Dia cheio de atividades, o dia de hoje reservou-nos várias agradáveis surpresas no campo do relacionamento humano. Sem que esperássemos, pois não havia indício algum do fato, encontramo-nos com diversos parentes e amigos que nos esperavam há algum tempo. Recém-desencarnado, perambulávamos errante pelo universo, tomado de profunda apreensão de estarmos perdido. Mas eis que a misericórdia de Deus nos alcançou e nos proporcionou profunda alegria com nossa reintegração no grupo familiar que nos acompanha desde há muito.
Sem saber exatamente por onde andávamos, sentíamos como que profundo arrependimento por termos perdido várias oportunidades de ajudar os companheiros durante a última encarnação: a esposa dulcíssima, que abandonamos na miséria; os filhos revoltados, que expulsamos da casa e do coração; amigos enternecidos, que desprezamos para juntarmo-nos a diversas entidades malévolas, empreendedoras de diferentes crimes de lesa-cidadania, sendo que alguns chegaram ao ponto de subtrair de diversas pessoas o direito de prosseguir em vida.
Mas — graças a Deus! — tivemos a ventura de nos aliar, ao final, com grupo de abnegados espiritistas, que nos elucidaram a verdadeira postura diante da vida, de sorte que pudemos remediar muitos dos males praticados, cumprindo em prisão duradoura pena, durante a qual nos foi possível meditar muito a respeito da vida. Por ocasião do desencarne, pouca coisa restava a fazer no mundo, pois as nossas forças se tinham quase inteiramente esgotado. Restou-nos consciência culpada a acusar-nos dos crimes perversos que praticamos sob a influência de crônico alcoolismo.
No etéreo, instado embora por companheiros de noitadas boêmias, soubemos resistir à tentação vampírica de sugar os eflúvios etílicos dos consumidores de álcool e pudemos vagar errante com nossa carga de culpa a pesar imensa na consciência. Aos poucos, fomos reagindo à intolerância para com nós mesmos e fomos admitindo o fracasso da derradeira encarnação, ao mesmo tempo que aceitávamos serviço de recuperação do tempo perdido. Foi sob tal estado de ânimo que reencontramos os familiares, os quais nos conduziram para cá, para que relatássemos a nossa experiência, a fim de elaborar mensagem de advertência aos que ficaram internados na carne.
Caros amigos, nada temos de nós senão a nossa história desastrada. Se ela puder servir de orientação, será para nós imenso alívio da sobrecarga que nos arca as costas. Possa a pena de irmão escrevente dispor com elegância a nossa missiva, de modo que as palavras adquiram o condão de influir no ânimo dos que teimam em permitir que os vícios se assenhoreiem de suas personalidades, deformando-lhes o caráter e onerando-lhes os débitos para com a vida.
Que Jesus envie sua divina luz para suas almas se compenetrarem dos malefícios que a si mesmos estão causando. Que consigam os espíritos de amor infiltrar nos corações os sagrados temores de ofenderem a obra do Senhor. Que cada qual tome a firme decisão de abandonar os maus hábitos e as viciações mais degenerativas do caráter e da moral, trabalhando muito para o próprio soerguimento e ajudando o próximo a superar as deficiências. Que possibilite o Pai, como o fez por mim, que haja tempo ao final da vida para arrependimento e dedicação em prol da regeneração própria e dos semelhantes.
Comentário
O texto acima serviu para que a “Equipe Arquimedes” pudesse observar o trabalho de imantação e transmissão por via mediúnica de mensagem produzida por espírito induzido a colaborar e a participar do evento socorrista. Trata-se de fase muito importante da aprendizagem que não se podia deixar de lado. Mais tarde, outras entidades ainda mais comprometidas com o mal serão objeto de observações, durante a fase de restabelecimento das diretrizes que as reconduzirão ao caminho do bem.
O irmão José se apresentou com o apoio de nosso colaborador Ovídio, aprendiz do grupo, que soube conduzir os trabalhos com vigor e eficiência.
Gratos ficamos ao escrevente por mais esta colaboração.
