Disco que marcou a virada, decisiva, na direção musical da banda. Substituindo Rod Evans (vocais) e Nick Simper (baixo), Ian Gillan (vocais) e Roger Glover (baixo) se juntaram a Jon Lord (teclados), Ritchie Blackmore (guitarra) e Ian Paice (bateria. Depois de trabalhos psicodélicos (em Shades of Deep Purple e The Book of Talyesin), rock inglês (Deep Purple) e rock progressivo (Concerto For Group And Orchestra), o novo Deep Purple daria forma definitiva ao Hard Rock.
Faixas:
SPEED KING -> a linha de baixo de Glover, das mais marcantes do Hard Rock, se une a um Blackmore distorcido, faiscante, e aos vocais de trovão de Gillan para eletrocutar o rock. Os teclados lembram (muito) os Doors. O nome da música já prenunciava o futuro clássico Highway Star, do disco Machine Head. A letra é uma celebração do bom rock n roll!
BLOODSUCKER -> uma das mais enérgicas canções da carreira do Purple, repleta de riffs envenenados, gritos profundos e enérgicos...O solo é uma verdadeira obra de arte, mostrando peso e precisão que fariam escola. A lamentar, somente a decepcionante versão dessa música incluída no recente disco do Purple, Abandon...
CHILD IN TIME -> Blackmore se solta de todas as amarras estilísticas e cria riffs implacáveis, solos magníficos e partes pesadas, Heavy Metal, porém melódicas...uma mistura que seria fértil 17 anos depois. Glover e Paice erguem um muro inquebrável, só rompido pelos agudos fatais de Ian Gillan. Esse último extrapola, criando uma das mais belas interpretações vocais de todos os tempos. Mas o que dá forma definitiva á canção são os teclados, inesquecíveis, de Jon Lord. Plena de grandiosidade e beleza, esse épico sobre a Guerra Fria marca o ápice, o apogeu musical da banda.
FLIGHT OF THE RAT -> Hard Rock do primeiro ao último acorde. O solo, outra maratona instrumental a cargo de Blackmore e Glover, mostra bem a capacidade musical de cada instrumentista.
INTO THE FIRE -> um riff magistral, protótipo dos riffs de Hard desde então. Glover, outra vez, brilha intensamente com seu baixo consistente, forte como um tanque, pesado como uma bigorna.
LIVING WRENCK -> a música inicia convencional (para o disco), mas novamente seu instrumental (culminando com um solo de bateria demolidor, Ian Paice mais uma vez mostra que sua concorrência estava limitada então a John Boham do Led Zeppelin) assusta o ouvinte desavisado, tamanha a maestria com que é executado.
HARD LOVING MAN -> dedicada a Martin Birch, produtor desse e de outras obras-primas do Purple e também consagrado por seu trabalho bem sucedido com o Iron Maiden. A canção se inicia com um ruído forte, semelhante á queda de algo pesado. Logo em seguida uma formidável cavalgada de guitarras e uma corrida de teclados se inicia, criando um clima contagiante. Mais riffs preciosos aparecem no decorrer da música, para fechar com chave de ouro a primeira obra-prima do Hard Rock.