Eu não consigo me comover com a chegada do Natal      

Os corações, só amolecem uma vez por ano!

Não vejo nenhuma beleza na árvore enfeitada.

As luzes são por demais artificiais

Não consigo me sentir bem diante da mesa farta enquanto milhares de barracos não têm sequer uma mesa.

Não me vejo dando e recebendo presente porque muitas vezes é mera formalidade social onde o sentimento de partilha está ausente.

Não aceito a brincadeira do amigo oculto, se ficou oculto o ano inteiro não é amigo, deveria ser: do amigo que mais gosto.

Não me acostumo com o pipocar da rolha do champanhe enquanto na periferia o barulho é o pipoco que mata.

Então não existe nada a celebrar?

Existe...

A vida.

O advento.

O menino.

O Cristo

Que não quer presente de pessoas ausentes.

Que se quisesse festa grandiosa não teria escolhido um cocho (Manjedoura) para nascer.

Eu quero sentir emoção neste dia quando todos se perdoarem.

Eu vou sentir a beleza da árvore e dos enfeites, quando a luz do alto penetrar nos corações de todas as pessoas, e eu tiver contribuído para que isto aconteça.

Eu só posso me alegrar com a mesa farta quando o pão não for exclusividade de poucos

Eu quero dar e receber presentes somente quando “Papai Noel” conseguir colocar um brilho de felicidade nos olhos de todas as crianças.

Nos corações de pretos e brancos, ricos e pobres.

De homens e mulheres de todas as raças e de todos os credos

FELIZ NATAL.

Eu sei que mudar a cara do mundo é tarefa por demais pesada, então vamos comemorar melhorando o pedaço do mundo que está ao nosso alcance, para que na hora da reunião festiva com os parentes e amigos, dizer ao aniversariante:

Reparti um pouco da minha vida.

E no resto, torcer para que milhares de pessoas façam o mesmo.

Que o advento aconteça todos os dias nos corações dos que acreditam ser preciso lutar pela JUSTIÇA, pela PAZ e pela ECOLOGIA.