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Ensaios-->LIBERDADE E MEIO AMBIENTE -- 09/09/2003 - 09:57 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


CONJETURANDO SOBRE O MEIO AMBIENTE
(por Domingos Oliveira Medeiros)


Fala-se muito sobre ética e moral. Fala-se muito, sobre meio ambiente. Fala-se muito sobre tudo. Mas, sempre persistem as dúvidas. Em todos os assuntos, existem opiniões divergentes. Poucos são os casos de unanimidade; de entendimento. E isso é bom. Na verdade, é o que dá força ao debate. A dinâmica do pensamento e das idéias.

Porém, quando o assunto toma o rumo do pensamento filosófico, a coisa bem mais complexa. Em torno das idéias começam a girar hipóteses, suposições, teorias e conceitos diversos. Nada, ou quase nada, é conclusivo. E as questões da ética e da moral não fogem à regra.

Alguns pensadores afirmam que a ética e a moral, por serem questões de comprovado relativismo, não se sustentam, por si só, como viáveis e capazes de serem postas em prática; Seriam, tais questões, afirmam os pensadores, conceitos mutáveis e, até mesmo, inconsistentes.

E as premissas, que poderiam sustentar tais afirmações, partem do pressuposto de que o bem o mal são conceitos que esbarram na repressão; encurtando a liberdade. Para ser boa ou má, a pessoa teria que abrir mão de sua liberdade.

Não considero bem assim. Muito embora reconheça que o processo de escolha inclui, obviamente, abrir mão de certa coisa, em favor de outra. . Ao se escolher uma delas, descarta-se, automaticamente, a outra.

Mas isso não seria, no meu entendimento, cerceamento de liberdade. Estou mais propenso a aceitar a premissa segundo a qual o homem tem um compromisso com a sua natureza. . Assim, todos temos, em princípio, um comportamento específico. Que segue as regras da natureza. Que faz todo o sistema funcionar de forma correta. E naturalmente.

Dias atrás participei de palestra sobre este assunto. Assunto, aliás, que me fez lembrar a época da faculdade, quando fiz Administração. Lembrei-me da Teoria dos Sistemas, até então muito em voga. E o exemplo dado na palestra caminhou neste sentido. Partindo do pressuposto da teoria sistêmica, da interação, entre si, dos sistemas e subsistemas menores, em sintonia com sistema maior, o eco-sistema.

Desse modo, o violão, por exemplo, seria um sistema menor. Onde as cordas seriam subsistemas deste o sistema maior, que, por sua vez, seria subsistema de um sistema maior, no caso, a música.

Cada nota teria um papel a desempenhar. O dó, o ré, o mi, enfim, as cordas do violão teriam uma função específica para que se atingisse os objetivos e missões daquele sistema maior: o som em harmonia; a música, propriamente dita.

Um corda frouxa - ou com defeito -, estragaria ou deturparia o objetivo de todo o sistema. E o resultado seria negativo. Uma música de má qualidade, em decorrência da desafinação das cordas, ou por conta de sua utilização inadequada, por alguém mal preparado, idem.

A partir da Teoria dos Sistemas, portanto, podemos traçar um paralelo entre a música e o bem e o mal, por exemplo. O mal seria a corda desafinada. O bem, a afinação pura e precisa.

Tudo nesta vida, portanto, estaria vinculado a um processo de comportamento específico. Atrelado à uma função de cada subsistema que compõem os diversos sistemas. Em outras palavras: aquele comportamento natural, que se espera de cada um de nós. Quer sejam animais, minerais ou vegetais. A sintonia com a natureza. Com o sistema maior. A missão derradeira.

Uma água, desprovida de condições de higiene, imprópria para o consumo, não estaria de acordo com o seu comportamento específico. Desse modo, ela só faria mal. A quem a bebesse, a quem nela se banhasse; ou quem dela fizesse uso para cozer os alimentos.

No mundo moderno, poderíamos enxergar o mal em vários lugares, se considerarmos como válido o processo do conhecimento especifico. Não é â toa que o mundo está tão deprimente. Ninguém respeita mais os sistemas e os subsistemas.

Sistemas, como a fauna e a flora, não têm sido vivenciados pelo homem sob a ótica do conhecimento específico. Vale dizer, do processo correto de interação entre as diversas partes do sistema.

Desmatamentos irregulares, na busca desenfreada pelo metal precioso, por exemplo, sem os cuidados de recomposição das matas e do terreno surrupiado, só trazem prejuízos ao meio ambiente.

Utilizar aviões para carregar bombas e despejá-las em cidades inteiras, matando e destruindo seres humanos, animais, além de desfigurar a natureza , de idêntico modo, são atos e ações que caminham na direção do mal.

Poderíamos ficar horas e horas relacionando os males a que estamos submetidos. E evidenciaríamos a contrapartida do bem que estamos deixando de fazer. Com seus resultados nefastos. Mas os exemplos acima já são suficientes para entender o motivo dessas conjecturas. E, apesar da obviedade de que se revestem, não parece que a coisa é tão simples assim.

O homem tem sido estúpido. Consigo mesmo. Com seus semelhantes. Com a natureza. Com o nosso planeta. E já estamos sujando os espaços de nossa galáxia. O lixo atômico se acumula. E os gases aumentam o buraco de ozônio. E o clima está mudando, para pior. Com mais calor, a natureza começa a sentir e dar sinais de revolta. As montanhas começam a se derreter e a inundar rios e mares. Tornados, avalanches, inundações, queda de barreiras, mortes e prejuízos de toda ordem.

E pensar que poderíamos estar em situação bem mais confortável, se todos atentássemos para a nossa missão cá na terra. Que é finita. Mas que é permanente, no sentido de que se renova em direção aos nossos dependentes.

Precisaríamos deixar de tanto egoísmo. De tanta vaidade. De tanta arrogância. De tanta obsessão. De tanto apego as coisas de ordem material e econômica, em detrimento da própria vida.

Que mundo queremos construir para nossos filhos ? Não posso precisar. Mas, tenho certeza de uma coisa: esse mundo que deixaram para nós está muito ruim.

O mal tem levado uma enorme vantagem sobre o bem. E ainda falam em restrições à liberdade. De que liberdade estão falando? Quando sabemos que liberdade inexiste sem a companhia permanente da responsabilidade. Já passou da hora de criarmos juízo. De valorizarmos o dinheiro, o poder e o sexo. Como se a vida se resumisse nesses cacos de suposta felicidade.

Brasília, 02 de setembro de 2003





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