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Poesias-->21. NOVA FORMA -- 27/01/2003 - 07:01 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Eu sofro a dura queda de uma vida,

Que me foi dada, um dia, por Jesus.

O Mestre me chamou e disse: — “Cruz,

Não sabes que tu’alma está perdida?!...”



Nigérrimo, passei longe da Luz,

Sem lhe ver a insistência que convida,

E disparei o verbo contra a lida

Que ao Amor e ao Bem o mau conduz



Sofri, depois de tudo, cá no etéreo,

Sem compreender da vida um só mistério,

Que os sons em ondas alvas se alteavam.



Chamei Jesus às contas, novamente:

— “Por que mentia a trova, incongruente,

Quando os sentidos versos se enfeitavam?”









Agora, eu sinto as rimas tão distantes,

Tão simples, tão banais, tão semelhantes,

Que não me dá vontade de voltar.

No entanto, estes meus versos mais brilhantes

Jamais vão repetir os que fiz antes,

Que o Bem, mais o Amor, vêm devagar.



Alguém há de dizer: — “Mas que mentira!

O verso que se faz é tão caipira!

Desdiz da rima rica, parnasiana.”

O estilo, meu amigo, é o próprio homem:

Alguns não valem mesmo até o que comem,

Mas quem tem competência não se engana.



Não julgue pela Forma ou pela Rima.

Contente-se em olhar se o Mal se estima,

Nos conteúdos simples, evangélicos.

As luzes mais ofuscam que clareiam,

Se as cores se misturam e permeiam

Os rápidos vislumbres psicodélicos.



Não vou deixar a marca da pessoa

Que julguei não ter sido assim tão boa,

Apenas por ter feito belos versos.

Mais vale o sentimento que arrepende

Do que todo um poema em que se ofende,

Em termos geniais, os adversos.



Estou a partilhar, com este amigo

Que tão gentil me dá, agora, abrigo,

Sem medo de ofender-me, por inútil.

É que lhe estimulei a consciência,

Mostrando que escrever é uma ciência

Que tem um lado bom e um lado fútil.



Não vou fazer questão de linda rima.

Aqui, neste meu verso, basta o clima

Mostrar que é o amor que me impulsiona.

O mais há de ficar posto de lado,

Embora dos mortais seja de agrado,

Que o belo som nas trovas impressiona.



Pertence-me o controle da vontade

Do médium, que a escrever se persuade,

Querendo deixar tudo esclarecido.

Mas sempre há de existir quem não entenda

Qual é do Amor do Pai a nobre senda

E vai dizer ao povo: — “Eu duvido!”



Queria desfazer a pretensão

Que vejo possuir o coração

De quem mais se presume espiritista:

Ao ver qualquer poesia mediúnica,

Estende sobre ela a sua túnica

E mede, pelo seu, o dom do artista.



O mais humilde há de vir comigo,

Isento de correr qualquer perigo

De insuflação de erros e de vícios.

Porque deixei uns versos inspirados,

Não quer dizer que foram esses dados

Que me evitaram tantos sacrifícios.



O “Cruz”, que carreguei por tantos anos,

Também já me causou ledos enganos,

Que a fama sobe ao topo da cabeça.

Aí, qualquer palavra é uma loucura,

Que está o gajo à cata ou à procura

Da rima que melhor o favoreça.



Passei um longo tempo com tal vício,

A ponto de causar um desperdício

No Bem que deveria assimilar.

Até para arrotar, eu tive ensejo

De transformar em álgido desejo,

Não fosse o tal arroto “naturar”...



O exemplo deve ser mui vigoroso,

E serve p’ra mostrar que o antigo gozo

Deixava muita gente sem ajuda.

Não desejo exaltar toda a miséria,

Mas, simplesmente, dar que a coisa é séria,

Quando a Virtude e o Bem o mau não muda.



Agora, eu vou deixar, enternecido,

A casa onde estou sendo recebido,

Para tratar no etéreo de outra cousa.

P’ra quem quiser pôr dúvida, eu insisto

E juro pelo amor de Jesus Cristo:

Quem cá veio escrever é o Cruz e Sousa.



Ao Pai, vou destinar a minha prece,

Pedindo pelo povo que se esquece

De ler Kardec e de viver Jesus.

Senhor, arrefecei os criminosos,

Dando-lhes trégua, p’ra sentirem gozos

Que só se sentem sob a vossa Luz.



E a quem moureja em prol da Humanidade,

Dai um tiquinho da felicidade

De ver o bem que faz reconhecido,

Ao lhe forrar o coração de brio

Para enfrentar o forte desafio

Do Amor, no Cristianismo Redivivo.





Ao escrevente, vou deixar uma mensagem:

Que não é sempre que se encontra essa coragem

De versejar, em rimas pobres, belos versos.

É que o sentido que nós damos à poesia

Vai disfarçar, tão simplesmente, a melodia,

P’ra que os leitores jamais fiquem mui dispersos.



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