Você que está por fora
Não se iluda caro irmão,
Um pé aqui outro ali
Vira uma grande plantação.
Não queremos enxergar
O que é ruim vai chegar
Será o fim da região.
O plantio de eucalipto
Envolve muito capital,
É o dinheiro comprando tudo
Trazendo pra nós esse mal.
São poucos os que reprovam
E são muitos os que aprovam
Para esse golpe fatal.
Deserto verde é o nome
Dessa vasta plantação,
Vamos abrir nossos olhos
E darmos também as mãos.
Depois do projeto implantado
Não poderá ser tirado
Será mais uma destruição.
Sua raiz perfura a terra
Pois ela é pivotante,
Penetrando solo à dentro
Até chegar o instante
De sugar toda a água
Deixando-nos com esta mágua
Nesta luta importante.
Onde tem esta plantação
Dentro não há ser vivente,
Passarinhos não fazem ninhos
Animais rasteiros sentem
Que invadiram sua fauna e flora
Maldita foi àquela hora
Quem plantou a primeira semente.
Depois de arrasar a Europa
Infiltrou-se aqui no Brasil,
E uma firma de Celulose
Com sua promessa vil,
Prometeram muitos empregos
Encaixando neste enredo
Misérias que jamais se viu.
Estudos já comprovaram
Onde tem esta plantação,
Que a terra fica ressecada
Deixando o deserto no chão,
Leva todo o nutriente
Que o animal inocente
Sofre a perseguição.
Só depois de sete anos
Esta árvore fica madura,
E seu tronco muito grosso
Some lá nas alturas.
E o homem com o moto-serra
Derruba ela na terra
Achando uma formosura.
A Biomassa está completa!
De novo outro plantio.
É assim que este ciclo
Absorve a água do rio,
E os homens do capital
Finge não ver esse mal
Que aflige o nosso Brasil.
Uma mata verde de eucalipto
Que de longe parece floresta
Acabar com ela é o que parece
É o que ainda nos resta.
Pois o que se planta se colhe
Confesso que não é mole
Acabar com esta festa.
Esta é a grande herança
Que a Austrália nos mandou,
Importando esta planta exótica
Para um país promissor.
Mas devemos estar atentos
Pois esse empreendimento
Está nos enchendo de horror.