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Ensaios-->6. A DOENÇA -- 14/08/2003 - 07:43 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Reverberação do padecimento moral, a dor é sempre sintoma do muito amor da Divina Providência pela criatura. A pessoa enferma está à disposição do Senhor para elevação e soerguimento, no entanto, é preciso que se conforme com a situação, sem aflições inúteis que só conseguiriam aumentar o sofrimento, sem o correspondente crescimento espiritual.

São vários os tipos de doenças que soem aborrecer os encarnados. Como vimos ao tratar da benzedura, existem pessoas que são atacadas tão-só fisicamente, como ainda as que se ajustam a peregrinações cármicas na dor, usufruindo o benefício da provação mais aguda para ganhos mais rápidos e poderosos. Tudo se dá a pedido e os desalentos ocorrem à medida que os encarnados enfrentam situações angustiantes causadas pelos aspectos circunstanciais da vida, sem que fosse possível prevenir-se antecipadamente. Tais riscos são do conhecimento do encarnante, de sorte que sua falência em provações para as quais se conjugam diversos fatores inesperados se deve só a ele, dada a fraqueza diante do agravamento das crises. No entanto, não são poucos os que conseguem forças para suplantar todos os desajustes e acrescentamentos de dor e triunfam da insensatez pregressa. Ao retornarem ao plano dos espíritos, chegam muito alegres e confiantes em que seus méritos serão reconhecidos, isto sem descurar da humildade de se saber abonado pelo favorecimento especial do carma redentor.

Graças a Deus, temos tido sucesso nas arremetidas junto aos encarnados, no sentido de lhes fazer chegar ao conhecimento determinados pontos de vista totalmente espirituais, pois, de outro modo, não seria possível compreender-se integralmente a razão da dor, do sofrimento com que as moléstias soem acometer. Se os encarnados tomassem como mero desabrochar de condições adversas toda arremetida de bactérias, de vírus, ou ainda como dificuldades corpóreas causadas por más formações genésicas ou pela proximidade da idade provecta, seria totalmente impossível iluminar-lhes a mente, no sentido de admitir as doenças como sendo trampolins para se obterem méritos evolutivos. Por isso é que prestamos toda sorte de esclarecimento, mesmo quando as pessoas, cientes do benefício cármico da dor, se confessam incapazes de compreender a real causa do sofrimento, uma vez que não conseguem enxergar qualquer ponto negativo da atual encarnação que justificasse a crise da saúde. Existem até pessoas que se mostram hígidas durante todo o tempo, administrando a vida segundo os hábitos mais salutares possíveis e, ainda assim, de repente, se vêem às voltas com doenças inesperadas, totalmente desvinculadas de qualquer desequilíbrio emocional ou abuso fisiológico. Há até aqueles que primam por oferecer ao corpo os melhores cuidados, sem descurarem um momento sequer da saúde espiritual, e que, por infortúnio, são colhidos em acidentes e são despejados em leitos de dor pelo restante das vidas. Se fossem pensar em termos de habitantes da crosta, não saberiam explicar convenientemente tais acontecimentos e tenderiam a reclamar da divina justiça. No entanto, tão cedo se recordam de que as vidas pregressas possam ter apresentado dificuldades quanto ao procedimento segundo os padrões evangélicos, de sorte que tenham adquirido débitos que concordaram em saldar nesta existência carnal de agora, aí se compenetram de que o sofrimento será o arco que os arremessará, quais flechas certeiras, no alvo de destinação da vida.

Para se chegar, entretanto, a tal conclusão, é preciso estar largamente informado a respeito dos desideratos de Deus ao possibilitar aos homens as reencarnações redentoras; e é preciso também possuir sólidos conhecimentos espíritas de caráter geral, para não se deixar iludir pela facilidade de que basta tão-só se conscientizar da situação para adquirir direitos à melhoria evolutiva no campo espiritual. Ainda se exige do enfermo a mais absoluta concordância, o espírito de resignação mais profundo, a compreensão dos desarranjos familiares, o perdão às ofensas morais que lhe serão assacadas pela forma que escolheu ou que lhe foi atribuída para superar suas deficiências, uma vez que, conjugadamente com o cisma da desorganização corpórea momentânea ou permanente, está como que punida a família, por ter de suportar toda sorte de sacrifícios e de trabalhos suplementares, para dar assistência ao sofredor.

Isto significa, necessariamente, que a doença não é cármica somente para o enfermo, mas para toda a equipe familiar diretamente vinculada. Sendo assim, é preciso ajustarem-se todos às novas circunstâncias, no aspecto moral e filosófico, quando alguém tomba ferido pela moléstia, qualquer seja ela. Não há que ver: todos serão responsáveis diante do Senhor pelo procedimento e todos poderão conseguir o mesmo ganho, se ultrapassarem vitoriosos pelos transes da dor e do sofrimento, aos quais, de resto, anuíram antes de se encarnarem, uma vez que não são só as moléstias que são programadas, mas todos os sofrimentos delas advindos, quer para o paciente, quer para os demais participantes do grupo familiar.

Outro ponto importante diante da dor é conhecer os diversos objetivos dela. As dores podem ser expiatórias, no sentido de se pautarem por oferecer ao homem oportunidade de pagar os débitos. Podem ser morais, a ponto de oferecerem prejuízos físicos: são as que solidificam crenças e esperanças de se verem as pessoas mais propensas à aceitação dos destinos na atual encarnação; são dores que obrigam os indivíduos à meditação e ao descortino dos objetivos de vida, forcejando-os a tomar posição diante dos fatos e ocorrências em desenvolvimento, de sorte que se vejam no dever de retomar os rumos dos quais estavam desviando-se. Existem ainda as dores obrigatórias, as que se situam no plano físico com o intuito de prevenirem-se as pessoas de que, se procederem com incorreção, terão, em contrapartida, os efeitos dos atos em forma de sofrimento: são dores preventivas e se situam em plano bem elementar. No entanto, são estas dores, a que menos se dá importância, que causam os maiores malefícios, pois se constituem em constantes desafios às pessoas, que se julgam em condições de suplantar até as divinas premissas do encarne, aceitando ser os verdugos de si mesmas, na vã tentativa de induzir a justiça de Deus a lhes ficar devedora, dadas as mortificações e sacrifícios que infligem a si mesmas. São os anacoretas, os ermitãos, os trapistas, os franciscanos fanáticos, os desataviados do pensamento mais lúcido, os ignorantes do divino poder, os ensandecidos do misticismo mais intolerante. São dores inúteis e prejudiciais, pois comprometem o físico e não comprazem a alma, onerando ainda mais o comprometido débito diante da Divindade.

Finalmente, opondo-se ao princípio da revitalização necessária, encontram-se aqueles que ofendem a razão do sofrimento, pondo, de inopinado, fim a ele, ceifando a vida, na expectativa de cortar em definitivo a dor que julgam extrapolar os débitos. Nem é preciso dizer que o suicida se onera de modo ainda mais profundo, sendo-lhe imposta a dor coercivamente, onde quer que se encontre, para resgate das dívidas. Mas este sofrimento transcende o impacto das moléstias físicas e se estabelece no plano espiritual, pronto para pespegar no infeliz alguns pescoções morais apropriados para lhe reacenderem as luzes da razão obumbrada pelo egoísmo mais temerário. Como repercussão na carne, em existência subseqüente, apresentam-se moléstias congênitas de grave aspecto, a oferecerem ocasião de restabelecimento moral condizente com a gravidade do perjúrio cometido contra a misericórdia de Deus.

Em ocasiões de dor, é oportuno oferecer ao doente o lenitivo da compreensão, o carinho da prece, o consolo da palavra espírita mais compenetrada da verdade evangélica. Se Jesus se abalançou a curar os enfermos, afirmando que era a fé que os curava, nós, pobres seres inferiores, rastejantes no lodaçal dos mais parcos conhecimentos, procurando imitá-lo nos exemplos de humildade, de desprendimento, de ternura, de amor pelo companheiro em luta, tentemos orientá-lo no sentido de suportar, com denodo, com fortaleza moral e com lucidez espiritual, a dor que o recambiará à senda do Senhor. E se formos nós o alvo de moléstia compulsória ou transitória, que saibamos amparar-nos na divina virtude da aceitação do carma, cientes de que desse transe renasceremos mais fortes e vigorosos.

Otávio (pela equipe).

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