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Ensaios-->O QUE SE SABE DAQUILO QUE NÃO SABEMOS? -- 25/10/2003 - 22:08 (Edison Gasparim) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Pois é, meu caro, existe um dito popular, tão antigo quanto se possa imaginar, que encerra uma grande verdade...

“Quanto mais se aprende, menos se sabe!”

De um enfoque quase absoluto parece incoerente, pois, se a melhor forma de viver consiste em adquirir conhecimentos, é ilógico admitir que não se sabe nada.
Creio, meu amigo, que o que está incorreto é pensar de forma genérica e concreta; tentar traduzir somente pela ótica fria e lógica do tema.
Eu sempre me pergunto: O que se sabe daquilo que não sabemos? Isso é algo que intriga e gostaria de dividir contigo minha dúvida: Sim, existem coisas das quais ouvimos falar e nos parecem tão reais, mas que ao mesmo tempo estão longe de um entendimento mais apurado e até de uma aceitação simplista.
A ciência, com base em suas bases, afirma, explica e prova suas teorias e, no entanto, elas sempre consistem em teoria.
Tomemos, por exemplo, a criação do universo... essa coisa tão gigantesca que penso não haver caracteres suficientes para mensurar o seu tamanho nem mesmo o cálculo da sua idade. No entanto, quando o assunto é o tamanho de Marte ou a distância da lua, aceitamos os números mas, ainda assim, não compreendemos outros fatores paralelos, como “Big Bang”, “expandindo” (se está crescendo, para que as constantes medidas? Se está crescendo, por que a distância da Lua continua a mesma e porque Marte não cresce?).
E depois, vêm os defensores de uma outra idéia, só pra confundir mais ainda o que quase estávamos inclinados a aceitar. E eles dizem: “Foi Deus quem criou o Universo”.
Tá vendo a confusão?
Longe de qualquer ironia e com o perdão da brincadeira, Deus deve ter o maior condomínio que se pode imaginar e, no entanto, despejou um montão de gente num único lugar, não é mesmo?
Bem, meu amigo, eu vou voltar pra minha dúvida...
Eu sou átomo de carbono, sou espírito, barro ou o quê?

Pois é, para não ficar louco, desenvolvi minha própria teoria, mesclando um pouco de cada coisa.
E assim eu penso que, se sou átomo de carbono, devo fazer parte de um imenso mecanismo que necessita da minha atividade para funcionar direito e, quando eu não estou afinado com ele, tudo anda mal e eu me ferro todo, porque sofro o mal de todo o conjunto.
Se eu for espírito, devo possuir algum poder suficiente para manifestar luz, força e muitas expressões de energia capazes de alterar comportamentos e acontecimentos. Agora, imagine se eu usar isso para criar confusões ao léu? Penso que da mesma forma eu estaria desarranjando uma harmonia já pré-estabelecida.
Se for barro, estou preso ao chão, preso ao plano da Terra sem a menor condição de imaginar se poderia sair dela já que existem tantos outros lugares.
Estou te contando tudo isso, porque tenho certeza de que você me entende e sabe que não estou louco; mas se prepare porque ainda vai complicar mais.
Se misturarmos todas essas definições físico-químicas-espirituais e transcendentais da nossa constituição como numa receita, veremos que somos seres muito poderosos. Basta que saibamos usar esses dons, pois temos força, vibramos ou pulsamos (como queiram), podemos caminhar, pensar e decidir.
Talvez agora você pense que eu cheguei a uma conclusão sobre quão intrigante é esta nossa existência, não é?
Eu também queria que assim fosse, mas agora é que a coisa pega de verdade e me vejo tão importante e capaz, que nem sei por onde começar.
Tá certo! Eu sou um ser dotado de poderes e virtudes que tanto podem ser boas ou más e, no entanto, porque sou barro também, um dia me acabo; vou pro buraco e acabou-se a história. Entrou por uma porta e saiu por outra; quem quiser que conte outra?
NÃO!!! Não e não!
Estou crescendo junto com o universo. Sou um espírito aprendiz. Tenho um tempo a cumprir e sou poderoso. Então, devo fazer desse meu estágio o melhor que eu puder, como se fosse mesmo uma missão.
Pronto, eu até pareço mais conformado e sem tantas indagações, diria até mesmo aliviado por me descobrir tão valoroso.
Já o ouço dizer: “Grande coisa, o criador do He-man descobriu isso muito antes de você!”
Eu até aceito a brincadeira, mas isso é algo muito importante para ser tratado assim tão logicamente, meu amigo.
Imagine só! Todas as pessoas no mundo dotadas de poderes excepcionais, fantásticos e que só precisam ser trabalhados pacientemente para se manifestar. Temos uma capacidade tão poderosa que chego a supor, de verdade, que somos uma gigantesca legião de super-heróis adormecidos.
Será uma questão de tempo eu conseguir ler os seus pensamentos e desta forma podermos conversar à distância, pensou nisso? E que bem isto trará para a humanidade, pois derrubaria por terra a hipocrisia; ninguém conseguiria mentir sem que o outro soubesse.
O nosso lado espiritual nos permitirá voar. Seremos capazes de desprender a matéria do solo, contrariar leis da física e desta forma levar o barro a outras paragens do espaço.
Acho que a essa altura, você já se sente como eu, não é mesmo? Cheio de dúvidas, mas com um orgulho incontido dos poderes que possui.
Então vamos unir tudo de novo, a ciência e a espiritualidade, e fazer uma viagem aos confins do universo?
Calma, eu sei que ainda não podemos voar de modo real, mas, se podemos pensar e sonhar, iremos do modo virtual ou imaginário. Seremos os primeiros seres da Terra a ir a lugares que nenhum astronauta jamais esteve. Se pudéssemos ter todos os conhecimentos humanos, quem sabe, não ajudaríamos a desvendar segredos até hoje não descobertos?
Mas isso certamente não vem ao caso neste momento. O questionamento é sobre o quanto poderosos e superiores somos e se, ao menos, superficialmente nos damos conta disso.
E então, topas fazer comigo aquela viagem? Vamos! O que você tem a perder? Na verdade, eu sei... mas te direi depois.
Vamos, ainda que em pensamento, fazer uso dos nossos poderes e começar a subir... bem lentamente, como os enormes foguetes, mas com uma poderosa força de empuxo capaz de nos arremessar ao mais recôndito do infinito onde talvez nenhuma lente de nenhum telescópio alcançou e onde certamente nem o pensamento mais fértil foi capaz de imaginar. Não que não exista, mas porque ninguém é capaz de dizer onde fica, pois como se sabe, o universo está sempre crescendo.
Já estamos acima do nosso bairro e logo chegaremos a ver nossa cidade de tamanho tão diminuto diante do resto do globo que ora já se mostra dominante. Mas mesmo ele já está ficando pequeno ainda que se possa divisar claramente os países, continentes e mares. Surpreendente! Estamos só imaginando e conseguimos nos colocar num ponto onde os astronautas, auxiliados pelos foguetes e satélites tripulados, já estiveram.
Surpreendente, nada! Isto é impressionante mesmo. De faltar o ar... Ah! E mais isso! Não estamos sentindo sequer os efeitos de se estar na estratosfera.
Nossa! Eu me distraí um pouco... Aquele astro que passou não foi Urano? Acho que sim. Puxa, ele é grande mesmo!
Lembra-se que eu brinquei sobre Deus possuir um enorme condomínio? Pois é! Olha só quantos residenciais vazios. Ou será que não estão? Se existe vida nesses orbes, e não podemos perceber, então começo a crer que dos nossos poderes que pensamos possuir, nos falta alguma capacidade extraordinária.
Caramba, logo agora que estou tão longe de casa vou me dar conta de que não sou perfeito, quero dizer... completo nas minhas virtudes?
Começo a experimentar uma certa insegurança, mas agora que estamos aqui, vamos em frente!
Nossa, eu já nem sei pra que lado fica a Terra, ou se quando levanto a cabeça eu estou olhando pra cima ou pra baixo. De uma coisa eu tenho certeza... Sou capaz de imaginar tudo, mesmo sem saber se existe ou não. Isso quer dizer que, a partir deste ponto, vamos seguir numa velocidade impressionante e obviamente inventar os astros, pois estamos aonde só se chega mesmo com o pensamento.
Está bem, paramos aqui! Pois percebo que você, leitor, já se interroga sobre onde eu pretendo chegar com este palavreado todo e toda essa história de seres dotados e poderosos.
Na verdade, não pretendo chegar a ponto algum.
O convite que lhe fiz foi imaginário e nem chegamos a sair do lugar – eu, aqui frente à telinha, e você, onde quer que esteja.
Também ao fazer o convite, indaguei o que teríamos a perder e, como afirmei, eu te digo agora:
Temos que perder nossa prepotência, nossa arrogância, egoísmo e tantos outros defeitos de personalidade para simplesmente nos darmos conta de que não somos poderosos de capas voadoras ou força hercúlea.
Lá onde nós estivemos, a Terra não deixou de existir e, no entanto, já não a víamos, porém, aqueles infindáveis planetas e estrelas lá estavam e lá permanecerão sabe-se lá por quantos milênios.
A Terra continuou a existir e você e eu dentro dela como a mais insignificante poeira. Poeira possuidora de dons que, quando bem dirigidos, se tornam poderosos.
E, dessa forma, não chegamos a ponto algum e, ao mesmo tempo, alcançamos um ponto. Nosso poder é outro, bem no jeitão de sermos criaturas escolhidas para uma finalidade muito importante e que não é obscura, diante dos estímulos que temos ao nosso redor.
Contamos o tempo, dividimos o tempo, mas somos incapazes de detê-lo. É ele que nos diz: “— Seja breve! Cumpra teu destino! Eu te levarei até o fim da tua missão!”.

Pois é, meu caro...

Cumprir e bem nossa missão para merecer o Depois!



Edison Gasparim / jul-2003
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