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Ensaios-->24. QUERELAS HUMANAS -- 25/11/2003 - 06:36 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Eis que, de quando em quando, nos deparamos com cenas de pugilato entre encarnados. É bem verdade que, se percorrermos as regiões umbráticas, lá tais acontecimentos são bem mais freqüentes, pois não há ossos para quebrar nem sangue para escorrer, embora a impressão que os litigantes tenham seja exatamente essa. Na Terra, as pessoas evitam entrar em atrito físico direto, por medo de serem atingidas pelo adversário, especialmente se estiver armado de frio aço ou se se apoderar de algum objeto que se transforme em maça ou projétil. Têm desenvolvida os encarnados alta tecnologia para alijar a vida aos contendores, seja na forma grosseira das armas de fogo e das emboscadas por meio de asseclas ou de industriosos assassinos profissionais, seja através da sutileza dos envenenamentos, muitos dos quais imperceptíveis para a humana ciência da investigação criminal.

Apesar de tudo, às vezes, vemos que se chega às vias de fato e os entreveros particulares ou coletivos põem frente a frente adversários, cujas querelas, o mais das vezes, podem ser resolvidas com simples explicações, sendo muito poucas as questões capazes de fundamentar razões para furores desmedidos. Mesmo assim, aqueles que adquirem consciência da própria ascendência moral sobre o querelante relutam em aceitar desafios sabidamente prejudiciais para o desenvolvimento moral das criaturas. Os que se imiscuem em lutas corpo a corpo quase sempre estão sob a influência de eflúvios alcoólicos e/ou sob o domínio de obsessores espirituais — combinação esta, aliás, freqüentíssima e perniciosíssima —, o que lhes impede o livre raciocinar a respeito dos fatos em que se vão envolvendo.

Por isso, é importante a reflexão espirítica: é preciso que cada qual se arme do instinto de vigilância para conter os próprios impulsos da “anima bruta”, da subalternidade emotiva dos princípios vitais neurológicos ainda hoje implantados nos centros nervosos e na contextura mental dos encarnados. A sublimação dessa reação tempestiva mas moralmente improcedente está afeta diretamente aos centros cerebrais ligados à reflexão e ao domínio da vontade sobre os esquemas de desencadeamento físico e mental das subitâneas motivações de defesa que embasam a virulência do ataque.

Certamente, há quem, ao sublimar o domínio que exerce sobre o organismo, com extraordinário sangue-frio, consiga canalizar a violência em outro sentido, sem deixar, porém, de apresentar o mesmo tipo de reação daquele que, pavio curto, pespega logo alguns bofetões no oponente. Esse que deixa para depois o ataque ao adversário, sabe dominar a matéria, o corpo, mas nada consegue no que respeita à alma. É criminoso de dois crimes: o de conhecer e não aplicar o conhecimento e o de agredir. Terá mais a que responder.

Coloque você, caro amigo, como fundamento das reações diante das adversidades da vida, especialmente daquelas que envolvem pessoas — companheiros e familiares —, saber evangélico dos princípios morais da existência em progressão: o amor, o respeito, a confiança na palavra de Deus, que nos prometeu a todos estarmos um dia reunidos em seu reino de glória.

Raciocinemos assim: lá, junto ao Senhor, no paraíso, será viável sequer cogitar em que possa haver qualquer tipo de litígio, de desavença, de querela? Salvo se estivermos loucos ou se formos dotados de extraordinária má-fé, a resposta só poderá ser: “— Impossível!” Ora, se o que é válido em circunstâncias as mais santas, as mais sublimes, as mais perfeitas, não será também válido para toda e qualquer outra situação? De novo a resposta deverá ser concordante: “— Sim!” Então, por que pautar o procedimento por princípios falhos, imperfeitos, quando poderemos obter resultados muito mais satisfatórios para o nosso encaminhar para Deus, procurando agir em consonância com os princípios evangélicos?!

Empenhemo-nos, pois, por enfrentar as humanas querelas com o vigor da virtude e a força do amor. Saibamos sufocar os maus humores e primemos por pactuar com Jesus em seu ministério de luz. Abramos os olhos para nossa natureza mais profunda e saibamos reconhecer ali a animalidade subjacente, para dominar os furores e os desatinos. Empreendamos o desbravamento das noções espiríticas mais rudimentares, que são suficientes para a contenção dos impulsos mais disparatados e persistamos no caminho da mediunidade e do socorrismo, para elevar os conhecimentos das necessidades fundamentais, que nos alertarão para os mais diversos tipos de motivações e de reações do humano proceder. Advertidos quanto à maneira de receber o influxo do imponderável, do inusitado, do surpreendente, de tudo que possa constituir-se em ameaça física ou moral, iremos, aos poucos, formulando conceitos válidos para enfrentamento das situações delicadas em que nos envolvermos.

Deveremos orar ao Senhor para que nos dê discernimento e força de vontade para superar as dificuldades e não para que nos afaste delas. E, se sucumbirmos diante da provocação, saibamos reagir moralmente, no sentido de efetuar a correta avaliação das razões do procedimento, para que não mais nos enredemos nas malhas da perversidade. Tendo caído, precisaremos reerguer-nos e isto só o trabalho em favor dos desafetos poderá obter. Dia virá, certamente, em que, ao sermos atingidos por mortíferas balas dos antagonistas, elevaremos sentida prece ao Senhor e, com Jesus, saberemos clamar: “— Pai, perdoai-os, porque não sabem o que fazem!” Nesse momento, com certeza, ser-nos-á dado o direito de subir mais um degrau na escada que nos leva ao reino de Deus.

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