Sem diferença entre os opostos, nenhuma energia é gerada. A física fala que é a diferença de potencial que gera corrente ou movimento. Num relacionamento, portanto, é bom que haja diferença de comportamento e crença entre os cônjuges, o que sempre há. Quando tudo é muito igual ou semelhante, pouca dinâmica é desenvolvida. Quando se reconhecem as diferenças, entretanto, cada lado não deve lutar para defender suas idéias como se fosse um jogo, mas se abrir com o propósito de transcender suas próprias idéias e construir o novo patamar flexível e dinâmico, aquele que emerge do relacionamento e não reside em nenhum dos dois antecipadamente. Isso é transdisciplinaridade em relacionamento humano! E é bem difícil esse teor de humildade num mundo materialista e competitivo como o nosso. Considerar-se conhecedor de uma pequena parte da verdade sem ser dono dela, é algo divino. O que se percebe é que no sutil, quase todos insinuam que suas verdades são aquelas que devem prevalecer. Como não há dois seres humanos idênticos, esse é um ponto crítico, talvez o mais difícil, para os relacionamentos humanos. A caminhada conjunta pressupõe, entretanto, uma grande abertura para o novo, uma verdadeira prontidão para o que der e vier. E o espírito divino que criou os dois, abençoa a sua caminhada de busca quanto mais ela não comportar cabrestos de tipo algum. É o novo construído a dois que gera a criatividade cada vez maior e a espiritualidade, para quem lê João 4, que não está nem em Gorazim e nem mesmo em Jerusalém.
|