Usina de Letras
Usina de Letras
274 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62171 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22531)

Discursos (3238)

Ensaios - (10349)

Erótico (13567)

Frases (50576)

Humor (20028)

Infantil (5423)

Infanto Juvenil (4756)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140791)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6182)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Ensaios-->6. NOVAS LÁGRIMAS DE AMOR -- 16/12/2003 - 08:31 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Ainda há pouco tempo atrás, foi ditado texto que se convencionou intitular “Lágrimas de Amor” (In: “Estudando Moral Evangélica com a Equipe dos ‘Irmãos de Fé’”). Pois bem, agora o fenômeno de a imagem verter lágrimas pelos olhos de ficção se repetiu em país estrangeiro e a televisão açodou-se em transmitir a notícia e as imagens relativas a ela por toda a parte.

Como repercutem tais evocações no espírito de cada um é o objetivo desta conferência.

A primeira reação e a mais comum é atribuir-se o fato, imediatamente, à entidade representada pela configuração imagética. Se se trata de uma Nossa Senhora, então é o excelso espírito da mãe de Jesus quem está por trás do fenômeno e assim por diante.

O mais interessante é que, segundo as crenças religiosas do Catolicismo Romano, existem inúmeras Virgens Marias; uma é Imaculada, outra é da Conceição, esta é das Dores, aquela é Aparecida, uma outra é do Rosário, aquela outra é do Bom Parto; existe a dos Navegantes, a de Nazaré, a protetora dos negros, a que agasalha os pequeninos, e assim vai. No entanto, a fé católica disseminada pelos crentes valoriza aquela a que se apega cada pessoa, ufanando-se as gentes de que a sua santa seja superior às outras, por haver produzido tais ou quais milagres ou concedido esta ou aquela graça, sem perceber que estão justamente exercendo o papel de distribuição de atributos exatamente igual ao kardecismo, quando se refere à diversidade de espíritos protetores e guardiães.

Não conseguiria qualquer espírito, por mais elevado que fosse, dar assistência pessoal a essa multidão de fiéis que se aglomeram ao derredor de cada padroeira que responda pelo nome genérico de Nossa Senhora. E os católicos agem como espíritas, embora reneguem a teoria da espiritualidade escalonada segundo princípios evolutivos.

Outros reagem de modo diferente, evidentemente por não se consagrarem à fé católica. Os evangélicos do cisma da Reforma, multiplicados em inumeráveis seitas e tendências de cultos, por não admitirem a presença no recinto religioso dos fetiches transubstanciados em imagens, invectivam o que chamam de “milagre produzido pelos demônios”, sem atinarem que também eles estão procedendo segundo princípios kardecistas, pois admitem a existência de inúmeros seres maldosos com plena liberdade de atuação junto aos mortais.

Basta incutir-lhes na mente que haja possibilidade de um ser pior que outro, para se configurar a gradação evolutiva. Se se admitir que um é pior, tem-se, necessariamente, de considerar que o outro é menos ruim que o um, ou, por outra, que o outro seja melhor que o um. Ora, se existe essa possibilidade, haverá ainda aquela segundo a qual uns agem conforme o modelo humano dos perversos, podendo existir demônios bem mais execráveis e poderosos em maldade que os piores seres encarnados, havendo, porém, também aqueles cuja crueldade não se tenha aperfeiçoado ao ponto de certos descalabros cometidos por seres humanos encarnados.

Se se admitir essa hipótese, sem que se configure no ser humano qualquer incorporação demoníaca que necessite de exorcismo, aí teremos a estranha situação de demônios mais bonzinhos que os humanos e de humanos piores que demônios. Não seria mais fácil raciocinar que todos são espíritos, igualmente filhos de Deus e cuja única diferença está no fato de uns estarem encarnados e outros não?!

Materialistas contumazes procuram explicações lógicas, coerentes com a natureza da essência de que se compõem todos os corpos. Assim sendo, pesquisam a composição do líqüido, a contextura física das imagens, se se trata de gesso permeável à umidade ambiental, capaz de exsudar o excesso de água acumulada na atmosfera e que se concentrou nos interstícios do material poroso, incapazes de perceber a possibilidade de algum outro tipo de matéria menos densa interpenetrada nesta, que compõe seus tecidos de moléculas e átomos, quintessenciada energeticamente e passível de ser trabalhada por princípios próprios, que estariam sob o domínio de seres criados e revestidos segundo essa mesma natureza.

Sua argumentação parte do princípio de que tudo que existe deve ser passível de experimentação empírica, quer por meio de seus sentidos, quer por intermédio de maquinaria desenvolvida inteligentemente, mas que só representa uma espécie de ampliação dos meios de contacto com a realidade fornecidos aos seres pela natureza. Esquecem-se de que seu raciocínio parte do princípio de que tudo pode o homem, embora não admitam poder muito mais simples: o da constatação da própria inteligência, pois, se a argumentação é puramente mental, já que os raciocínios são meras deduções do que se pode comprovar instrumentalmente, por que não admitir-se a razão como existente em si mesma, já que não se pode comprová-la experimentalmente?

Jamais se colocou o silogismo debaixo do microscópio para observar-se sua contextura molecular. No entanto, nenhum materialista ferrenho abre mão dele na defesa de suas teorias e de seus princípios metodológicos de pesquisa científica. Ora, esse dilema não costuma pôr-se diante da dialética do materialista, porque tem consciência clara de que teria de admitir a razão pura, à vista da qual seria obrigado a considerar a possibilidade de outra e mais outra e outra ainda realidades, com sistemas próprios de organização existencial e com receituário específico de normas e regras para que os habitantes dessas essências possam contatá-las.

Nesse caso, as lágrimas das imagens poderiam até ser a manifestação plástica de certo relacionamento de outra essência material ao contacto com a “universal”, embora não se pudesse comprovar através de recursos laboratoriais tal permeação, nem as razões físicas plausíveis para o intercâmbio. De qualquer modo, ao admitir a possibilidade dessa interação, o materialista seria tangido a aceitar a explicação metafísica proposta pelo espiritismo, que se baseia justamente nesse aparato material mais sutil do revestimento do espírito puro, considerado como a divina centelha do momento da criação.

Poder-se-ia até não aceitar o que acima dissemos a respeito da divinização do ato criador do Universo e teríamos configurado o que chamaríamos de “espírita-materialista”, mas sorriríamos de prazer por ver o materialista ter de aceitar a derrogação de seus princípios e anuir na ultra-sensualidade do fenômeno das lágrimas.

Há posição mais cômoda: aquela que só vê na manifestação a maldade e o espírito interesseiro das pessoas que vestiram os hábitos, julgando, desconfiadamente, que, por trás de cada lágrima, se escondam algumas velas a serem vendidas, algumas espórtulas a serem embolsadas, alguns muros a serem erguidos, alguns franguinhos a serem digeridos, alguns copázios de vinho a serem deglutidos. São seres de abjeta mentalidade, pois, ao passo que estabelecem o princípio do julgamento, à revelia da palavra do Cristo, se isentam da necessidade ou da responsabilidade da investigação material ou da aplicação intelectual, para transformarem o mistério em artigo de quinta categoria, adquirível em qualquer bazarzinho de prendas religiosas.

São raciocínios desprezíveis mas produzidos por pessoas que nos merecem plena consideração, pois têm os recursos existenciais de igual contextura que os nossos. Se se dedicassem um pouquinho só a considerações desta natureza, se estendessem o mesmo raciocínio que utilizamos na configuração de que todos somos irmãos, mesmo aqueles que tão impudente e inocuamente supuseram como sendo os autores das fraudes, teriam de se curvar à evidência de que a medida de um serve para todos e de que, na mesma caçarola em que assaram o “frangainho” dos religiosos, verão assados os seus rompantes argumentos de desconsideração pelos semelhantes.

Há reações mais justas, acertadas, honestas e prudentes: são as dos irmãos espiritistas cônscios de que Deus é Pai e distribui igualmente por todos suas benesses. Sabemos que muitos irmãos kardecistas põem em dúvida a possibilidade de transmissão mediúnica aos irmãos católicos, pois, devido à incompreensão destes por esse tipo de manifestação, consideram que seria “jogar pérolas aos porcos”. No entanto, são mais recatados e, quando não afeitos ao raciocínio evangélico e principiantes no estudo da doutrina, preferem agasalhar-se à luz das explicações dos mais experientes, fazendo crescer em importância as palavras dos amigos que assumem responsabilidades de comando nos centros espíritas. Estes, de resto, nem sempre se colocam em condições de isenção diante do fenômeno e correm o risco de influir mal, concorrendo para erros de interpretação do fato.

Entretanto, de todas as atitudes é a mais serena e avisada. Melhor ainda seria se buscassem esclarecer-se através da palavra segura dos mentores, perquiridos especificamente a respeito desse tema, ao qual estamos, por segunda vez, reportando-nos, dada a importância da repercussão que tais “milagres” terão, à vista da facilidade de sua divulgação por meio do telejornalismo, que evidencia o fenômeno através de imagens inconfundíveis, bem como pela amiudada repetição que, pelo que sabemos, está sendo providenciada.

Como os aspectos morais e espirituais do fenômeno em si foram exaustivamente discutidos na supra-referida mensagem, resta-nos, após ter tangenciado os aspectos filosóficos, à vista das teorias que embasam os raciocínios mais encontradiços no orbe, deixar palavra de advertência ao caro irmão leitor, para que prime, em suas considerações em torno das lágrimas, por exaltar a grandiosidade de Deus e seu interesse em que os homens busquem consolidar, o mais rápido possível, paz internacional capaz de capitalizar maior harmonia entre as nações, pois a mensagem real das lágrimas, indiscutivelmente, qualquer seja a visão que tenhamos, é a de que a humanidade está à beira de mais uma catástrofe moral, de mais um cataclismo espiritual de extensões imprevisíveis, dado o emaranhado de influenciações espirituais de todos os teores.

Armazenemos as energias e façamo-las evolarem-se em vibrações de preces, para que a espiritualidade superior consiga sustar as manobras militares no Golfo Pérsico, através do desarme das mentalidades, oferecendo-lhes saídas “honrosas” e abrindo-lhes a mente para os valores existenciais eternos.

Pode parecer que o homem comum tenha diminuta capacidade diante da magnitude do problema. Mas se cada um de nós dedicar um pouquinho de si, para a evocação das soluções apontadas, da mesma forma que o nosso grupo se interessou por vir trazer estes esclarecimentos, da mesma forma que o escrevente se dignou acompanhar-nos através de todas estas considerações, então, poderá a humanidade superar a crise do Oriente Médio e, de quebra, todas as dificuldades morais que se espalham pelos núcleos urbanos, sejam grandes, sejam pequenos, onde se trava surda batalha, em que as inocentes vítimas estão a demonstrar que, em pouco, poderá perder em eficácia o encarne expiatório, dada a generalização do fratricídio. Aliás, de resto (deixaremos a questão em forma de pergunta), não será a guerra total a solução final das guerrilhas particulares, através da extinção da possibilidade de vida na face do orbe, na forma pela qual a conhecemos? Desenvolva, caro irmão, este ponto e veja se consegue responder negativamente.

Pedindo escusar-nos por termos, de novo, trazido à baila o tema apocalíptico do final dos tempos, despedimo-nos, fazendo fé em que nossa manifestação não venha a se transformar em lágrimas de dor, ao invés das tão esperançosas “lágrimas de amor” dos “Irmãos de Fé”.

Fiquem todos com o Cristo e não se preocupe o escrevente por não lhe termos trazido tão-somente um espírito sofredor. Saiba que todos nós estamos transvestidos em seres de baixa vibração, dado o temor que de todos se assenhoreou à vista do fato de adquirirmos consciência das atuais dificuldades por que passa o planeta. Graças a Deus, ainda temos o poder da fé e as armas da oração, para nos sedimentarem as atitudes de amor em prol do irmão desarvorado no enleamento dos vícios e da maldade!

Vamos orar em conjunto, na intenção de cumprirmos, nós também, o que a todos tão insistentemente estamos recomendando. Faça-o você, no momento mesmo em que chegar a este trecho da leitura, que estaremos ali juntinhos, participando da vibração e ajudando a clamar ao Senhor piedade para este orbe de dor, para este verdadeiro “vale de lágrimas”.

Amém, Jesus!

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui