Não há médium que não desconfie de que a manifestação a que dá vazão não contenha elementos inseridos por ele, quer consciente, quer inconscientemente. Explicamos: conscientemente, quando escolhe os termos, as expressões e até os gestos através dos quais julga traduzir as idéias, os pensamentos, os sentimentos e as emoções que lhe vibram no cérebro e que supõe serem produto da imaginação; inconscientemente, quando, perfeitamente cônscio da realidade espiritual para a qual trabalha, encontra, no fruto da manifestação, deslizes que não acredita possam ter sido elaborados pelas entidades que se incorporaram, preferindo atribuir a si mesmo aquelas falhas.
No primeiro caso, poderá a desconfiança do intermediário ter fundamento, mas também poderá ocorrer que as palavras, os ditos, as frases, os trejeitos, tudo advenha do próprio espírito; ou não? Agora mesmo, o escrevente não desejou repetir “termos, expressões e gestos” e sugeriu-nos a mudança, de modo que acabou escrevendo “palavras, ditos, frases e trejeitos”, crente de que o fazia de moto próprio. Na verdade, recebeu a sugestão da mudança, tendo até rejeitado as novas expressões por não condizerem, segundo ele, com as anteriores em suas nuanças de significados. Foi armadilha que lhe preparamos para conseguir o efeito e a exemplificação, ao mesmo tempo que o fazíamos entender, com extrema simplicidade, que a dúvida lhe ensejou a devida explicação por via mediúnica.
No que tange ao segundo caso, é mais simples de explicar: como a interferência do mediador fora inconsciente, pode ocorrer que suas vibrações tenham intervindo na elaboração da mensagem, ocorrendo também que o espírito comunicante estivesse desatento, preocupado tão-só com o trabalho, caso em que, durante a correção necessária, ao se revisar o texto, voltará a entidade a imantizar o médium para propor as oportunas e convenientes alterações. Se o teor do texto for de baixa moralidade e se não houver o devido influxo energético perceptível pelo médium experiente no momento do aperfeiçoamento, qualquer tenha sido a origem das imperfeições, será preferível não dar atenção a ele, inutilizando-o. Em tempo oportuno, consultar-se-á o guia a respeito do que aconteceu na verdade.
Se houver paz de espírito, serenidade, todas as dúvidas serão sanadas e os consulentes, à vista do resultado da pesquisa espiritual, adquirirá a certeza de suas intervenções nas manifestações, podendo, extirpá-las, desde que intrusas, não pleiteadas pela entidade comunicante.
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