Usina de Letras
Usina de Letras
227 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62073 )

Cartas ( 21333)

Contos (13257)

Cordel (10446)

Cronicas (22535)

Discursos (3237)

Ensaios - (10301)

Erótico (13562)

Frases (50480)

Humor (20016)

Infantil (5407)

Infanto Juvenil (4744)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140761)

Redação (3296)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6163)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Ensaios-->23. A MISERICÓRDIA DIVINA -- 31/08/2003 - 06:57 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Que devemos esperar da Divindade, se tudo já nos deu? Não seremos injustos para com Deus toda vez que rogamos por proteção, esclarecimento, saúde e compreensão?! Não deveríamos, simplesmente, elevar em preces o pensamento, com a única exclusiva intenção de agradecer as dádivas que perenemente sobre nós descaem?!

Muitas vezes, estamos aflitos por termos tido algum insucesso nos cometimentos mais sérios, justamente naqueles em que depositávamos maior esperança de lograr êxito. No entanto, por algum percalço impossível de detectar, naufragamos e vemos as perspectivas de obter os bens visados irem por água abaixo. Ficamos desolados e, quando não atribuímos diretamente ao fado a derrocada, no mínimo exigimos da Divindade que restabeleça as condições primitivas, para que recobremos a perspectiva anterior e consigamos restabelecer completamente os pertences.

Seria, realmente, preciso relatar ao Senhor tudo o que nos ocorre durante a vida? Não terá ele o poder de omnisciência com que é capaz de tudo conhecer, mesmo as mínimas facetas de infortúnio?! Não se diz, com sabedoria, que não cai folha alguma de árvore sem que Deus saiba?! Pois, então?! Admitindo-se a eterna sabedoria de Deus, temos de aceitar também sua eterna misericórdia, pois o Senhor não seria bom uma hora e mau em outra. Se de sua santíssima natureza consta o atributo maior da justiça e se nos ofereceu o bem da vida, como duvidar e acreditar em que tal manancial possa um dia secar?!

Caros irmãos em sofrimento, queremos oferecer-lhes nossas palavras de muito afeto e benquerença. Nossos corações se confrangem ao saber que muitos exteriorizam sua volúpia de tudo possuir, para o que acusam a Deus de omissão e protecionismo. Se a intenção é de contristar o Senhor, demovendo-o a aceitar a malícia da reles atitude humana do subterfúgio, isto seria pura sandice. Se as palavras eivadas de fel tiverem repercussão real no coração e na mente, então se torna incompreensível que a pessoa sequer consiga imaginar a existência da entidade que nos criou para obtermos os méritos de nos equiparar à sua imagem e semelhança, como se inscreveu no “Gênese”. Não se admite que qualquer crente possa sequer insinuar que tenha sido descuidosamente relegado à margem dos acontecimentos, abandonado à beira da estrada da vida. Se o indivíduo for capaz de conceber Deus em excelsitude, na plenitude de todos os poderes, Pai e Criador, não poderá jamais colocar-se diante dele como filho mesquinho e inferior perante os irmãos.

Agradecer, pois, é o dever de todos. Pedir, solicitar, implorar, suplicar, só aos intermediários, para que se solidarizem no sofrimento e possam proporcionar recursos adjudicativos aos que possuirmos, sempre respeitando os sagrados princípios da lei.

Deus é pai misericordioso e, se nós titubearmos diante desta afirmativa, é porque ainda somos muito pequenos, débeis e frágeis demais para sequer merecer compreender a real magnitude da divina providência.

Irmãos, juízo, trabalho, dedicação ao serviço, estudo, eficiência na ajuda ao próximo, honestidade de propósitos, comiseração pelo sofrimento alheio, assistência contínua aos necessitados, apoio incondicional ao que perlustra com coragem a estrada que leva à reabilitação, tudo, tudo fazer para que a vida seja a glorificação do Criador na criatura, para, enfim, merecer estar na presença do Senhor, cientes e conscientes de que tudo nos deu, para que pudéssemos estar lá.

Homero (pela equipe).



Comentário

É muito importante reconhecer a criatura a grandeza do Criador. No entanto, deixar-se influenciar pela idéia de que toda a responsabilidade pelo que aparentemente ocorre de mau no universo pertence ao Pai é a mais infeliz das concepções humanas. É preciso discernir, com conhecimento superior, tudo o que decorre da imprevidência humana e tudo o que ocasionalmente, por acidente, pode influenciar o destino dos seres.

Teorias existem muito sábias, embora reflexos sejam do puro pensamento humano, que aceitam a não existência do acaso. Se bem avaliarmos as conseqüências de todos os fenômenos que causam o desaparecimento de vidas humanas, animais e vegetais, bem poderemos compreender a conjunção de diversos fatores a provocarem as determinadas condições favoráveis às catástrofes, cataclismos e terremotos. Se o homem, inocentemente, estiver naquele espaço e for colhido pela fúria dos elementos, evidentemente fará parte da mesma paisagem que abocanhou tudo ao derredor.

Querer ser algo muito especial diante da natureza é que induz as pessoas a verem em tais acidentes telúricos a mão vingativa do Senhor. Antes e acima de tudo, deve o homem satisfazer-se em ser criatura particularmente dotada de apetrechos intelectuais capazes de estimar, avaliar e até predizer quando tais eventos destrutivos irão ocorrer, de modo que consiga pôr-se a salvo. Desejar, ainda, que, por milagre, Deus venha trazer socorro específico é desconhecer de modo absoluto as características da vida humana, para a qual fomos colocados no mundo, com a finalidade superior de progredir.

Mas há acontecimentos que, longe de serem fortuitos, são provocados pela engenho e pela maldade que resta em muitos corações. Comparar desastres aéreos, acidentes ferroviários, tragédias rodoviárias, guerras, perseguições religiosas e demais atos humanos com as intempéries, as explosões vulcânicas, os maremotos e demais manifestações de força da natureza, é, no mínimo, inconseqüente e profundamente maldoso.

Se formos colhidos inexpertos por algum fenômeno natural e não soubermos atender os prejuízos materiais ou orgânicos, na justa medida da provação que nos estava reservada, então que tomemos cuidado para não incidir em erros enormes na compreensão da vida e da existência. Se formos alijados da carne em tais circunstâncias, que estejamos preparados para aceitar a provação como oriunda da necessidade que tínhamos de passar por tal transe, de modo que não nos vejamos na difícil situação de argüir o Senhor, quanto a sua justiça e misericórdia. Preparemo-nos, pois, convenientemente, para receber o que o “acaso” possa ter-nos aprontado, pois, embora não tenhamos plena consciência dos fatos pregressos que nos levaram a tal situação de desconforto e de sofrimento, é certo que atitude de aceitação e de humildade diante dos acontecimentos será contada a nosso favor e demonstrará que crescemos moralmente, pondo-nos aptos a receber dos maiores os galardões que nos propiciarão a alegria de nos reconhecermos filhos diletos do Senhor.

Homero.

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui