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Ensaios-->MUITAS MULHERES APAIXONADAS E UM CANALHA IMPUNE -- 10/10/2003 - 07:25 (OLYMPIA SALETE RODRIGUES - 2 (visite a página ROSAPIA)) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
MUITAS MULHERES APAIXONADAS E UM CANALHA IMPUNE

A novela “Mulheres Apaixonadas”, de autoria de Manoel Carlos e levada ao ar pela TV Globo, chega ao fim. Como sempre, o autor levantou temas sociais relevantes, levando-nos a sérias reflexões sobre tantas aflições que nos assaltam. Abordou as mazelas do ser humano que afetam de forma intensa a sociedade. Assim, tivemos a chance de pensar mais seriamente em tragédias que nos envolvem e que, muitas vezes, deixamos passar desapercebidas, assim como aquelas que nos chocam e que não podemos ignorar.

Foram de máxima importância essas abordagens que entraram em nossas casas em forma de novela. É a ficção copiando a vida real. Vimos o confronto do amor e do ódio, tudo representado por atores muito conscientes de seus papéis. Assim pudemos tomar contato com o ciúme doentio, com o amor equilibrado ou não, com as ansiedades da alma humana, sentimentos tão nossos que ora nos glorificam, ora nos destroem.

Todos os temas foram importantes, mas alguns se sobressaem por acabarem em tragédias que nos atingem em cheio, como a violência, o crime organizado, as garotas de programa primeiro por absoluta necessidade e depois por acomodação, etc. E, simultaneamente, os temas de conflitos pessoais, vividos entre quatro paredes, como os desencontros amorosos, as ânsias de cada coração, as rivalidades e controvérsias, o alcoolismo, a relação pais-filhos, o amor entre pares de diferentes idades, a gravidez fora do casamento, a virgindade, a velhice mal compreendida e oprimida, o ciúme, o amor homossexual, o espancamento de mulheres, as leis injustas vigentes. Todos os temas, enfim, muito bem intencionados, no sentido de abrir cabeças, de chamar a atenção de cada um de nós para os sentimentos mesquinhos que porventura ainda alimentamos.

Aqui eu quero dar minha opinião pessoal sobre um tema em especial. O espancamento de mulheres pelos seus cônjuges.

O drama foi vivido por excelentes atores. As cenas foram fortes e muito impressionantes. O personagem Marcos era um psicopata enlouquecido pela própria vaidade e pelo ciúme doentio. A personagem Raquel era uma romântica incurável que suportou por anos a humilhação de ser espancada até se convencer de que era sua obrigação colocar um ponto final em tanto sofrimento. Queria reagir mas tinha medo e não confiava nas leis, principalmente na forma de leis tão fracas punirem os culpados. Até que tomou coragem e, ao denunciar, sofreu a decepção de tomar conhecimento mais claro do que já sabia.

Infelizmente, o que nos mostrou a novela é uma realidade. Nossas leis são feitas, em sua imensa maioria, por homens que estão muito longe de vencer o tradicional machismo. A punição prevista por espancadores de mulheres é tão leve que chega a ser ridícula, o que mais ainda humilha as vítimas.

E aqui o que quero externar: o final do espancador me decepcionou. Ele morreu. Morreu apenas! Ficou entendido, para muitos, que sofreu a pena máxima. Não para mim. Acho que o Autor – e afirmo isso com muito respeito à sua criação – perdeu uma excelente oportunidade de mostrar a verdadeira punição que o espancador precisava para se reeducar e se tornar um verdadeiro ser humano. No caso dele, morrer foi um caminho fácil. E, ainda mais: levou com ele um inocente (o personagem Fred), que acabou castigado injustamente.

Não gostei de ver a morte aplicada como castigo, pois não é assim que vejo a morte. E, neste caso, ela foi um prêmio...

Como disse, é minha opinião muito pessoal. Eu queria que, ao menos neste caso, a novela não copiasse nossa triste realidade. E me desculpem todos se sou uma sonhadora incorrigível...

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