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Ensaios-->24. PROBLEMAS E SOLUÇÕES — III -- 03/08/2003 - 20:27 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
11. É lícito oferecer-se emprego de doméstica a alguma moça dentre as assistidas?


É de todo lícito dignificar a figura humana dos assistidos. Se a pessoa que oferece a ocupação tiver plena consciência de que o relacionamento a seguir se dê tão-só no sentido de empregador/empregado, sendo o empregado contratado na intenção de prestação profissional de serviços, é plenamente justificável e até louvável tal atitude.

Decorrente, entretanto, da situação que deu ensejo a essa contratação, é comum a assistida desvirtuar o nível de relacionamento estabelecido, pretendendo obter da patroa outras considerações e benesses, além das que seriam desejáveis. Por isso, as explicações prévias devem estabelecer com rigor os princípios dos deveres e obrigações de cada parte, como, de resto, em qualquer contrato de trabalho. Se, de todo, não for possível reger-se o procedimento pelas normas frias que costumam pautar o relacionamento comercial, que não se contratem assistidos para tarefas junto aos interesses dos socorristas, para que não se vejam estes na desagradável situação de se culparem por se terem aproveitado do socorrismo para questões particulares e aqueles de terem usufruído benefícios extraordinários, para os quais não concorreram com qualquer esforço.

Tudo na vida deve pautar-se pelo amor. Se houver honestidade de propósitos e se a ternura do relacionamento se dá na justa proporção da divina confraternização universal pregada por Jesus para que os homens se amparem mutuamente, então receberemos as bênçãos de Deus sempre que nossos irmãos forem recebidos e agasalhados em nossos lares. Contudo, é preciso cuidar para que haja reciprocidade ou a nossa intenção de ajudar não atingirá pleno objetivo, ou seja, que o assistido se transforme em verdadeiro amigo, digno de se depositar nele total confiança. Não se devem correr riscos inúteis de desilusão e desassossego, que poderiam arrefecer o ânimo dos socorristas para com o trabalho junto ao Departamento de Assistência Social.

De tudo que se faz em favor do semelhante, devem nascer ensinamentos proveitosos, não fracassos e degenerações de intenções. Se isto ocorrer, certamente, o momento não era o melhor para a assunção de tal responsabilidade. Que cada qual, portanto, examine atentamente o coração antes de abrir as portas da casa para pessoas estranhas ao convívio e ao ambiente, não se esquecendo jamais de que outras pessoas existem no seio da família que devem oferecer as suas considerações a respeito de tal procedimento. Enfim, o soerguimento que se pretende realizar das pessoas desvalidas não derroga o direito que todos têm a uma vida em paz e harmonia com os que partilham de seu teto.



12. Como deverá agir o socorrista quando da constatação de surto de alguma doença infecto-contagiosa entre os assistidos?


Imediatamente devem ser alertadas as autoridades encarregadas da saúde pública. A exposição dos socorristas a tais ambientes só deve dar-se na justa medida em que absolutamente estejam infensos de se infectarem pela moléstia. Se no grupo houver médicos ou enfermeiros, estes devem rapidamente organizar reunião de esclarecimento junto aos socorristas, para que tenham a exata noção do risco que correriam em contacto com os enfermos.

Trabalhos de retaguarda serão solicitados, como a aquisição de remédios e demais petrechos de enfermaria. Na guerra, o serviço de logística tem tanto valor e necessidade quanto o dos que enfrentam as linhas de batalha.

Não será jamais com o sacrifício imprudente dos abnegados irmãos que se conseguirá debelar o mal que grassa entre os assistidos.



13. Quem poderia, com melhor discernimento, atender ao chamamento crístico: o trabalhador sofrido da seara agrícola ou aquele que sobraça os pesados encargos da indústria citadina?


Que se deve exigir do entendimento que já não esteja no coração? É com amor que se dará a ascensão do homem em sua caminhada de luz. O amor, bem entendido, proveniente da compreensão dos relacionamentos humanos, quer entre pais e filhos, entre irmãos, entre esposos, quer os que se conseguem do convívio com o semelhante, no trabalho, na escola, na igreja, no contacto diário provindo da necessidade de intercambiarem-se informações e produtos. Sendo assim, não importa se o homem da cidade tem conseguido amealhar conhecimentos através de maior escolaridade e de freqüente necessidade de se ajustar ao meio ambiente. Aliás, quanto mais extensas e populosas as cidades, maiores os crimes e a malícia a penetrar na mente e no coração dos homens.

Digamos que o campesino tem na conservação dos bens o valor maior da cultura e que o citadino busca fixar seus domínios na aquisição contínua de bens para ir acrescentando ao patrimônio: um é conservador; o outro, perdulário, no sentido moral de suas vidas. Assim, se ao primeiro lhe honra ser reconhecido como eficaz preservador dos valores dos maiores, o segundo ufana-se de estar em constante renovação e progresso. No entanto, nem um nem outro conhece perfeitamente o seu nível de evolução, de sorte que a uns se pode acusar de manter valores defasados e inteiramente inúteis para os objetivos maiores do encarne, e aos outros se pode acoimar de insensíveis às virtudes que certamente os encaminhariam à consecução dos objetivos de vida.

Isto quer significar que a abordagem de uns e de outros deve prever o universo psicológico de cada indivíduo, sem a falsa concepção de que os problemas a serem enfrentados sejam mais dificultosos com relação a uns e menos relativamente aos outros.

Obrar com muito amor e solicitar dos espíritos guardiães as luzes para se discernir qual o caminho da verdade, eis o de que se deve valer o irmão socorrista para encontrar a palavra que, sem desrespeitar os princípios reguladores da psique de cada indivíduo, seja capaz de despertá-lo para o conhecimento da doutrina e para a preparação da alma para recebimento dos ensinamentos de Jesus. Se nós não formos capazes de agir em consonância com as diretrizes inscritas nas obras kardecistas, será necessário retornar ao estudo delas, no interesse do sucesso dos empreendimentos.



14. Quem determinará o número de campanhas que cada grupo irá realizar quanto à assistência aos desamparados?


Não deve haver pessoa responsável pela organização das campanhas, nem estas devem apresentar número fixo de realizações. Caberá ao grupo decidir em conjunto da conveniência de se iniciar algum trabalho novo. Há campanhas que se eternizam, dada a persistência social em não propiciar recursos para que cada cidadão consiga soerguer-se materialmente, bem assim pessoas existem que são de difícil soerguimento, de sorte que estão sempre a exigir renovados auxílios. Por outro lado, existem situações calamitosas cíclicas, como as estações das cheias, das inundações, do frio, das doenças endêmicas e assim por diante, que exigem campanhas sazonais. Finalmente, ocorrências esporádicas devem merecer atenção imediata e essas não são previsíveis no calendário do departamento.

Por isso, o trabalho deve ser constante e realizado segundo princípios norteadores de caráter bem geral. Seria bom que houvesse vários grupos, coordenados segundo distribuição de tarefas previamente estabelecida, quer dentro da mesma instituição, quer fruto da união de diversos centros. Da harmonia geral, surgirá trabalho mais eficiente e profícuo.



15. Poderá haver alguma razão plausível para se interromper a atividade assistencial, como, por exemplo, o desencarne de algum mecenas importante no departamento; a inauguração de outra instituição assistencial ligada a entidade religiosa recém-instalada na região; a presença do governo, através de postos avançados de serviço público comunitário; a interferência de entidade política, no sentido de organizar a sociedade assistida para campanhas reivindicatórias etc.?


Só se poderá admitir a suspensão de atividades do centro, qualquer seja a natureza delas, se, por alguma razão específica, todos os membros tiverem de se mudar do local, quer por injunções profissionais, quer por cataclismos atmosféricos ou telúricos, quer por determinação governamental mediante situações emergenciais, como guerras, catástrofes, poluição química devastadora etc. Afora razões coercitivas de caráter geral, nada poderá justificar que se suspendam os trabalhos tão sofridamente organizados, muitas vezes frutos de dedicação ardorosa e de abnegação sacrificial.

Claro está que os motivos relacionados na questão devem ser levados à discussão do grupo, pois muitos deles podem determinar novo dimensionamento para as atividades. Aliás, os percalços devem constituir-se no estímulo para se prosseguir trabalhando em prol do semelhante, o que é, em última instância, a alavanca do progresso.

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