas casas bem antigas, onde o quintal era o lugar preferido para construir as latrinas que serviam para atender às necessidades fisiológicas de seus moradores.

Dizem os jornais que o mercado financeiro não esconde sua preferência pelo candidato José Serra. E a maioria das empresas jornalísticas, também. E alguns jornalistas não escondem sua simpatia por Lula. Que seria de mais fácil “manejo”. Coisa que o Ciro parece não se adaptar. Em troca, a imprensa vive bombardeando sua candidatura. Infelizmente, os interesses escusos sobrepõem-se aos interesses da sociedade, como um todo.

Enquanto isso, bancos estrangeiros vivem espalhando boatos, aconselhando os seus clientes a não aplicarem seus recursos em papéis brasileiros e, mesmo sem um mínimo de credibilidade, continuam a calcular o risco-Brasil, que a imprensa brasileira resolveu adotar como oficial e divulgar diariamente, junto com a cotação da moeda americana. Fazendo o jogo dos especuladores. .

Está mais do que na hora de o Brasil resgatar sua dignidade e assumir seu papel relevante no cenário internacional, sem descuidar de suas questões internas, de sua historia e de seu povo. A começar por desenvolver ações mais agressivas e contundentes em relação ao uso indevido de pesquisas eleitorais, que estão sendo realizadas por alguns bancos, com a única finalidade de criar falsas situações de mercado e aumentar seus ganhos. Até nisso, alguns maus brasileiros costumam copiar o exemplo que vem de fora. E estes exemplos não deveriam ser seguidos.

Até porque, os Estados Unidos não estão com essa bola toda. Haja vista os escândalos que pipocam à toda hora no mercado financeiro norte-americano. A ganância deixou da lado a responsabilidade na condução dos negócios empresariais. No seu lugar, entrou, de corpo inteiro, a “metodologia” da fraude contábil, como forma de mascarar a real situação das empresas, para vender gato por lebre. O mercado mais acreditado do mundo, hoje, pode ser comparado à uma feira livre. Sem regras, sem fiscalização e com produtos de duvidosa qualidade. A credibilidade do Sistema Financeiro Americano está desmoronando. O terrorismo econômico atingiu as torres da ética e da moral. E eles estão provando do próprio veneno que impuseram, e ainda impõem, aos países do terceiro mundo: a fuga de capitais. Que pressupomos ser a causa do crescente endividamento público e a razão primeira da subserviência de nosso país em relação à necessidade de obter cada vez mais recursos para cobrir os déficits decorrentes.

O Brasil não é “esta coisinha” como disse o Lula. Pode até não ser mesmo. Mas que tem muita gente achando que é, não tenho dúvidas. E não é somente a coisinha tão bonitinha do pai, como diz a música bem popular. O pior é que tem gente trabalhando para que ele seja, principalmente, a coisinha tão bonitinha e rentável do Tio Sam.

(*) Artigo escrito antes da eleição do Lula.

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