LED ZEPPELIN, a banda, foi a herdeira direta do som pesado calcado no blues feito pelos YARDBIRDS ao longo da década de 60. Jimmy Page, inclusive, foi o último guitarrista destes (substituindo nada menos do que Jeff Beck, que, por sua vez, havia substituído a Eric Clapton). Com a desistência de todos os integrantes da banda em meio à turnê de 67, Page se viu obrigado a cumprir as datas dos shows restantes com novos músicos. Para tal tarefa, chamou o baixista John Paul Jones (conhecido do guitarrista desde o tempo em que ambos eram músicos de estúdio conceituados na Inglaterra) e os desconhecidos Robert Plant (vocalista) e John Boham (baterista). Assim, os “New Yardbirds” cumpriram os shows restantes e, em 68, lançaram seu primeiro disco, já com novo nome, inspirado numa frase de Keith Moon (do THE WHO) sobre “desabar feito um zepelim de chumbo”. O disco, sucesso absoluto apesar de não ter lançado nenhum single, coisa comum à época, é um dos primeiros discos de Hard Rock feitos e saiu em 1969.
As faixas: “Good Times Bad Times” é, de início, convencional, exceto pela pegada de Boham na bateria, destacando o baixo. Muda de cara com o solo pesado e marcante de Page. Plant está num de seus dias mais contidos até quase o finalzinho, quando mostra o que faria nos anos seguintes em termos de agudeza vocal. ”Baby I m Gonna Leave You”, música tradicional arranjada por Page, é comovente. Plant leva os ouvintes ás lágrimas com vocais quase chorados, entre os violões singelos de Jimmy. Na metade da música tudo muda: vocais agudos gritados, dramáticos, bateria monstruosa e os violões atmosféricos de Page ganham peso. Um híbrido entre balada acústica e Hard rock furioso. “You Shook Me” é um blues de Willie Dixon, dos preferidos da banda. Lento e chapante, o teclado lembra os DOORS. O peso da banda é incomum para o gênero. “Dazed and Confused”, um dos momentos mais fortes nos shows dos YARDBIRDS, quando Page arranhava sua guitarra com um arco de violino, combina com precisão peso e momentos de silêncio ou de vocais à capella. O longo solo costumava durar 15 minutos ou mais ao vivo! “Your Time Is Gonna Come”, faixa bem hippie, com teclados atmosféricos a lá DEEP PURPLE (vide 'Lazy'), tem clima alegre, vocais medianos de Plant, bateria quase imperceptível e riffs comuns. Ou seja, a menos interessante do disco. “Black Mountain Side”, faixa acústica, instrumental, mostra toda a técnica e capacidade melódica de Jimmy Page. Tem algumas pitadas de country...Bela música. “Communication Breakdown” é a explosão definitiva. O Heavy Metal pode ter surgido aí, entre as palhetadas mortais, rapidíssimas, de Page, a bateria marcada de Boham, o baixo preciso de Jones e os vocais mortais de Plant. “I Can t Quit You Baby” é outro blues de Willie Dixon, só que bem mais rápido e pesado do que a música anterior. A guitarra lembra alguns riffs de Tony Iommi (BLACK SABBATH). “How Many More Times”, fecha o disco com uma aula de bateria a cargo de John Boham, tão genial quanto em Moby Dick, do disco seguinte. O teclado desliza com maestria, a guitarra e o baixo fazem riffs cortantes...Uma das músicas do LED em que Plant menos se destaca, graças ao talento de seus companheiros de banda.
LED ZEPPELIN, o disco, é peça fundamental em qualquer antologia do Hard Rock e também mostra os primeiros passos de quem nos levaria a lugares inimagináveis nos anos seguintes.
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