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Ensaios-->Vida após a morte -- 25/10/2003 - 23:37 (Leon Frejda Szklarowsky) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


LEGIÃO DA BOA VONTADE

CONGRESSO DISCUTINDO A MORTE E A VIDA APÓS ELA
LOCAL PARLAMUNDI BRASÍLIA – DF - 24 de outubro de 2003
ABORDAGEM DA RELIGÃO SOBRE A VIDA APÓS A MORTE

SUMÁRIO

1. Introdução. 2. A vida e a morte nas diversas religiões e povos. 3. O Egito. 4. Povos da Mesopotâmia. 5. Sumérios. 6. Os semitas. 7. Os fenícios. 8. Persas. 9. Hinduísmo. 10. Shikismo e Janaísmo. 11. Budismo. 12. O Cristianismo. 13. Vida após a morte na visão judaica. 14. Ressurreição dos mortos e vinda vindoura. 15. Forma de ressurreição. 16. A morte, a ressurreição, a alma e a natureza da vida após a morte e ainda sobre a idade do universo. 17. Opinião de vários autores. 18. Experiência pessoal. 19. Conclusão. 20. Bibliografia.

INTRODUÇÃO

Antes de tudo, desejo agradecer a honra com que me distinguiu o Irmão Paiva Neto, ao convidar-me primeiro, para participar do I FORUM ESPÍRITO E CIÊNCIA, no ano 2000, quando então me foi permitido fazer o lançamento de meu livro HEBREUS, HISTÓRIA DE UM POVO, editado pela Editora Elevação, da LBV, e, neste momento, do Conselho Consultivo do FORUM MUNDIAL ESPÍRITO E CIÊNCIA, e a satisfação de proferir a palestra no painel ABORDAGENS DA RELIGIÃO SOBRE A VIDA APÓS A MORTE, NA VISÃO DO JUDAÍSMO.
Também me sinto sensibilizado com todos os membros da Legião da Boa Vontade e do Templo da Boa Vontade, que eu diria ser o Templo da Verdade, da Luz e da Paz. Minha homenagem aos meus bons amigos, Mariene, Paulo Zarur e o Ministro Enaildo Viana, que me têm acolhido nesta Casa, sempre imbuídos do ecumenismo ou universalismo – traço marcante de seus idealizadores.

Começo o painel, minhas queridas irmãs e estimados irmãos, dizendo que:

O homem deve pensar, pode divergir, mas antes de tudo deve ser tolerante. Das idéias, nem sempre convergentes, brota a imensa variedade de pensamentos que norteiam a humanidade e lhe abrem o caminho da verdade.

O ser humano, desde os tempos imemoriais, tem-se preocupado com o túnel que o separa da vida terrena, ou seja, desta vida na Terra daquela que atingirá após passar para a outra realidade. A morte é, pois, esse túnel ou, se preferirem, a ponte entre essas duas dimensões, porque acredito na vida-vida e não vida-morte. O Irmão Paiva Neto lembrou, ontem, na sua fala de instalação do Congresso, que os judeus não consideram o cemitério, que significa lugar do sono, mas sim a casa da vida – BET CHAI. Beit=casa e CHAI=vida.
Goethe exprime, com notável sensibilidade e genialmente, que “a alma do homem é como a água. Do céu vem, ao céu sobe, e de novo tem de descer à Terra. Em mudança eterna.” Nestes versos, o genial poeta exprime o verdadeiro sentido da vida e a eternidade do homem e da alma.
Poetas, escritores, cientistas, filósofos, teólogos de todas as religiões, em todos os tempos, tentam desvendar os mistérios que envolvem os homens, antes, durante e após sua vida terrena, desejando penetrar nas profundezas da alma humana e conhecer um dos temas que mais o atormentam: será a morte o final de todas as coisas ou o renascimento para um plano superior e desconhecido até o momento?
Neste escrito, faremos breve estudo do tema vida e morte ou vida após a morte terrena, ou como prefiro enunciar VIDA APÓS VIDA, na concepção das várias tradições religiosas, notadamente, segundo a religião judaica.
No poema abaixo, externamos a convicção de que:

A vida, o prelúdio da morte, que, certamente, não é o fim.
A vida, o antecedente necessário de um mundo melhor.
A vida, o caminho de comunicação entre o homem e o desconhecido.
A vida, o caminho da purificação, se bem vivida.

O corpo, quando invólucro de uma alma sublime,
O corpo, quando invólucro de uma alma pura,
O corpo, quando invólucro de uma alma limpa,
O corpo, quando invólucro de uma alma iluminada,
O corpo, quando invólucro de uma alma luzidia,
O corpo, quando invólucro de uma alma em estado de graça,

Não perece jamais.
Não desaparece.

Apenas se transforma.
Apenas se movimenta.

E indagamos:

Por que estamos aqui? O que fazemos? Com certeza, o homem tem uma missão a cumprir. Nada existe por acaso. Do contrário, nada teria sentido. Negar alguma coisa é admitir sua existência, porque absurdo é negar o nada.

Dentre os seres que povoam a Terra, o homem, desde os tempos imemoriais, tem, com exclusividade, atiçada sua curiosidade com o binômio, que envolve o enigma de sua existência: de onde venho e para onde vou?

Por que vivo? Por que nasci? O que faço? Por que vou morrer? Para onde irei, após a morte ou após esta vida? O que vem a ser a morte – a transição de uma realidade para outra, de uma dimensão para outra? Por que não me conformo com essa inevitável transposição? Estas indagações são freqüentes no espírito humano.
Quando morrer, terá tudo acabado, com meu corpo, com a matéria, que me envolve, ou há que pensar em algo mais, tão sublime e importante quanto à vida neste planeta?

O Rabino Aryeh Kaplan ensina que, se o homem acredita no Ser Supremo e que existe um objetivo na sua passagem, por este mundo, sua vida então valerá a pena e conclui que onde não há fé não há sabedoria . Einstein refutava, com veemência, a idéia materialista de que as leis da natureza fossem manifestações do acaso e não se permitiu pensar que Deus estivesse jogando dados com o Cosmos.

Muitas são as religiões e muitos os deuses que povoam a mente do homem, todavia somente as três religiões – judaísmo, cristianismo e islamismo – são monoteístas.
Em todos os rincões da Terra, pratica-se a religião, mesmo onde ela é proibida, pois esta dá um significado à vida, aponta a luz, que vai iluminá-lo, afastando-o da escuridão envolvente. Sem dúvida, nem todos os pensadores admitem esse entendimento. Marx via na religião a forma de enganar o homem, tornando-o imune à miséria, à escravidão e à desgraça.
Em trabalho recente, citado pelo estudioso erudito baiano Sérgio Nogueira Reis, escrevemos que:

Com o estudo das diversas tradições religiosas, fácil é concluir-se que a essência é a mesma em todas as religiões e consciências, não importa o tempo, nem o espaço, variando apenas as formas e os caminhos do percurso, convolando o pensamento de que Deus é um e um só é o homem ou a pluralidade na unidade - essa Energia infinita e desconhecida, mas presente em tudo.

Assim entendo Deus.
Assim entendo a visão holística do Universo.
Assim entendo o mundo em que vivemos.
Assim entendo o passado, o presente e o futuro.
Assim entendo a eternidade.
Assim entendo o infinito .

A VIDA E AMORTE NAS DIVERSAS RELIGIÕES E POVOS

Algumas religiões podem ser classificadas, de conformidade com a região onde tiveram origem, distinguindo-se, entre tantas, a religião budista, hinduísta e o jainismo. Para essas religiões, a vida e a morte são ciclos contínuos, ou seja, o nascimento, a morte e o renascimento perfazem um longo caminho de continuidade.
Os povos antigos cultuavam os deuses, como forma de assegurar seus desejos.

EGITO

No antigo Egito, de 3000 AC até o século 1 AC, muitos eram os deuses cultuados e complexa era religião.
Acreditavam os egípcios na vida após morte, ou além túmulo, e a alma dos mortos habitava os subterrâneos. Essa região era o Duat. O falecido passava por uma prova, a fim de tornar patente haver praticado o bem em vida.
Na crença desse povo, o corpo seria usado no outro mundo, daí por que a prática da mumificação, como forma de o preservar. Suas posses, quando o egípcio as possuía, eram colocadas junto ao cadáver, para serem utilizadas em Duat.
O Livro dos Mortos continham textos que lhe serviriam como escudo de proteção.
Faraós ou reis do Antigo e Médio Império eram sepultados nas pirâmides de pedra maciça, para que assim atingissem a vida eterna. Nesses túmulos, encontram-se inúmeras inscrições.
Segundo os historiadores, acreditavam os egípcios que o ser humano se compunha da parte corpórea e de dois elementos espirituais que guardavam independência do corpo. Criam que o espírito – parte imaterial – prosseguia na outra vida, em estreita conexão com o corpo, exercendo as mesmas atividades que exercia em vida na Terra.
Conta-se que eles não poderiam morrer mais de uma vez, porque esta segunda morte seria definitiva, causada pela falta de alimentação, eis por que as oferendas seriam uma obrigação dos vivos.
Uma lição interessante colhe-se no Livro dos Mortos e refere-se ao julgamento dos mortos, assim que o justo e o inocente venceriam a morte e não mais os poderosos e nobres.

POVOS DA MESOPOTÂMIA

Os sumérios, babilônios e assírios cultuavam variados deuses, assim também os cananeus. Os antigos persas criam na imortalidade da alma. Zoroastro, fundador do zoroastrismo, acreditavam que a vida é uma luta constante entre o bem e o mal.

SUMÉRIOS

No princípio, seus deuses confundiam-se com os elementos do cosmo: água, terra, ar e o céu, mais ainda o sol, a lua e as estrelas.
Também eles acreditavam na vida além da morte, tanto que ofereciam as oferendas nos túmulos.
Para eles, a alma, elemento imaterial, era uma sombra errante, a vagar nas trevas do Kur.
Os historiadores ensinam que para chegar ao Kur atravessava alma o rio-devorador, conduzida pelo homem da barca.

OS SEMITAS

Descendentes de Sem, filho de Nóe, provindos, segundo alguns, da Arábia, os assírios e babilônios adotaram os deuses da região e deram-lhe nomes semitas e buscavam a felicidade terrena, afastando o mal. Quanto mais longa a vida, na Terra, mais felizes se sentiriam.
Já para esses povos, a morte era uma desolação completa. Não havia esperança de retorno para os mortos. Sete barreiras separavam-nos dos vivos.

OS FENÍCIOS

Também vários eram os deuses de seu culto e caracterizava-se pela idolatria. Os santuários ficavam na parte alta, contendo um recinto sagrado, ao ar livre, ficando no centro uma capela ou pedra sagrada, com um altar para sacrifícios.
Esse povo acreditava no na vida após a morte. A alma separava-se do corpo, levando a vida sem nenhum prazer entre sombras. Sua sobrevivência dependia da sorte do cadáver, por isso os fenícios primavam em tomar todos os cuidados para conservá-lo. As pessoas mais importantes tinham seus cadáveres mumificados.
Não acreditavam na recompensa ou no castigo, pelo que fizeram na Terra, mas oravam pela proteção dos deuses para uma longa vida aqui, plena de felicidade.

PERSAS

Os persas criam na vida futura, pois, conquanto eles consideravam o corpo como coisa impura e condoído para as torres do silêncio para serem devorados pelas aves de rapina, a alma deveria cruzar uma enorme ponte suspensa sobre o abismo, de sorte que o mal cai nas profundezas, enquanto que o bom consegue ultrapassá-la. Crêem na ressurreição dos mortos.

HINDUÍSMO

É uma das crenças mais antigas, calcada na idéia fundamental de que a vida terrena é parte de um ciclo perene de nascimento, morte e renascimento. A reencarnação só tem fim, se a pessoa levar uma vida voltada para o bem.

SIKHISMO E JANAÍSMO

O shikismo acredita na lei moral do carma. Os atos praticados durante sua vida hão de afetar sua reencarnação após a morte, eis por que a vida correta e exemplar, na família, é uma meta de fundamental importância no seu cotidiano.
O janaísmo acredita na reencarnação, mas o ser humano pode-se libertar do ciclo da reencarnação, quando atingir o conhecimento justo, praticar a fé correta e tiver boa conduta.






BUDISMO

Buda ensinou aos homens como alcançar a iluminação plena e libertar-se do ciclo da morte e da reencarnação, combinando a moral com normas fundamentais de meditação.

O CRISTIANISMO

Para o cristianismo, o homem acaba de nascer para a morte, pois a morte na verdade representa a ruptura de um processo, mas não a cisão do corpo e da alma. O homem tem um destino certo e inequívoco: a vida ressuscitada do homem corpo-espírito. Desde o nascimento, vai falecendo por etapas, biologicamente; entretanto, renasce para um outro tipo de vida.
Leonardo Boff chama a atenção para o homem, dotado de corpo e alma, perfazendo a unidade plural.

VIDA APÓS MORTE NA VISÃO JUDAICA

DEUS ÚNICO

Os judeus acreditam, no pacto entre Deus e Abraão – a aliança - e no Deus único: SHEMA YISRAEL, ADONAI ELOHÊNU, ADONAI ECHAD – Ouve, Israel! O Eterno é nosso Deus! O Eterno é um só! É o recital mais forte e constante das orações, cantado com ênfase pelos judeus, em todos os momentos.

TORÁ

A Torá é seu livro fundamental e contém os cinco primeiros livros, tendo sido comentado por rabinos, profetas e estudiosos, por milhares de anos.
O Deus único e universal é o fundamento da religião judaica. Esta atinge todos os aspectos da vida, desde o nascimento até a morte. O monoteísmo e o messianismo constituem o vetor dessa religião, mensagem esta levada ao mundo todo.
Os patriarcas do povo hebreu acreditavam na vida futura, como vem escrito no Gênesis.

CIÊNCIA E RELIGIÃO

ARYEH KAPLAN

Para Aryeh Kaplan, erudito rabino, a Torá não se opõe à ciência moderna que ensina ter o universo mais de seis mil anos. Com fundamento em sólidos estudos, traz à baila discussões, sumamente interessantes, de acordo com o Sêfer há-Temuná, e narra ter havido outros mundos, antes de Adão haver sido criado. São os ciclos sabáticos anteriores. Está, assim, quebrado o tabu do confronto entre a religião e a ciência.

IDADE DO UNIVERSO – ANO DIVINO E ANO HUMANO

Fazendo pesquisa sobre esse assunto, consegue fotocópia de importante trabalho do Rabino Isaac, o Otsar ha-Chayim, nascido em 1250 e falecido em 1350, o qual oferece novas luzes aos ciclos sabáticos, medindo sua cronologia em anos divinos e não em anos humanos. É uma revolução tão extraordinária que demonstra não haver conflito entre a religião e os conceitos científicos sobre a idade do Universo e sua origem.
O simbolismo contido no Livro dos Livros não admite uma simples interpretação literal, devendo o exegeta fazê-lo, segundo os diversos métodos de exegese científica.
O Rabino Isaac de Aco assinala que, se os ciclos sabáticos existiam antes de Adão, a medição do tempo deve fazer-se tendo em vista o ano divino e não o ano humano. Assim, um dia divino tem a duração de 1000 anos terrestres e um ano divino consiste em 365.250 anos terrestres. Essas considerações estão contidas em muitas fontes do Midrash.
Esses conceitos conduzem a uma nova forma de encarar a evolução do homem na Terra e mostra que não há contradição entre os textos bíblicos e a ciência, conclusão a que chegou também um dos mais famosos estudiosos da Cabala, há sete séculos, em oposição frontal às idéias dos estudiosos fundamentalistas.
E quero crer que nenhuma religião, qualquer que seja, encontra oposição na ciência, que é o produto do homem e, portanto, da Força, do Altíssimo, do Grande Arquiteto do Universo.

BIG BANG – QUINZE BILHÕES DE ANOS

Registra ainda o mestre Aryeh Kaplan que os sete dias da Criação, na verdade, teria ocorrido há mais de quinze bilhões de anos antes do Big Bang, correspondendo à criação da infra-estrutura espiritual do universo, referida no Talmud como criação do pensamento e conclui que existe perfeita sintonia entre os ensinamentos dos Textos Sagrados e a moderna ciência.
Michael Drosnin, em sua obra Código da Bíblia, estuda as profecias ocultas no Antigo Testamento, e faz duas citações notáveis, dignas de muita reflexão: “Quanto a ti, Daniel, guarda estas palavras em segredo e conserva selado este livro até o final dos tempos (Daniel, 12:4) e ”A distinção entre passado, presente e futuro é apenas uma ilusão embora persistente” (Albert Einstein, 1955), ao que ousaríamos acrescentar que o tempo é apenas parte da eternidade que nunca começa, nunca termina.
Medite-se, pois, no que possa estar contido na Bíblia Sagrada ainda não totalmente desvendado pelo ser humano e que um dia quiçá o será, iluminando assim a história dos homens e da Criação.

IMORTALIDADE FÍSICA DO HOMEM

A imortalidade física do homem também não é descartada pelos Livros Sagrados, já que originalmente ele fora criado como ser imortal, mas, havendo Deus proibido a Adão comer da Árvore do Conhecimento e, tendo este desobedecido, foi-lhe dito pelo Altíssimo que, doravante, morreria, conquanto tenha sobrevivido por 930 anos.
As fontes judaicas de estudo, calcadas, nos Livros de Isaías, contém excelentes ensinamentos sobre a profecia deste profeta de que, na Era Messiânica, a longevidade das primeiras gerações tornar-se-á privilégio de todo o gênero humano.





MAIMÔNIDES

Há que considerar ainda que muitos pensadores judeus não vêem na Era Messiânica uma estação de milagres sobrenaturais, com a transformação das leis naturais, senão na própria revelação científico-tecnológica, fruto das conquistas humanas, e o Messias é tido, então, como um ser inspirado e não como ser sobrenatural.
Maimônides prevê a abolição total das guerras, assim que todo o potencial humano será aproveitado para as boas coisas, em seu mais elevado grau.

ABOLIÇÃO DA MORTE PARA TODA A HUMANIDADE

Segundo alguns talmudistas, a morte será abolida para toda a humanidade e o homem gozará de vida eterna.

RESSURREIÇAO DOS MORTOS E VIDA VINDOURA

Partindo da idéia de que o homem é mortal, os judeus acreditam na ressurreição dos mortos (theiyat há-metim). Trata-se de uma questão essencial da fé judaica. Há a crença de que corpo e alma formam um todo, como obra de Deus, e a ressurreição ocorrerá no momento que Lhe aprouver.

MAIMÔNIDES

Mundo vindouro

Maimônides, entretanto, credita ao mundo vindouro a meta final e não à ressurreição simplesmente, conquanto esta seja um princípio expresso na Thorá, não existindo nesse universo recompensa ou castigo, descritos no Livro dos Livros, exceto no mundo presente.
O mundo vindouro, de que fala Maimônides, não se constitui de seres corporais, físicos.
Este notável filósofo e estudioso da Thorá explica que o princípio fundamental colhido nas Escrituras, a respeito da ressurreição dos mortos, não é

objeto de controvérsia e é aceito, sem dissensão, por todas as ramificações, com fundamento na história, nas preces e súplicas dos profetas e dos sábios.

RESSURREIÇÃO

A ressurreição consiste no retorno da alma ao corpo, após a morte. Para Daniel, não obstante, esse retorno dar-se-á apenas para os justos e não para todos, ou seja, os não justos acordarão para a vergonha e para o nojo eterno e não para os corpos.
Maimônides refere-se ao mundo vindouro, em que não haverá mais morte e não haverá corpos, compondo-se, destarte, de almas sem corpos. Portanto, trata-se do mundo espiritual, como parte do curso natural dos acontecimentos ou da imortalidade da alma.
O corpo é dotado de órgãos que se prestam às propriedades da alma e esta após a morte não mais necessita de seus atributos e só o espírito é eterno.
Ensina que os versículos das Escrituras não estão em oposição ao retorno dos mortos, se assim o desejar Deus. A distinção entre o espiritual e o físico reside essencialmente no conceito de espaço que não existirá no mundo espiritual.
Os estudiosos não dissentem da idéia mestra da imortalidade da alma e da ressurreição dos mortos.

ARYEH KAPLAN

O Rabino Aryeh Kaplan, porém, apresenta a opinião de todos os cabalistas e da maioria dos sábios de que o corpo e alma serão reunidos, sendo certo que a ressurreição é o estágio primeiro e permanente do mundo vindouro que existirá no plano físico. Os mortos então ressuscitarão e viverão eternamente, fundado este pensamento no ensinamento talmúdico de que os mortos ressuscitados jamais retornarão ao pó.
A passagem bíblica mais significativa está contida nos Salmos 50:4:

“Do alto Ele convoca o céu (a alma) e a terra (o corpo) para julgar Seu povo...”.




FORMA DE RESSURREIÇÃO

A forma como se dará a ressurreição também suscita divergências. Enquanto a ESCOLA DE HILEL sustenta que o homem no futuro se formará da mesma maneira como o é no presente, isto é, “começará com a pele e a carne e acabará com os tendões e os ossos” (esta afirmação está contida em Jô 10;10-11), semelhantemente ao nascimento do ser humano, iniciando-se com o embrião, pele e osso, a ESCOLA DE SHAMAI não aceita ressurgir o homem no mundo futuro como o é agora, mas sim se iniciará com ossos e tendões, crescendo a pele mais tarde sobre ele.
Uma tradição judaica afirma que o processo de crescimento será estimulado pelo orvalho da ressurreição, assim que os restos mortais se dissolverão no orvalho da ressurreição.
Outras fontes dão como certa que a ressurreição é temporária, vivendo os ressuscitados tão somente um curto período, vindo a morrer novamente. Esta é também a opinião de Rambam, porque, sendo a ressurreição um milagre, os efeitos também serão temporários.
O Rabino Aryeh Kaplan não está alheio à ciência e à técnica e estuda a ressurreição, em face da clonagem, visto que toda célula do corpo contém um conjunto completo de cromossomos, com o material genético apto a reconstruir o corpo por inteiro e indaga o que aconteceria se uma porção desse material genético sobrevivesse no túmulo. Responde que a clonagem se faria não só de um ser vivo, senão também de um morto.
Essas elucubrações feitas por um religioso não estão longe da realidade científica, com o que se verifica um perfeito casamento entre a ciência e a religião, o que era impensável em tempos remotos.
Exemplifica que o orvalho, mencionado na Bíblia, poderia até ser uma espécie de solução nutriente ou alguma substância apta a extrair ou reagrupar o material genético de restos humanos.
Um exemplo de que a religião pode perfeitamente conviver com os métodos científicos é dado pelo mesmo estudioso, ao esclarecer que, para localizarem-se os restos mortais de todas as pessoas, ter-se-á, então, que consultar as profecias.
No entanto, enfrenta também uma das questões mais intrincadas, com relação à ressurreição física, se os restos mortais não existirem.
Conquanto se trate de questões bastante complexas e consideradas as hipóteses que propõe, não há dúvida de que é um passo muito grande e admirável desse rabino que não encontrou barreiras na religião para chegar até este ponto.

RESSURREIÇÃO DE CORPOS INEXISTENTES OU DESTRUÍDOS

A ressurreição de corpos inexistentes ou destruídos, sem qualquer possibilidade de se obter material genético, poder-se-ia fazer através da informação contida no código genético , previamente registrado de alguma forma, fazendo-se a reconstrução desses genes e cromossomos.
Mas propõe uma outra questão, de profunda importância, qual seja, como conseguir do código genético de pessoa morta há milhares de anos.
Apela, novamente, à revelação profética e traz um texto do Misdrash, para alicerçar sua tese, in verbis: “É a profecia que garante a carne, nervos, e ossos aos mortos. Isto também é verdade no tocante a toda carne, nervos e ossos que foram comidos por animais e pássaros”. Deduz que se todo o material genético tiver sido devorado por animais, será ele restaurado, profeticamente ou, segundo algumas opiniões, todo o corpo será novo.

A MORTE, A RESSURREIÇÃO, A ALMA E A NATUREZA DA VIDA APÓS A MORTE E AINDA SOBRE A IDADE DO UNIVERSO

OPINIÃO DE VÁRIOS AUTORES

Rabino Aryeh Kaplan

Como já tive oportunidade de expor, o Rabino Kaplan , com o espírito arejado às grandes conquistas científicas, apoiado nos ensinamentos da Torá e dos grandes mestres, procura pensar o novo ser, após uma nova realidade trazida pelos transplantes do coração, do cérebro, em futuro não tão longínquo, ou até da transferência de memória.

TRANSFERÊNCIA DA MEMÓRIA E DA INORMAÇÃO

E supõe a possibilidade, ainda que teórica e do domínio da ficção científica, por ora, da transferência da memória e, portanto, da informação, de uma pessoa totalmente doente, incurável, incluindo o cérebro, para um outro corpo.
Imagina a construção desse novo corpo, inclusive o cérebro, a partir das informações genéticas do ser terrivelmente enfermo, sem possibilidade de cura, transferindo, para aquele corpo novo e cérebro vazio, todo o estoque de informações do doente. Passaria então este a existir em seu novo corpo. São questões transcendentais dignas de reflexão, porque provindas de um religioso, que, sem abdicar da religião, das lições dos sábios e da crença em Deus, não afasta a ciência e as grandes descobertas, o que mostra, sem dúvida, uma mente iluminada, transparente e sem preconceitos.
Cita os estudos cabalísticos filosóficos que ensinam ser a substância do mundo espiritual a informação, podendo esta interagir sem estar vinculada à matéria e independentemente dela.

CONSCIÊNCIA DOS MORTOS SOBRE O MUNDO DOS VIVOS

O Rabino Kaplan discute ainda uma outra questão não menos relevante, no que diz respeito à consciência dos mortos a respeito do que ocorre no mundo dos vivos. E diz que dos estudos talmúdicos se infere a certeza desse conhecimento, porque com a morte o homem passa a viver num novo mundo de consciência, como alma desencarnada, girando em torno de si enorme confusão, que aos poucos se vai desfazendo e se adaptando a essa nova situação, dependendo, sempre, da preparação que fez no mundo dos vivos. O seu sofrimento posterior está ligado ao maior ou menor apego ao mundo material, quando ainda encarnada sua alma.

Rabino ISRAEL LIPSCHITZ

Faremos agora um balanço de um dos mais notáveis sermões do Rabino ISRAEL LIPSCHITZ, proferido em Danzig, em 1842, tratando da morte, da ressurreição, da alma, da vida após a morte e da idade do universo.

VIDA APÓS A MORTE E A RESSUREIÇÃO DOS MORTOS

Comentando e citando as Escrituras, como o versículo do Deuteronômio, em que o Poderoso diz ao homem que jamais poderá esquecer de sua existência eterna, consubstanciado na sentença de que Ele propôs a vida e a morte, mas manda-o preferir a vida, a vida eterna não o induz ao pânico, se ele se houver preparado com tranqüilidade, para a morte, que poderá vir a qualquer momento.

VIDA APÓS A MORTE

Quanto à vida após a morte e a ressurreição dos mortos, adverte que a crença na sobrevivência da alma será uma fonte de iluminação para ele em sua jornada pelo mundo e para a felicidade neste mundo. Ensina, com base nos Livros Santos, que todo judeu deverá acreditar que sua alma sobreviverá após a morte, por todo o sempre, e que haverá a ressurreição corporal, vivendo uma natural neste mundo.
O rabino crê na sobrevivência da alma e traz como provas a própria experiência vivida, o mundo em geral, as criações de Deus em particular e o próprio Deus.
Em relação à sua experiência pessoal, tudo fazia certo de que viveria para sempre, pois a morte seria apenas uma troca de roupagem, inspirado no salmista que profetizava jamais morrer e que, quando a morte o levar, começará sua vida efetivamente. Esta postura lhe advém dos próprios pensamentos e sentimentos.

O MUNDO COMO UM TODO

O mundo como um todo é a prova inconteste de que o homem não expirará para sempre nem será destruído. A renovação constante da natureza e de suas atividades, em ciclos sem fim, é a maior comprovação da eternidade de tudo e também do homem.
Este fato foi, posteriormente, descoberto por Lavoisier, ao decretar que na natureza nada se perde, tudo se transforma.
No que diz respeito às criações em particular, nada na natureza pode ser aniquilada por completo nem desaparecerá totalmente e, para corroborar sua mensagem, cita a primeira lei da termodinâmica de que a energia de um sistema
não pode ser criada nem destruída, mas transformada em outra forma de energia.

Doutor Aharon Barth

Este autor analisa vários temas fundamentais do judaísmo, dentre os quais se sobressaem Este Mundo, A Era Messiânica e O Mundo do Porvir e a Ressurreição dos Mortos.
A obra desse erudito, fruto de conversas com seus filhos e um aluno, enquanto esteve gravemente enfermo, sintetiza ensinamentos dos mais relevantes, para o entendimento das grandes questões que atormentam o ser humano.

MISSÃO DO HOMEM

Ao tratar da missão do homem no mundo, enfatiza que o mundo a que se referem os judeus é o deste mundo, que deve ser aperfeiçoado, fixando nele o Reino de Deus, não excluindo, contudo, a crença no mundo futuro e na ressurreição dos mortos, pois a Torá contém determinações a serem cumpridas aqui. As punições e as recompensas referem-se a este mundo, do presente, aqui e não lá, embora a principal recompensa e a punição efetivar-se-ão no mundo do futuro e após a ressurreição.

PARTICIPAÇÃO E ATUAÇÃO DO HOMEM AQUI NA TERRA

Vai daí que o judaísmo dá muita importância à participação e atuação do homem aqui, neste plano, regada de felicidade e alegria de viver, a alegria de si próprio e de seus semelhantes. Todos esses ensinamentos vêem descritos nos diversos versículos da TORÁ.
O shabat e as festas sagradas são motivo de regozijo e não de tristeza. O shabat suspende o luto e todo jejum, a não ser de Yom Kipur, que não significa jejum de luto.
O mundo do porvir, no esclarecimento de Barth, não é estranho à religião judaica, que extrai das Escrituras a lição de que há um outro mundo, fruto da ressurreição dos mortos, e não é dado ao homem conhecê-lo, porque este mundo, o do futuro (olam habá), é o mundo das almas e a linguagem humana não consegue descrevê-lo.

ALMA IMORTAL

Rememora os ensinamentos dos grandes mestres, sobre a ressurreição dos mortos, de que a alma não perece jamais, depois de afastar-se do corpo ou do receptáculo físico, não encontrando barreiras, por não necessitar de espaço físico.
Quando isso ocorrerá não há uma resposta adequada, mas acredita ele que tal fato poderá ocorrer, por ocasião da vinda do Messias.
Contrasta com os ensinamentos de Maimônides, quando este diz que o corpo degenera e morre e que os mortos que renascerem morrerão novamente após gozarem um longo período de vida.

RABI MENACHE MENDEL, O ERUDITO E O CIENTISTA

Rabi Menache Mendel proclama que o homem nunca poderá ser feliz se não alimentar a alma, assim como fez com o corpo, porque este representa a parte material e aquela, a espiritual, o vetor de todas as energias para as boas ações e união com o Ser Divino.

PASSAGEM EFÊMERA PELA TERRA E HUMILDADE

UM CONTO MARAVILHOSO E SIGNIFICATIVO

Sobre a passagem efêmera do homem pela Terra, o Rebe narra um episódio de suma grandeza que merece profunda reflexão, in verbis:
Um homem foi visitar um sábio de grande reputação. Ao chegar ao local, perguntou ao primeiro que avistou onde poderia ser encontrado aquele a quem procurava. Apontaram-lhe uma choupana paupérrima em péssimas condições. No seu interior, havia somente uma cama quebrada e uma mesa com muitos livros. Ao seu redor, um ancião estudava.
O homem perguntou, ao ancião, onde morava o sábio. Sou eu o sábio a quem procura.
O homem perturbado indagou-lhe porque, ele uma pessoa de notório saber e conhecidíssimo em toda parte, com inúmeros discípulos, morava em local desprovido de conforto e miseravelmente?
Nisso, o ancião perguntou-lhe onde ele, o forasteiro, residia. Respondeu-lhe que habita uma mansão ricamente mobiliada e com todo o conforto e prazeres da vida.
Mas indagou-lhe o rebe, porque, quando você viaja, ocupa um aposento sem o mínimo conforto, em uma pousada de menor importância. Ora, retrucou o viajante, porque aqui estou por pouco tempo e não necessito de nada melhor.
Eis a resposta que lhe quero dar, disse o Rebe. Afinal, estou aqui apenas de passagem. Este lar material é apenas por pouco tempo, pois a minha verdadeira habitação espiritual é um palácio, onde viverei eternamente.
A alma nunca morre, expressa-se o Rebe. O que vem a ser a morte e seu mistério envolvem outra questão que diz respeito à compreensão do que é vida.
Este homem, de estatura moral e grandeza notável, era dotado de invulgar inteligência e cultura acima do normal, que abrangia as ciências biológicas e físicas, ensinava, com fundamento na física moderna, que nenhuma substância desaparece, apenas muda de forma e a matéria nada mais é que outra forma de energia. Analogamente, o mesmo se dá com a alma. Nunca desaparece, pois, com a morte física do ser humano, ela transforma-se em uma outra forma superior.
Vê a morte como a elevação da alma, um avanço e um progresso. É um momento de profunda meditação para os que aqui permanecem, de apreciação do que o falecido realizou. Destarte, a alma continua consciente com as coisas que acontecem, com os amigos e parentes que ficaram no plano físico.

EXPERIÊNCIA PESSOAL

A VIDA COMO DEVE SER VIVIDA

Efetivamente, em toda parte, em todos os cantos do País, em todos os cantões do mundo, em todos os lugares, onde haja seres humanos, pessoas simples, letradas, ricas, pobres, remediadas ou, simplesmente, seres humanos, que querem viver, trabalhar, realizar, criar, enfim, gravar sua presença na Terra, com seus feitos, não importam quais, pois todos temos uma missão a cumprir, desde o agricultor que semeia a terra, o varredor que varre o chão, a mãe que amamenta e acalenta o filho, o pescador que singra os mares, o escultor que cinzela a pedra bruta, o escritor que cria, o poeta que encanta o espírito, o músico que nos eleva e conduz ao Senhor do Universo, o sacerdote, o operador do Direito e tantos anônimos trabalhadores e obreiros que forjam as condições de vida para todos.
Com certeza, o homem tem uma missão a cumprir. Nada existe por acaso. Do contrário, nada teria sentido. Negar alguma coisa é admitir sua existência, porque absurdo é negar o nada, eis que a maior riqueza do homem reside no espírito e sua fonte habita as grandes obras.
A vida é o bem maior do universo e, quando bem vivida, podemos dizer, sem receio, que terá valido a pena, e sempre terá valido, porque Deus, na sua onipotência, certamente, tê-la-á concedido a nós com uma finalidade sublime, conquanto misteriosa, desconhecida.

Eis que a vida e a morte convivem harmonicamente, inseparavelmente, e constitui esta o elo entre o ser presente e o ser futuro, num perfeito entroncamento com o pretérito.

EXPERIÊNCIA PESSOAL

Pessoalmente, já vivi situações que demonstram plenamente não ser a morte o fim em si mesmo, senão o início de uma plenitude, num plano invisível, sem dúvida, mas perceptível, em certas circunstâncias, traduzindo uma realidade sensível e concreta.
São palavras de um grande mestre, o último Rebe: A realidade visível e a realidade invisível coexistem, em plena harmonia, por isso que relembro suas palavras que, com sabedoria e sensibilidade, proclamou: “ quando se planta uma semente, nunca se sabe até onde os brotos vão se espalhar”. E, então, prossigo, assim elas jamais perecerão!
Há cerca de vinte e sete anos, fui acometido de terrível dor na coluna vertebral, que me impedia fazer qualquer movimento. Literalmente, não podia andar nem sair do lugar. Estava totalmente imobilizado. O sofrimento era indescritível.
Um amigo indicou-me um massagista, a quem recorri, imediatamente. Chamava-se Giovani. Ao chegar em sua casa, sem mais nem menos, começou a narrar passagens de sua vida, na Itália, onde nascera, e exercera a profissão, atendendo ao papa, a políticos, presidentes e pessoas, as mais diversas.
De repente, contou-me que, além de massagista, era para-normal e sempre enxergava pessoas mortas que, conquanto jamais tenha conhecido ou com elas tido contato anterior, apareciam-lhe em sua frente.
Efetivamente, mal me deitara na maca, ele passou a descrever meu pai, que falecera, há cerca de quinze anos (na época), com matemática precisão, dando-me os mínimos detalhes, a tal ponto que não podia duvidar de sua visão. Não conseguia conter as lágrimas que caíam sobre meu rosto.
Não parara de falar e, entre tantas coisas, prevenira-me que meu pai jamais me abandonaria, estaria sempre ao meu lado.
O fato é que, curiosamente, até então sofrera muitos acidentes, que poderiam normalmente ser considerados fatais. Entretanto, sempre saía ileso. Mas, após aquela data, verdadeiro marco na minha vida, tivera outros tantos acidentes, que, também, normalmente poderiam ser tidos como fatais, saindo sempre ileso, sem um arranhão sequer.
Só posso atribuir isso ao que chamaria de proteção invisível mas presente, por parte do espírito de meu falecido pai. Não encontro outra explicação plausível. São acontecimentos que plasmam nossas vidas para sempre.

CONCLUSÃO

CASA DA VIDA

O judaísmo acredita na ressurreição dos mortos, na imortalidade da alma e na vida futura, por isso que o cemitério é considerado a Casa da Vida.


KADISH

Recita-se o KADISH como preito de homenagem e recordação aos falecidos e que partiram para a vida futura e eterna. Os filhos, familiares, pais, irmãos e esposos. Esta prédica tem um significado especial, qual seja, a aceitação do decreto do Altíssimo, do Grande Arquiteto do Universo, de que o familiar, o ente querido foi conduzido à morada eterna da LUZ.

Jô disse: Deus deu a vida e Deus a levou. Bendito seja seu Nome.

Seu significado maior é que haja paz nas alturas e haja paz conosco. LUZ!

Esses pontos são pacíficos entre os estudiosos da Torá. O Deus único, onipresente e onisciente, participa de todos os atos, em todos os momentos. O homem está de passagem pela estação Terra, mas deve aproveitar todos os momentos para a realização do bem e realizar-se e cumprir sua finalidade.
Por isso que

Acredito, sim, na grande virada da civilização. Sou otimista. Sou um grande sonhador, com os pés na realidade. E sabem por que? Porque vejo em toda parte, em todos os cantos do País, em todos os cantões do mundo, em todos os lugares, onde haja seres humanos, pessoas simples, letradas, ricas, pobres, remediadas ou, simplesmente, seres humanos, que querem viver, trabalhar, realizar, criar, enfim, gravar sua presença na Terra, com seus feitos, não importam quais, pois todos temos uma missão a cumprir, desde o agricultor que semeia a terra, o varredor que varre o chão, a mãe que amamenta e acalenta o filho, o pescador que singra os mares, o escultor que cinzela a pedra bruta, o escritor que cria, o poeta que encanta o espírito, o músico que nos eleva e conduz ao Senhor do Universo, o sacerdote, o operador do Direito e tantos anônimos trabalhadores e obreiros que forjam as condições de vida para todos.


Deve-se preferir a vida, gostar dela, vivê-la intensamente, mas é preciso estar preparado para atravessar o túnel para a outra vida, da eternidade, da luz, da glória e da paz.
Entretanto, a vida terrena do ser humano é muitas vezes interrompida, impedindo-o de prosseguir sua obra ou terminá-la.
Se existe uma outra vida na nova realidade, certamente ele terá outra missão a cumprir. Esta é a explicação mais lógica. É o mistério que o homem ainda não conseguiu explicar. Entretanto, com o aperfeiçoamento espiritual, fatalmente encontrará resposta para tudo que, hoje, é impossível sua compreensão.
A religião, as ciências e as grandes descobertas convivem sincronicamente.

A verdade é que cada época há de legar ao homem os sinais do passado, que marcarão para sempre sua vida e servir-lhe-ão de guia na escuridão das angústias e na cruzada do porvir. As gerações, sucedendo-se e alimentando-se umas às outras.

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Brasília – DF, Brasil, 24/10/2003:01:36:44
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