- Valha-me Deus!... O que deveras quererá dizer esta exclamativa expressão? É evidente que um 'eu' que habilidosamente 'engaje' muitos 'eus' vai obtendo algum 'D'. Pelo menos o efeito tem noção objectiva e é coerente.
Claro que preferirei incentivar-me a mim mesmo e atirar em dito: - Valha-me a mim, ou ainda, vale-me tu. Não espero pois que algo me caia do céu para me valer.
Estou neste momento a lembrar-me de um agricultor que, em face da desolação que a seca produzia na sua seara, por falta de água, se voltou para as nuvens e implorou aflito: 'Valha-me Deus'... E de imediato começou a chover... Daí, após a colheita e a venda do produto, obteve o lícito 'D' de seu esforço e ficou com Deus por algum tempo.
Como podem pois estar espiritualmente com Deus aqueles que facilmente obtêm o 'D' chorudo através dos 'eus'?...
- Ena pá... Olha a seara tão verdejante, tão certinha e exemplarmente demarcada. Mete 23 gajos lá dentro a correr atrás de uma bola e pede 'D' a 50.000 'eus' para assistirem à cena. Depois benze-te em agradecimento. Conseguiste Deus quanto baste!...
É óbvio, óbvio demais e todos o sentem. Todavia... Milhões de semelhantes continuam a estender a mão a Deus e Deus não os escuta. Que pecado terrível terão cometido em face da divina indiferença?...
Torre da Guia
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