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Ensaios-->12. OS JOGOS -- 25/09/2003 - 06:46 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Em tempos idos, as pessoas costumavam participar de competições coletivas de toda espécie, em saudável substituição das artes bélicas. De início, o esporte servia como preparação de soldados e guerreiros, mas o desenvolvimento das relações humanas nas cidades propiciou o aparecimento de atividades meramente recreativas. Muitas vezes, tais demonstrações de virilidade (pois a presença feminina nos estádios é recente) descambava para disputas sanguinárias, em que a vítima acabava por deixar a vida na arena. Com o advento do cristianismo, aos poucos, a sanha sanguinária foi cedendo a vez para exibições menos violentas, permanecendo hoje umas poucas atividades ainda agressivamente selvagens, como as corridas de touros ou algumas disputas entre animais menores, como galos e cães. Mas estas atividades nada têm de esportivas, pois só estimulam a jogatina e as apostas, não contribuindo em nada para o aprimoramento físico dos homens.

Por outro lado, desenvolveram-se também os jogos de salão, dado o rigor do inverno europeu, até que as condições materiais facultassem o aparecimento de ginásios esportivos cobertos, devidamente calafetados, podendo os humanos usufruir, a qualquer tempo, os benefícios da prática desportiva.

Bem, tudo o que acima se disse é pálido resumo da bela história que se pode contar das atividades e jogos desportivos. O que nos importa referir é o que representa para a alma a prática desses jogos.

Sempre que as pessoas lutam nas quadras, nos campos e nos tablados, visando ao aprimoramento do corpo e à manutenção da saúde, ganham os espíritos, pois a vida se prolonga e favorece bom desempenho nas demais atividades, quer particulares, quer profissionais. Agora, se as competições esportivas visarem tão-só ao contentamento momentâneo dos sentidos, sendo apenas motivo de regozijo porque a facção do interessado logrou obter alguma vitória, aí começa a perigar a vantagem que o esporte proporciona. Se as pessoas se envolvem tanto com as emoções baratas dos sucessos eventuais desta ou daquela equipe, que se esquecem até da própria solidariedade humana, fanatizando-se e obliterando os valores morais da vida, podem estar perigosamente criando débitos para com a personalidade, já que o caráter se deteriora e o padrão vibratório enfraquece. O que deveria ser apenas elo entre a alma e o corpo passa a ser empecilho para o desenvolvimento moral e espiritual.

Não vamos ser tacanhos a ponto de desmerecer o progresso de várias áreas do conhecimento humano proporcionado pelo esporte, dado o interesse e o volume de negócios que promovem. As subvenções são altas e o prestígio de muitas nações se faz em função dos resultados que obtêm no campo desportivo. Mas tal progresso deve ser levado à conta de muito sacrifício, especialmente pelo desenvolvimento, sedimentação e manutenção de espírito de competição, altamente prejudicial para a fixação do sentido de solidariedade humana, que só a colaboração entre as pessoas pode oferecer. Neste caso, é bom que os homens se aproveitem dos benefícios dos conhecimentos adquiridos, mas que imediatamente passem a aplicar a inteligência na organização de atividades em que fique relevantemente enaltecida a necessidade de cooperação entre os diversos setores, para se atingirem os fins colimados. Não haverá prêmios aos vencedores, porque não haverá perdedores, mas a alegria de se conseguir o objetivo previamente definido eqüivalerá e mesmo ultrapassará as atuais efusões dos vencedores esportivos.

Esta mensagem não ficaria completa se não fizéssemos referência aos jogos de azar, meros entretenimentos quando não se coloca em risco a saúde financeira dos indivíduos, mas extremamente perniciosos quando fazem das pessoas meros fantoches dos vícios. Neste último caso, não é preciso enfatizar quais as conseqüências morais desse desajuste psicológico, pois qualquer pessoa, em sã consciência, é capaz de prever os funestos resultados para a vida como realização espiritual.

Resumindo: se os indivíduos conseguem extrair dos esportes algo de bom, de saudável, então que tirem proveito da capacidade orgânica em prol de vida mais facilmente conduzida para a concretização dos ideais; se as pessoas sentirem que de suas atividades relativamente aos jogos nenhum proveito estão conseguindo para a evolução espiritual, que tomem os devidos cuidados e se afastem de tais atividades, antes que o tempo passe e fique muito tarde para se recomporem os princípios morais perdidos.

É certo que o arrependimento, mesmo tardio, é proveitoso para o espírito imortal; o que não se pode admitir é a maliciosa perspectiva de se conhecerem agora os defeitos de comportamento sobre que estabelecemos os compromissos, almejando deixar para mais tarde o momento do arrependimento: isto é pura hipocrisia, que ainda mais onerará a provação.

Que a luz da compreensão se dê integral e que possam os encarnados conhecer a si mesmos é o que solicitamos em nossas preces junto às entidades a quem cabe guiar cada um de nós. Que o momento de lazer e de descanso não se transforme na dor da compreensão do dever não cumprido. Por isso é que nos abalançamos a estender-nos a respeito deste tema: para tentar influir na deliberação do leitor a respeito do que for melhor para ele na caminhada rumo à casa do Senhor.



Deixamos como adendo às informações acima, os aspectos negativos dos jogos eletrônicos que atualmente atraem de modo particular os jovens e adolescentes, em ilusória atividade de cunho cerebral ou intelectual. Pode parecer que, através deles, se desenvolve o poder de concentração desses seres imaturos, mas a conseqüência mais perniciosa é a viciação subseqüente. São poucos os que vêem nesse aparato da moderna tecnologia recurso a ser aproveitado em diversos campos das atividades científicas, culturais e mesmo artísticas. São inúmeros os que se dedicam ao comando das teclas muito mais do que ao estudo ou às obrigações familiais.

É preciso que os pais coloquem cobro a tais exageros, sob o risco de serem responsabilizados mais tarde pelos filhos de incúria e desproteção. É necessário limitar o tempo destinado a esse tipo de folguedo, de distração. Excelente critério para isso será estabelecer para os filhos que só poderão aproximar-se dos aparelhos quando estiverem necessitados de descanso, tendo em vista a aplicação aos deveres escolares ou às tarefas sob sua responsabilidade.

Não estamos, fique claro, interferindo no livre-arbítrio de quem quer que seja. O que nos move a observar tais descalabros é o fato de que nenhum proveito se tirará de tais atividades, a menos que se pretenda conter os ímpetos menos salutares das crianças, facilitando-lhes a permanência em casa, como se fossem encarceradas diante do fascínio de controlar o poder mágico do vídeo. Mesmo assim, desaprovaríamos tal intenção, pois nenhum benefício traz para ninguém.

Se o desejo é de coibir a liberdade dos jovens, que se proporcionem a eles condições de se manifestarem confiantemente a respeito de seus problemas, que não deverão ser tão graves assim, dado que se situam em camadas sociais abonadas. Talvez o que lhes falte, na verdade, seja o carinho dos pais, sua atenção e desvelo. Desse modo, o recurso do computador, como meio de aprisionamento e alienação, é maquiavélico do ponto de vista dos responsáveis pela educação e crescimento moral da juventude. Se for esse o seu caso, cuidado para não sofrer desilusões e arrependimentos.

Fique na paz do Senhor, caro amigo, e saiba que os momentos de distração e lazer podem servir como de profunda reflexão a respeito da condição humana: basta que se desenvolva o espírito crítico baseado na observação de como reagem os indivíduos diante dos sucessos ou insucessos de seus partidos. Assim, se você souber bem proceder diante desses momentos de distensão moral ou existencial, poderá subir alguns pontos no caminho do aperfeiçoamento.

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