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Ensaios-->16. O DESAPEGO MATERIAL -- 24/08/2003 - 07:04 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

O universo tangível constitui para os encarnados o único meio em que podem atuar. As esferas fluídicas, etéreas, os planos espirituais são como que sonhos que povoam as mentes. Aquilo a que têm acesso direto é puramente material, segundo a contextura molecular e atômica de que são dotados. Pois bem, dada a premissa inarredável, é justo considerar-se que o mundo físico seja aquele a que se deve dedicar a atenção imediata, sem o que o ser humano encarnado pereceria. É como dizem as crianças: sem a natureza, não há vida.

Como encarar, então, as constantes e seculares recomendações de que não se deve ter apego pelas coisas da matéria? Claro está que, no que toca à sobrevivência do corpo, o apego deve ser total. No que tange ao espírito, entretanto, a que se deve chegar pelo raciocínio lógico, dada a impossibilidade das evidências (mesmo que haja notícias do etéreo, só podem ser assimiladas pelos encarnados pelas sensações corpóreas, através de um dos cinco sentidos — e isto se pode com facilidade induzir como sendo efeito do campo da matéria), os atributos materiais devem ceder a vez às qualidades morais, aos sentimentos nobilitantes, às atitudes edificantes. Vistos por esse prisma, os bens materiais se reduzem muito, uma vez que, para a alimentação e a preservação térmica do organismo, bastam poucos alimentos e agasalhos, resguardando-se as devidas diferenciações climatéricas. O mais são comodidades conquistadas pela eficácia tecnológica e científica, mas às quais não se deve dar importância superior.

É óbvio que não vamos condenar as pessoas por possuírem jarras e copos, nem vamos estimular a ninguém que colha com as mãos a água das fontes. Entretanto, é preciso considerar que não há necessidade que tais copos sejam de cristal nem as jarras, de ouro, a menos que de tais materiais todos os copos e jarras sejam confeccionados, para que não se estabeleçam diferenças entre as pessoas. Ou seja, é necessário que os bens possam ser atingidos por todos os que deles tenham precisão, isto no pensamento daqueles que se preocupam com o desapego aos bens materiais. Esse o seu objetivo. Por isso é que se inscreveu no frontispício da doutrina: FORA DA CARIDADE NÃO EXISTE SALVAÇÃO.

E quem possui extensa fazenda, o que deverá fazer para atender ao princípio da fraternidade universal pregada por Jesus? Deverá abrir mão do que possui em excesso. Daí ter Jesus considerado mais fácil o camelo passar pelo orifício da agulha que o rico entrar no reino de Deus. Esta lição é conhecida, mas não são poucos os que fogem a ela. Nem nós temos o interesse de vergastar os ricos e os poderosos da Terra. Humildemente, é pretensão nossa, ao desenvolver este tema, responder a pequenas questões daqueles que se julgam em débito com a fraternidade universal, por possuírem uma casa melhor, um par de sapatos a mais, um pouco de dinheiro guardado. A estes devemos advertir: cuidado com a usura, isto é, com o espírito de enaltecimento dos valores meramente terrenos. Que carregará você consigo ao deixar o ambiente carnal? Pense nisso. Pense também em que você não se caracterizou, na qualidade de fiel discípulo de Jesus, na posição de apóstolo. Este sim devia despojar-se de tudo para poder seguir o Mestre.

Atualmente, tal ordem de sacrifício é simplesmente moral. Se você trabalhar com denodo em prol do irmão, qualquer seja o campo da atividade, poderá guardar um punhado de moedas para tranqüilizar a velhice, dada a conturbação atual das sociedades. Dia virá em que ninguém precisará possuir nada de si mesmo, pois todos os bens pertencerão a todos. Aí não caberá mais a dúvida e tolo será quem, em tais circunstâncias, desejar ter mais que seu irmão. Por ora, entretanto, conservar a casa, os móveis, os utensílios, os agasalhos, é forma de preservar a vida e não configura apego aos bens materiais. Velar, pois, para que esse instinto de defesa não se altere para defeito de caráter, o que seria altamente prejudicial para a saúde da alma.

Em suma, se a consciência estiver pesada e a pessoa se sente em débito, por que retardar a distribuição dos bens em sobejo, para aqueles que têm necessidade de tudo? Por que não dedicar o tempo disponível para assistência a irmãos em sofrimento? Por que não acender definitivamente a vela da compreensão e não iniciar desde já a caminhada da redenção, através do estudo sério dos textos básicos? Por que não se dedicar à prece compungida e à meditação profícua, no sentido de se obterem as condições intelectuais e psíquicas favoráveis ao progresso e à assimilação das virtudes evangélicas? Por que não aceitar os estímulos dos irmãos da espiritualidade para integrar as equipes do socorrismo fraterno dos centros de atividades da ação social e espiritual? Por que adiar indefinidamente algo que se compreendeu como absolutamente imprescindível para o soerguimento rumo à casa do Senhor? Por quê?

Não é hábito nosso terminar o texto com interrogações. Mas hoje nós o faremos, pois à pergunta que ficou no ar todos os leitores sabem responder.

Otávio (pela equipe).

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