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Ensaios-->23. A ASSISTÊNCIA AOS LARES DOS NECESSITADOS -- 30/07/2003 - 07:46 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

O socorrismo individual não deve ser preocupação constante de cada pessoa, mas deve estar no programa de cada instituição espirítica. Como realizar a pregação apostólica através do atendimento das carências materiais é o problema que se põe constantemente à meditação de quantos têm responsabilidade assumida diante da consciência, antes de formular perante a comunidade fraterna de que faz parte.

Evidentemente, não há criminoso sem crime e as periferias das grandes cidades, principalmente, estão eivadas de casos tétricos, em que as pessoas são verdadeiramente massacradas, não tanto no aspecto material — e esse é dolorosíssimo diante da extensão das atrocidades atuais — mas do ponto de vista moral e espiritual. As carências são tão profundas que exigiriam largo esforço governamental para que pudessem ser debelados os males que afligem a tão numerosa parte da população. E é justamente diante desse quadro tão degradante que se posicionam os centros espíritas, na tentativa de promoverem toda espécie de ajuda e de soerguimento. Evidentemente, não se conseguirá promover inteira restauração das perdas através da só ajuda desse abnegados apóstolos do bem, mas muito se poderá atenuar no aspecto do sofrimento e da dor, se a assistência estiver sob o amparo do amor e do desprendimento.

Entretanto, cuidados inúmeros devem ser tomados para que a assistência possa vir a ter real proveito. Cada amigo socorrista deverá receber pequena parcela de responsabilidade, de forma que tudo possa executar-se em conjunto, mesmo a simples assistência à maternidade, desde a gestação em seu início até o nascimento da criança, bem como a carinhosa manutenção dos cuidados, através dos esclarecimentos de como alimentar, vestir, proteger das doenças e evitar os abusos do álcool e do fumo.

Certamente, cada grupo terá tido a precaução de discutir amplamente este tema antes de iniciar os trabalhos de campo do socorrismo aos infortunados que perambulam pela miserabilidade mais nefanda. Vamos solicitar aos caros leitores que relatem suas experiências aos recém-chegados, aluninhos de nossas escolas. Através desse contacto, nascerá seguramente o desejo de partilhar dos trabalhos, embora, desde já, temos de prevenir, os desassossegos, as ansiedades, o temor e a insegurança deverão marcar o início dos trabalhos. Mas como tudo na vida tem de ter a sua primeira vez, que se encha de coragem o novel socorrista e que inicie as tarefas, acompanhando grupos formados e devidamente entrosados para essa finalidade.

Não nos iludamos: neste campo, não há como transferir cuidados e experiências. A só recomendação é que se trilhem os habituais caminhos das exposições anteriores, ou seja, que haja divisão dos componentes do grupo, para que cada elemento acompanhe o trabalho assistencial de grupos dedicados a esse mister. Tão logo tenham efetuado esse estágio, cuja duração deverá ser demarcada pelos instrutores, reúne-se o grupo de alunos para relato de todas as experiências e concomitante debate e troca de idéias a respeito de tudo que se fez.

Em seguida, se houver consenso em que é chegado o momento de se iniciarem os trabalhos de socorrismo, deve-se elaborar o plano de ação, a partir, evidentemente, da firme determinação dos objetivos a serem atingidos. Não vamos enumerar todos os passos a serem dados, pois todo o planejamento deve erigir-se sobre os objetivos, mas não se deve esquecer de que, no campo da moral cristã, os fins não justificam os meios, de sorte que todos os meios devem constituir-se em fins em si mesmos. Mais importante é a configuração do verdadeiro desejo que se esconde por detrás da atuação de cada um. Por isso, dentro do plano, devem constar os lemas morais que embasam o procedimento do grupo. Servirá essa divisa como meio de manutenção do espírito de solidariedade e como veículo da estimulação para o trabalho.

Estabelecidas todas as metas, é partir para a execução das tarefas. Se possível, todo o trabalho deve ser acompanhado por alguém mais calejado nessa espécie de atividade, de modo a se ter coordenador e incentivador que possa precatar possíveis desvios de rota.

Por outro lado, é muito importante que essa primeira experiência vise a fins não ambiciosos, possíveis de serem atingidos com facilidade. O estímulo da boa realização é a garantia do sucesso dos empreendimentos seguintes.

É fundamental para o bom êxito da missão que o socorrismo junto aos lares dos assistidos previna os meios de atração deles para o centro espírita, sem que se faça isso através de promessas, de engodos, de ameaças ou de qualquer subterfúgio que possa, de uma forma ou de outra, amedrontar o assistido. Por outro lado, não podem os socorristas deixar-se envolver por mentiras, lisonjas, falsas promessas e reconhecimentos: o trabalho do amor fraterno não pode desvincular-se da necessária prudência, para que não se vejam prejudicados exatamente aqueles que de tão boa mente se aprestaram para oferecer o seu tempo e disposição. Pela lei do livre-arbítrio, cada qual responderá por si segundo as suas obras e, se os assistidos não souberem, por ignorância ou má-fé, dar o justo valor ao exercício da benemerência dos irmãos socorristas, a responsabilidade de seus deslizes só a eles será consignada. Sabendo-se disto, deve-se procurar evitar o mais possível que haja ocasiões de prevaricação, o que se consegue evitando-se que as visitas adquiram intimidade e se erijam em mútuos compromissos emocionais. É recurso importante, neste aspecto, conseguir a adesão ao trabalho de pessoas do lugar, de maneira que todo o domínio dos valores dos assistidos possa ficar sob controle dos socorristas.

Nunca será demais repetir que, da organização, do planejamento e da disposição de realizar atos de benemerência para soerguimento do próximo, é que brotarão as instituições, as idéias, os princípios que auxiliarão os caros irmãos a suplantar as dificuldades que, por certo, se apresentarão a cada momento, durante a realização do projeto.



Encerrando o tópico, devemos esclarecer que as aulas tomarão, a partir de agora, caráter eminentemente prático, pois é intenção nossa discutir particularizadamente cada pequeno problema com que possam os amigos deparar-se dentro do socorrismo fraterno. Como recomendação de ordem geral, nunca devem esquecer-se de consultar os guias do centro, toda vez que algo novo esteja ocorrendo. Estes poderão responder direta ou indiretamente, para o que devem os amigos estar preparados para bem interpretarem os avisos e mensagens, que tanto podem aproveitar toda a instituição, como cada elemento em particular.

Fiquem na paz do Senhor!

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