Imagine, Leitora e Leitor, que tem um amigo, ou uma amiga, capaz de responder a todas as suas perguntas antes mesmo que lhe ponha qualquer questão e que, além de conhecer sempre as melhores soluções, se mostra disponível em todas as situações. Apenas e só há uma importantíssima dificuldade: ela não entende claramente os assuntos que lhe expõe.
Este enunciado serve para alinhar o raciocínio na senda das descobertas de Carl G. Jung, já que é de modo idêntico que tentamos a relacionação com nosso próprio inconsciente.
Jung considera que essa imensa porção de psique humana não é apenas um depósito de memórias. Ao contrário, para Jung, ela é composta por uma incrível variedade de material psíquico, como impulsos, intenções, percepções, intuições, pensamentos racionais e irracionais. Como se não bastasse, também guarda ainda germes de ideias e situações psíquicas futuras. Isto, pretende Jung fazer intuir, que nosso inconsciente é atemporal e, a rigor, abre caminho para a possibilidade de nos permitir captar imagens do passado ou do futuro em determinadas circunstâncias.
Ao baile com Jung iria eu até 4 de Junho de 1939 e, após rebuscar os arquivos todos dos concelhos de Arouca e Vila do Conde, sedes das terras de meu pai e de minha mãe, convidava-o para irmos ambos, por período bastante, para dentro de um bem recheado arquivo de história universal. Se porventura o cientista insiste na fuga para a frente, bem, com o feitio que tenho, mandá-lo-ia sem mais delongas internar-se numa boa clínica onde já estivessem hospedadas umas boas gajas com a mesma mania. Que boa solução eu daria aos futurismos do Jung...
Vá... Pelo menos as Leitoras... Sorriam. Sou ou não sou um futurista que ao exprimir a ideia teórica aponto os objectivos muito promissoramente na prática?...
António Torre da Guia
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