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Ensaios-->16. NO ERGÁSTULO DA FAMA -- 29/09/2003 - 08:02 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Muitas pessoas existem que são chamadas para tarefas de excelsa benemerência, praticando incansavelmente o bem, na medida mesmo das necessidades dos socorridos. No entanto, algumas se perdem por se tornarem demasiado conhecidas. É parte da prova dos que têm projeção social saber conter a vaidade, obstando a insuflação do orgulho por pairarem socialmente acima dos companheiros. Por isso, é de admirar que pessoas como nosso queridíssimo Francisco Xavier saibam proceder com muita morigeração, reconhecendo-se, por mais méritos que tenham acumulado, por mais sabedoria que tenham conseguido, muito pequenos diante da existência. De fato, o pouco com Deus é muito diante do todo que se possa haurir diante dos homens.

A fama é como se fosse pequena prisão em que a pessoa fica retida diante das tentações. Se der vazão a sentimentos pouco condizentes com as virtudes que lhe são reconhecidas, jactando-se, mesmo que seja tão-só quando se encontra diante de si, no fundo da consciência, aí perderá o muito que conseguiu diante dos homens e o pouco que tinha diante de Deus. Saber servir ao Senhor, portanto, exige não só sacrifícios materiais, mas principalmente total desprendimento de qualquer arroubo de amor-próprio. É como se fôssemos apenas átomo à procura de se ajustar à molécula a que melhor se amalgamaria. Se o átomo insistir em prosseguir só no espaço, certamente será atraído para conjuntos de moléculas mal formadas, ficando preso em cadeia instável de onde poderá ser expulso a qualquer momento.

Embora a imagem seja débil, o que queremos dizer é que as pessoas que ganham relevo na sociedade correm o risco de querer dizer-se independentes, achando que todos os que as cercam não podem oferecer-lhes nenhum benefício particular. No entanto, basta que grupo de mal intencionados, interessados em usufruir os bens materiais conquistados, partilhando dos benefícios sem participar dos trabalhos, chegue com promessas, com bajulações, com engodos, insuflando no ânimo dos benfeitores a idéia de que são seres superiormente dotados, para que os amigos, incautamente, se deixem envolver pelas fantasiosas palavras e passem a agir contrariamente ao bem que praticavam anteriormente. Nesse sentido é que dizemos que é preciso que cada pessoa tome o máximo de cuidado em tudo que faça de bom, para não se deixar influenciar pela força, pelo poder que tem o orgulho de envolver a personalidade, o espírito.

As precauções devem ser tomadas desde cedo, mesmo antes de qualquer intenção de ajudar a quem quer que seja. Se fôssemos apenas fruta que alimenta, sem noção do fato, se fôssemos tão-só pequena e colorida borboleta que enfeita e alegra o ambiente, sem consciência do efeito que causa nos homens, se fôssemos somente a pesada pedra que impede as folhas de serem levadas pelo vento, sem idéia do serviço que presta, então nada nos seria prejudicial ao realizarmos os atos de ajuda, de auxílio, de apoio. Mas nós temos sentimentos e inteligência, nós somos capazes de ponderar a respeito das ações. Sendo assim, que o façamos previamente, analisando profundamente os objetivos mais íntimos, verificando da honestidade e oportunidade, sacudindo o pó das incompreensões e do desamor que porventura esteja a nos mover através do revide e do ódio, pois muitas vezes a pretensão é de dar exemplos para desfeitear antagonistas.

Devemos estar conscientes de que a ação corresponda a movimento psíquico altamente motivado por razões altruístas e que tudo que viermos a fazer seja o reflexo mais salutar da compreensão que temos de que tudo nos levará a simples cumprimento do dever. Sejamos conscientemente fruta, borboleta e pedra e ter-nos-emos libertado da prisão da fama e de tudo de mau que porta consigo.

Se, no final da caminhada, ainda, por humildade, entendermos que o muito que fizemos nada representou, não temamos o julgamento divino, pois Deus avaliará, com inteira justiça, e revelará, em tempo hábil, exatamente os méritos das ações, oferecendo-nos a recompensa pelo esforço. Não sejamos, pois, desde logo, levianos na apreciação dos méritos nem exageradamente rigorosos. Saibamos contemporizar e atribuir a cada atitude a justa medida de nossa compreensão, confiando em que um dia teremos conhecimento da realidade de nosso valor.

Finalmente, se houver, apesar de tudo, algo como que certa opressão a nos atemorizar a respeito do procedimento, saibamos elevar os pensamentos ao Senhor, rogando-lhe as forças necessárias para prosseguir na luta, independentemente de qualquer hesitação psicológica. Saibamos suplantar, com a ajuda dos irmãos e guias espirituais, a pequenez moral, sem dar solução de continuidade a toda ação em favor dos irmãos necessitados. Aceitemos até a fama, se preciso for, mas com a mente bem atenta para não nos afogarmos nas tentações. Saibamos ser criteriosos, atribuindo a cada fato a verdadeira importância, valorizando rigorosamente cada um dos atos, sabendo que diante de Deus têm repercussão muito diferente do que diante dos homens.

Essa consciência do trabalho a realizar-se é que se configura como o maior dos méritos. Por isso é que todos devemos empenhar-nos com igual dedicação às tarefas socorristas, qualquer seja sua relevância social. Tanto é importante a simples palavrinha de estímulo para o irmão que sofre, como é valiosa a contribuição de milhares de quilos de feijão para os irmãos famintos; tanto é significativo o ato de ir participar de mesa mediúnica, como é relevante administrar na condição de diretor o centro de assistência. Façamos o melhor que pudermos para merecer estar a serviço do Senhor, honra e glória dos apóstolos e dos espíritos de luz.

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