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Ensaios-->TELLEVISÃO, A COSA NOSTRA -- 29/12/2003 - 22:14 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
TELEVISÃO – A “COSA NOSTRA”

Francisco Miguel de Moura *

Ninguém desconhece que a televisão é a principal fonte de informação, cultura e entretenimento do povo brasileiro, atingindo as camadas mais humildes, compostas de pobres analfabetos e semi-alfabetizados até a classe média. E embora nem todos concordem, por razões que não cabe discuti-las, é a nossa tevê uma das piores do mundo. Não estamos falando da tevê física, a tevê técnica, esta sim pode ser uma das melhores do mundo. Nossa tevê eticamente é a pior do mundo porque seus programas são malfeitos, contêm baixarias e ingredientes outros que degradam a pessoa como ser político e social, ético, religioso e humano. A ética da nossa tevê é chegar primeiro, ter mais audiência e faturar sempre mais o tempo todo. O rádio também tem disto, mas seu alcance é inferior, daí porque os seus males também se tornam quase insignificantes. Mas o que dizemos sobre a ética, vale para ambos.
Tevê e rádio são concessões do Governo, portanto públicos. Tudo o que passa por esses meios de comunicação interessa diretamente a um público indiferenciado dos 3 aos 100 anos de idade. Por que não estabelecer horários tardios para determinados programas que não servem nem ajudam na educação do futuro cidadão? Há outros que devem ser sumariamente eliminados. Não me venham com a onda de que isto é censura à comunicação. Na comunicação só há dois interessados: o emissor e o receptor, sendo este muito mais numeroso, o povo. Democraticamente, ao Governo – representante do povo – cabe agir. Não há lei específica a que estejam sujeitos os canais de tevê. Não é verdade. A Constituição Federal, o Código Civil, o Estatuto da Criança e do Adolescente podem e devem ser acionados para que seja possível melhorar a “cosa nostra”. Piorar não é possível. E se não existem leis específicas, por que não criá-las? Para que serve o Congresso Nacional? Na Câmara dos Deputados há a Comissão dos Direitos Humanos (CDH) que trata desse assunto. Seu site é eticanatv.org.br e seu fone é 0800-619-619. Além desse órgão governamental, participam de uma campanha a favor da ética na tevê várias organizações não governamentais (ONGs), a CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) e o Movimento Nacional de Direitos Humanos entre outros. Não deixe de mandar sua denúncia. Você, pai de família, educador, trabalhador, estudante, cidadão, você é o povo. Na democracia, quem manda é o povo.
Em julho deste ano foi divulgado pela revista “Ação”, nº 163, de agosto de 2003, órgão da Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil, Brasília, o catálogo “dos dez piores” programas de tevê. Pela ordem decrescente: “Canal Aberto e Vi na Tevê ”, “Programa do Ratinho”, “Big Brother Brasil”, “Domingão do Faustão”, “Cidade Alerta”, “Hora da Verdade”, “Mulheres Apaixonadas”, “Sérgio Malandro”, “Kubanacan” e “Zorra Total”, o primeiro com 205 denúncias e o último com 30, sendo 50% deles emitidos pela Globo. “Kubanacan”, no horário das sete da noite, é uma espécie de motel familiar ou coisa parecida. Nem o nome é artístico ou asseado. Donde o tirou o escritor? Que falta de gente boa na tevê, para escrever ou indicar os melhores romances e novelas da literatura brasileira, escrita por autores como Machado de Assis, Graciliano Ramos, José Lins do Rego, José de Alencar e tantos mais. Seriam apresentadas ao público como diversão sadia, enriquecedora.
“O sensual é bom, educa; o pornográfico (no caso, o pornofônico, o pornotudo), degrada”, já o disse um escritor de renome. O que não se deve permitir é que a TV Globo fique a exibir para todas as crianças e adolescentes do país (eles agora dormem mais tarde), às dez da noite, o sexo oral. No caso de “Mulheres Apaixonas” é o sexo horal com h mesmo, pois dura quase horas, em lambidas e engolidas de língua num só beijo que passa realmente da conta, portanto, uma imoralidade, uma feiúra, uma falta de ética e de arte estrondosas até para adultos e velhos.
É fácil dizer: desligue o canal, ora. Mas ligar onde? E tevê é um vício. Como se os pais não trabalhassem fora, inclusive à noite, como se todos soubessem o que quer e sua educação primeira já estivesse encerrada aos 10, 12, 14 anos.
“Toda cultura e cada sociedade institui valores concernentes ao bem e ao mal, ao permitido e ao proibido e à conduta desejável de seus integrantes” diz a Profa. Elza Neffa. Pois o tráfico de droga só tem aumentado, os estupros ocorrem à luz do dia, assassinatos de todos os tipos e feitios, os latrocínios e seqüestros. A tevê é culpada por isto. Claro que não só ela, mas ninguém me diz que hoje é ela a principal educadora do brasileiro (e deseducadora). A tevê brasileira já é realmente uma “cosa nostra”.

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* Francisco Miguel de Moura é escritor, membro da Academia Piauiense de Letras, do Conselho Estadual de Cultura e da UBE..

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