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Ensaios-->Um dia no tempo. -- 16/08/2003 - 01:02 (Sandra Moreira Ebisawa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Acordei com o Telefone tocando. Não cheguei a tempo de saber quem era a criatura que telefona para alguém no Sábado às 8:30h. Se fosse o parto da Malin, ainda vai. Se fosse meu filho querendo passe livre para ir ao futebol...ok, também. Mas fora isso, não há justificativas. Cambaleiei de volta a minha cama. Deitei...e derrepente me dei conta que eu consegui sobreviver a 'ontem'. Que dia dificil! Utilizei todas as 24 horas de ontem para me recuperar do encontro de 'antonte'. Lá estava eu..mais uma vez...no mesmo lugar...com a mesma pessoa, tentando desafiar meu automatismo diante dela. Me libertar de sua influencia psiquica.
Pedi um Salmão grelhado com um Concha&Toro branco...Muito difícil controlar a compulsão de seduzi-lo. Conforme as taças iam se esvaziando, eu começava a achar a ideia de seduzi-lo menos abominável...afinal, é divertido seduzir o seduzível. Mas ir para casa dele, jamais. Somente sorrir meu sorriso mais lindo. Somente permitir que meu brilho reluza diante de seus olhos. Somente exibir meu brilhantismo. Nada mais...e já seria o suficiente não fosse a segunda garrafa de Concha&Toro. Mas mesmo assim, fui vitoriosa, permiti que ele me deixasse em casa sem maiores sinais ou dúvidas.
Cheguei ao meu quarto estava bêbeda...mas só percebi isso no momento em que me deitei na cama e senti tudo rodando a minha volta como num carrocel. Estava com vontade de vomitar...todo o salmon, todo o vinho e toda fugacidade daquele momento efemero. Já não suporto mais a falta de concretude. A fugacidade têm me machucado. A concretude de meu ser feminino exige espaço...continente.
Mas havia algo que faltou...uma parte do script não aconteceu. Não fomos para casa dele trepar. Não fomos mergulhar de novo e sem maior compromisso com o amanhã, naquele momento maravilhoso que sempre foi nossa união carnal.
É lógico que quando tocou o celular, era ele...me querendo lá...dentro dele...na cama dele. Dentro de sua mente, de seu coração e sua alma...naquele território neutro que é o seu apartamento....sua cama.
Ele sentia isso como rompante da paixão que na verdade era só a ilusão compartilhada comigo...Ele se sentia só naquele momento. Queria a cumplicidade no desatino. Queria aquele amor clandestino de volta...só por algumas horas. Queria aqueles orgasmos deramados por seus olhos para dentro dos meus olhos. Choramos juntos mais uma vez...tossimos...nossas visceras estavam se torcendo de desejo de nós. Queríamos nos engolir, nos refastelar daquilo que a quimica de nossos corpos juntos produzia.
Os apelos foram todos...as declarações de um amor infinito jorravam compulsivamente de nossas bocas sedentas, famintas.
Estávamos como dois alcólicos, viciados, em crise de abstinência. Desligamos o telefone assim...sofregos e abstemios. Assim como sempre é quando estamos por um tempo longe do nosso território bandido.
Ceder a este desejo significa macular o amor verdadeiro...machucar a alma já ferida pelo desencontro. Tornar feio o que poderia ser bonito potencialmente. Apagar as boas lembranças...Abrir mão de ter esperança. Mas eu preciso ter esperança. Quero esperar pelo amor. E se o sagrado em mim vencer o bom combate de meu coração, amá-lo na medida exata que ele suporta ser amado. E me dar apenas para a realidade que ele me oferece.
Acho que assim poderemos um dia, sorrir nossos sorrisos mais puros...sem sedução, sem ilusões. Sem desesperanças.

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