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Ensaios-->NO SANTUÁRIO DO AMOR -- 08/11/2003 - 09:15 (ADELMARIO SAMPAIO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
NO SANTUÁRIO DO AMOR

A mim foi permitido entrar no santuário do amor...
Desnudei os meus pés e senti o afago da terra santa a acariciá-los e tive a sensação que não pisava nenhum chão... E contemplei ao redor com os olhos da minha alma e quis saber a quanto tempo eu estava nesse lugar, ou nesse estado de espírito, mas não pude, porque o tempo do amor é diferente dos outros tempos, e talvez seja por isso que se diz que quem ama está como que perdido no tempo...
Olhei para o corpo da minha alma e a vi nua... E não me senti envergonhado, e nem quis de volta as minhas vestes mas me lembrei por um pouco delas e até me alegrei de estar livre de mais este vestígio de terra, e só agora pude perceber que elas me serviram de peso por toda a minha vida e essa lembrança tinha as cores de um pesadelo que felizmente onde eu estava se desvanecia.
Então me curvei e toquei o solo com as mãos e por pouco não baixava a minha boca e o beijava. Mas logo recebi um sentimento de que não era terra, nem era o ar, nem nada que eu visse, nem mesmo o céu que deveria receber de mim a adoração, mas somente o amor que criou todas essas coisas...
Então apurei os meus ouvidos e havia um silêncio e um sussurro ao mesmo tempo em que cantava as palavras em minha alma e entendi muita coisa que jamais havia entendido em todo o tempo que contei dos meus anos antes de estar nesse lugar. E a canção era de amor, e eu olhei ao redor para ver de onde é que vinha o cântico, mas nada vi, e percebi que não eram com os ouvidos que eu ouvia, mas com o que há de mais profundo na alma.
E num instante me foi permitido falar e eu abri os lábios e tentei pronunciar as palavras que conhecia, mas elas não saiam da minha boca. E mais um instante depois como se eu tivesse aprendido de novo, a minha língua se moveu e um som novo saiu dos meus lábios e pronunciei uma palavra só. Mas quando a pronunciei compreendi que ela significava tudo que eu precisava dizer naquele momento, e senti uma enorme alegria, e a alegria não era só minha mas de tudo que estava naquele lugar, e eu sorri...
E quando o fiz, vi que tudo que estava ao meu redor correspondia ao meu sentimento e me sorria também. Então levantei os braços da minha alma, e ergui novamente a única palavra dos meus lábios e invoquei o sentimento que estava em meu coração e percebi que estava oferecendo nesse instante um culto ao amor. E foram erguidas as mãos da minha alma, e com a palavra que sabia falar, entoei um cântico novo, e a ele se juntaram milhares de vozes, e cantamos ao amor a palavra que só o amor conhece...
E novamente voltei no tempo, para ser mensageiro dessa nova palavra que aprendi. Mas há muito que tento encontrar quem me ouça e ainda não encontrei... E é por isso que todos pensam que sou mudo...

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Adelmario Sampaio
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